Pesquisar este blog

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

DEFESA DE ALIADOS DEIXOU SARNEY SATISFEITO, DIZ ASSESSOR


CAROL PIRES - Agencia Estado

BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ficou satisfeito com a reação de senadores aliados que o defenderam hoje em plenário, quando o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a pedir sua renúncia do cargo. A informação foi confirmada por um assessor direto de Sarney à Agência Estado. Sarney se ausentou do debate em plenário, mas, segundo um funcionário da presidência da Casa, assistiu à sessão pela TV Senado.

Sarney teria ficado satisfeito, em especial, com o discurso do senador Fernando Collor (PTB-AL). O parlamentar alagoano, que foi obrigado a deixar a presidência da República em 1992 sob denúncias de corrupção, disse hoje: "Defendo a permanência de José Sarney nesta Casa porque não há ninguém com mais experiência e embocadura política do que ele. Tudo que ele está passando eu já passei. Eu sei como essas coisas são urdidas, tramadas, correm no subterrâneo".

Outro ponto positivo dos debates de hoje, segundo avaliação que Sarney fez a assessores, teria sido a pouca interferência do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). O tucano é autor de seis denúncias contra o peemedebista no Conselho de Ética, mas, durante o desagravado dos aliados de Sarney em plenário, o líder do PSDB pediu a palavra por poucos minutos e aproveitou o tempo que lhe foi concedido apenas para defender Pedro Simon, que estava sendo fortemente criticado por Renan Calheiros (PMDB-AL) e Collor. Ao deixar o Senado no início da noite de hoje, José Sarney disse que estava tranquilo, mas, questionado se saía fortalecido após a defesa dos aliados em plenário, o senador se calou.



GILMAR MENDES EVITAR COMENTAR CASO DO FILHO DE SARNEY


CHRISTIAN BAINES
colaboração para Folha Online, em Brasília

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, evitou comentar a decisão do desembargador Dácio Vieira, do TJ-DF (Tribunal de Justiça) do Distrito Federal de impedir a publicação de reportagens pelo jornal "O Estado de S. Paulo" que contenham informações da operação Boi Barrica, da Polícia Federal. A investigação envolve o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Ao sair de solenidade de posse dos novos conselheiros do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o ministro pediu para que se aguarde a análise do próprio conselho antes de fazer qualquer avaliação a respeito da suposto ato de censura do desembargador.

"Os senhores entendem que talvez tenhamos que julgar e, portanto, me permitem [não emitir opinião], para que não digam que eu sou suspeito [para julgar o caso]".

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), protocolou hoje um denúncia no CNJ contra Vieira pedindo a abertura de uma sindicância. O protocolo foi distribuído ao corregedor-geral de Justiça, Gilson Dipp. Cabe a ele analisar se há indícios de inconstitucionalidade na decisão do desembargador e se deve ser aberta uma sindicância no conselho.

Para Virgílio, a ligação pessoal de Vieira com Sarney e com o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia torna irregular sua atuação no caso. "Fica claramente evidenciado que o ato praticado pelo desembargador é incompatível com a sua conduta funcional, colocando em suspeição a imparcialidade de suas decisões", disse.

Na denúncia, o tucano afirma ainda que existe inconstitucionalidade na decisão do desembargador e que o interesse público sobre os fatos justificam a publicação das matérias, mesmo que ocorra dano moral.

"O Supremo Tribunal Federal tem o entendimento de que a liberdade de expressão, nos casos em que denuncia a prática de ilegalidades, deve ser resguardada de todas as prerrogativas possíveis, o que exclui até mesmo dano moral em função da divulgação dessas notícias", afirmou.

O presidente do Senado negou, por meio de nota divulgada nesta segunda-feira, que pediu para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal proibir o jornal de veicular gravações da Polícia Federal que envolvem o seu filho. Sarney afirma, porém, que o seu filho vem sendo vítima de uma "cruel e violenta campanha infamante" pelo jornal.

"Meu filho é empresário, tem sua vida, família e independência. Na defesa de seu direito, por seus advogados, entrou na Justiça contra o "Estado de S. Paulo", uma vez que ninguém é privilegiado com imunidade contra a lei", afirmou.

Na nota, Sarney diz que não discute a "demanda" do pedido de censura ao veículo de comunicação, mas afirma que não pode condenar Fernando Sarney "por exercer seu direito de cidadão".

O peemedebista afirma que não foi consultado sobre a iniciativa do seu filho de proibir a veiculação das gravações. "É de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados", afirma Sarney.

Posse

Nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 15 de julho, os 12 novos conselheiros do CNJ tomaram posse hoje em solenidade conduzida pelo presidente do colegiado, ministro Gilmar Mendes.

O conselho é formado por 15 integrantes --nove deles do Judiciário e outro três indicados por outras instituições, como a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O mandato dos conselheiros dura dois anos.

Hoje, foram nomeados apenas 12 conselheiros porque Marcelo Nobre foi indicado com atraso pela Câmara na última turma e tomou posse no ano passado. Este ano, o Senado também demorou para avalizar os nomes indicados antes de eles serem encaminhados à aprovação do presidente Lula.

Mendes aproveitou a solenidade para criticar a lentidão na aprovação dos conselheiros. "O CNJ se constituiu em uma monarquia absoluta, exercida pelo conselheiro Marcelo Nobre, a quem agradeço a dedicação e empenho com a qual enfrentou essa sobrecarga causada pelo mais de 40 dias de indefinição", disse.


'NÃO FUI CONSULTADO', DIZ SARNEY SOBRE DECISÃO QUE PROIBIU REPORTAGENS


Jornal não pode publicar dados de investigação sobre Fernando Sarney.
Senador afirma que seu filho é vítima de campanha 'cruel e violenta'.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota na tarde desta segunda-feira (3) afirmando não ter responsabilidade sobre a decisão judicial que proibiu o jornal “O Estado de São Paulo” de publicar reportagens com dados sigilosos da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga seu filho Fernando.


Sarney disse que não foi consultado sobre a decisão dos advogados de seu filho de entrar na Justiça com o pedido de proibir o jornal de realizar as reportagens. “Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato”, diz.

Na nota, o presidente do Senado afirma que seu filho é vítima de uma campanha “cruel e violenta” por parte do jornal “O Estado de São Paulo”. Sarney diz ainda que nunca processou nenhum jornalista.

“Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum”, afirma.


Para Virgílio, o magistrado deveria ter se declarado impedido de decidir a ação devido a sua ligação com Sarney e com o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. “Ele arranjou uma confusão da grossa. Ele poderia ter se declarar impedido, passar ao largo disso, mas devido a essa relação tão antiga já foi assinando qualquer ilegalidade”.

A determinação do desembargador, concedida em caráter liminar, estipula multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada pelo jornal que descumpra a decisão. Para evitar “lesão grave e de difícil reparação” a Fernando Sarney, o desembargador determina que o jornal “se abstenha quanto à utilização (de qualquer forma, direta ou indireta) ou publicação dos dados relativos ao agravante (Fernando Sarney)”.

Operação Boi Barrica

No dia 22 de julho, na reportagem “Gravação liga Sarney a atos secretos”, o jornal revelou o teor de diálogos gravados durante a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. As gravações mostram o empresário Fernando Sarney conversando com o pai sobre a nomeação de um suposto namorado de sua filha no Senado.

A Operação Boi Barrica investiga as atividades empresariais de Fernando Sarney. Foi a partir do monitoramento das ligações telefônicas do empresário que os agentes gravaram as conversas com o presidente do Senado.

Com a medida, Fernando Sarney tenta evitar que novas gravações interceptadas pela PF sejam publicadas pelo jornal.


EM NOTA, FERNANDO SARNEY DIZ QUE FOI À JUSTIÇA PARA DEFENDER SEUS DIREITOS


Jornal divulgou gravações de investigação que está sob segredo de justiça.
Justiça do DF proibiu reportagens sob pena de multa de R$ 150 mil.

Do G1, em Brasília

Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota na tarde desta segunda-feira (3) afirmando que sempre defendeu a liberdade de imprensa e a livre manifestação de opinião. Os advogados dele conseguiram na Justiça na sexta-feira (31) uma liminar proibindo o jornal “O Estado de São Paulo” de publicar reportagens com dados sigilosos da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.


Fernando Sarney diz que é "lamentável" que a decisão judicial esteja sendo apresentada como "forma de censura à imprensa" e que isso é uma tentativa de "distorcer os fatos". Segundo o empresário, ele recorreu à Justiça contra o que considera "uma injustiça e uma violência" contra ele E a sua família.


A determinação da Justiça do Distrito Federal, concedida em caráter liminar, estipula multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada pelo jornal que descumpra a decisão. Para evitar “lesão grave e de difícil reparação” a Fernando Sarney, o desembargador determina que o jornal “se abstenha quanto à utilização (de qualquer forma, direta ou indireta) ou publicação dos dados relativos ao agravante (Fernando Sarney)”.

Veja a íntegra da nota:

"NOTA À IMPRENSA

Como empresário da área de Comunicação, com atuação permanente no setor há quase 30 anos, sempre defendi a liberdade de imprensa e a livre manifestação de opinião, e jamais promoveria ou apoiaria qualquer iniciativa que pudesse ser interpretada como censura.

É lamentável, portanto, que uma decisão judicial que simplesmente exige o respeito a garantias constitucionais inerentes a todo cidadão – intimidade, privacidade, honra e imagem – esteja sendo apresentada como forma de censura à imprensa, que vem divulgando, ilicitamente, informações sob sigilo expressamente imposto pelo Judiciário.

Ao recorrer à Justiça contra o que considero uma injustiça e uma violência contra mim e a minha família, apenas defendi direitos que me são assegurados pela Constituição.

Considerar o uso de um direito legítimo como uma maneira de impor censura à imprensa não passa de tentativa de distorcer os fatos.

Atenciosamente,

Fernando Sarney"

José Sarney

Mais cedo, o presidente do Senado disse que não foi consultado sobre a decisão dos advogados de seu filho de entrar na Justiça com o pedido de proibir o jornal de realizar as reportagens. “Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato”, diz.

Na nota, o presidente do Senado afirma que seu filho é vítima de uma campanha “cruel e violenta” por parte do jornal “O Estado de São Paulo”. Sarney diz ainda que nunca processou nenhum jornalista.

“Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum”, afirma.


SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO PROTOCOLA DENÚNCIA CONTRA DESEMBARGADOR NO CNJ


Desembargador proibiu jornal de publicar dados sobre operação da PF.
O 'Estado de S. Paulo' revelou diálogos gravados de Sarney com o filho.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) protocolou nesta terça-feira (3) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma denúncia contra o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Vieira proibiu, na sexta-feira (31), o jornal "O Estado de São Paulo" de publicar qualquer reportagem com dados sigilosos sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney. Pela decisão do desembargador, para cada matéria publicada será aplicada uma pena de R$ 150 mil.

Na denúncia, Arthur Virgílio diz que a decisão de Dácio Vieira é inconstitucional, porque estaria ameaçando a liberdade de imprensa. Segundo o tucano, ao proibir a publicação de reportagens, o desembargador feriu o artigo 220 da Constituição Federal, segundo o qual “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”.

O documento protocolado no CNJ destaca ainda que Dácio Vieira teria ligações com José Sarney e o ex-diretor geral do Senado Agaciel Maia. De acordo com Arthur Virgílio, o desembargador foi consultor jurídico da gráfica do Senado, em 1986, cargo que ocupou até 1994. Além disso, Vieira teria tido o apoio de Sarney para a indicação ao cargo no TJ-DF e faria parte do convívio social do presidente do Senado e de Agaciel Maia.

A denúncia pede instauração de sindicância para apurar a suposta irregularidade da decisão do desembargador e solicita que ele seja notificado para apresentar a defesa no prazo legal. O G1 procurou Dácio Vieira, mas ele disse que não iria se manifestar sobre o assunto.

Diálogos

No dia 22 de julho, o jornal "Estado de São Paulo" divulgou trechos de um diálogo entre o presidente do Senado e o filho Fernando Sarney no qual os dois planejam a indicação para o Senado de um suposto namorado de Maria Beatriz Sarney, filha de Fernando.


Para barrar publicações como aquela, os advagodos de Fernando Sarney entraram com pedido na justiça para impedir a publicação de dados sigilosos da Operação Boi Barrica, que investiga supostas irregularidades cometidas pelo filho do senador. Em nota, Fernando Sarney disse que foi à Justiça para defender seus direitos. Ele também lamentou que a decisão judicial seja vista como "censura à imprensa".

Arthur Virgílio cita como prova uma foto publicada em uma coluna social na qual Vieira aparece no casamento de uma filha de Agaciel, no dia 10 de junho passado. O senador também ressaltou a presença de Sarney na cerimônia de posse de Dácio Vieira na presidência do Tribunal Regional Eleitoral do DF, no dia 12 de fevereiro.


SENADORES REAGEM À DECLARAÇÃO COLLOR PARA QUE SIMON "ENGULA" SUAS PALAVRAS

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Senadores da oposição saíram em defesa do senador Pedro Simon (PMDB-RS) nesta segunda-feira depois que o peemedebista trocou ofensas no plenário da Casa com os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) --que chegou a pedir para Simon "engolir" suas palavras. Há mais de uma hora, Renan e Simon discutem de forma acalorada no plenário depois que Simon defendeu o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Coube à oposição e ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) a defesa pública de Simon. A maioria dos governistas optou pelo silêncio, com exceção dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Flavio Arns (PT-PR) e Eduardo Suplicy (PT-SP).


"Vossa Excelência vai à tribuna falar em paz e é agredido. Não vi manifestação da presidência desta Casa para mandar retirar das notas taquigráficas um senador mandar o outro engolir e digerir da maneira que achar conveniente as suas palavras. Esse é o retrato do Senado que encontramos hoje", reagiu Jarbas.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), por sua vez, disse que Simon tem um "itinerário de decência e dignidade" reconhecido por todos os parlamentares. "Vossa Excelência tem minha solidariedade porque, da tribuna, está ecoando essa indignação nacional que não pode ser ignorada por quem quer que seja. Quando se pede a renúncia do presidente Sarney, se pede justamente para preservar a instituição", afirmou Dias.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que faz coro com Simon para que Sarney deixe a presidência da Casa. "Não estou disposto a recuar, vou apresentar representação contra quem quer que seja. Imagino que Vossa Excelência não será atendido, não será desta vez. Cada um cumpra com o que a sua consciência tem que mandar. O Senado está sangrando demais e não contribui o clima que está se estabelecendo aqui nesta Casa."

Cristovam disse que o povo não quer que Simon "engula" nada, em referência à frase de Collor para o peemedebista. "Não engula nada, senador Simon. O povo brasileiro precisa que o senhor externe as coisas nesse momento", disse Cristovam.

Na discussão com Simon, Collor disse que o peemedebista deveria engolir e "digerir como achar conveniente" qualquer palavra em que for mencionar o petebista. "São palavras que não aceito sobre mim e minhas relações políticas. São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como achar conveniente. As minhas relações com o senador Renan Calheiros são relações conhecidas, são relações das quais em nenhum momento eu me arrependi", afirmou.

Simon disse que não "engole" palavras, mas diz o "que tem que ser dito" no momento em que desejar dizê-las.

Acusações

Principal defensor de Sarney no plenário do Senado, Renan duelou com Simon ao longo da sessão plenária. Em cada momento que Simon mencionava os processos que enfrentou no Conselho de Ética em 2007, Renan pedia que o peemedebista não relembrasse episódios que causaram transtornos à sua vida pessoal.

"Respeite os meus valores pessoais. Eu já sofri tanto com isso. Já respondi a tudo, não há nada contra mim", disse Renan.

Simon reagiu ao afirmar que, em nenhum momento, lembrou as denúncias contra Renan --apenas sugeriu que Sarney renuncie ao cargo, assim como o líder peemedebista fez em 2007. "Eu não estou dizendo nada. Estou dizendo que Vossa Excelência [Renan] renunciou à presidência. Renunciou porque quis à presidência", disse.


APÓS DEFENDER SAÍDA DE SARNEY, SIMON TROCA OFENSAS COM RENAN E COLLOR

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Geraldo Magela/Agência Senado
Os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) trocaram ofensas nesta segunda-feira com o senador Pedro Simon (PMDB-RS) no plenário do Senado depois que Simon defendeu o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Renan, que é um dos principais aliados do peemedebista, acusou Simon de ter como "esporte preferido nos últimos 35 anos" falar mal de Sarney.

"Quando o PMDB indicou o presidente Sarney para ser vice do Tancredo Neves, desde aquele momento Vossa Excelência fala mal do Sarney, porque ele seria o vice-presidente e Vossa Excelência não conseguiu isso naquele momento. Vossa Excelência perdeu a indicação, queria que a chapa fosse puríssimo sangue", acusou Renan.

Simon disse que Renan "inventava" acusações contra ele para defender Sarney. O líder do PMDB, por sua vez, disse que Simon não tem autoridade para criticar o presidente do Senado porque, nos bastidores, fez um apelo para que Sarney disputasse o cargo com o petista Tião Viana (AC).

"Vossa Excelência insistia para que o presidente Sarney saísse candidato à presidência do Senado. E tenho várias testemunhas dentro da bancada. Antes de ir ao hospital foi ao gabinete do presidente Sarney dizer que estava solidário com ele. Vossa Excelência faz isso no particular e vem à tribuna dizer de maneira diferente para a sociedade acreditar", disse Renan.


Irritado com as críticas do líder peemedebista, Simon afirmou que recebe com "tranquilidade" as palavras de Renan, mas considera o senador uma "figura controvertida". "Vossa excelência foi à China fazer acordo com o Collor. Agora eu estou falando! Na véspera do Collor ser cassado, Vossa Excelência largou o Collor. Lá pelas tantas, apareceu como ministro da Justiça do Fernando Henrique. Lá pelas tantas, largou o FHC. Agora é o homem de confiança do Lula. E vem perguntar para mim?", questionou Simon.

Collor

Irritado com as menções ao seu nome, Collor também partiu para o ataque contra Simon depois que o peemedebista lembrou que o ex-presidente havia lhe convidado para ser vice-presidente na sua chapa.

Geraldo Magela/Agência Senado
"São palavras que não aceito sobre mim e minhas relações políticas. São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como achar conveniente. As minhas relações com o senador Renan Calheiros são relações conhecidas, são relações das quais em nenhum momento eu me arrependi. Estivemos distantes em alguns momentos, estamos juntos em outros momentos", atacou Collor.

O ex-presidente ameaçou Simon ao afirmar que, se o peemedebista continuar mencionando o seu nome indevidamente, vai vir a público revelar informações que podem comprometer Simon.

"Com todo o respeito que Vossa Excelência merecia, por gentileza evite pronunciar o meu nome nesta Casa. Porque a próxima vez que tiver que pronunciar o nome de Vossa Excelência nesta Casa provocada por alguma palavra mal colocada nesta tribuna, eu gostaria de relembrar alguns momentos extremamente incômodos para Vossa Excelência. Mas acho que seria de muito interesse da nação brasileira saber", ameaçou Collor.

O ex-presidente disse, ainda, que está em "trincheiras opostas" a Simon. "Não aceito que o senhor fale dessa forma de um ex-presidente [Sarney] que governou o Brasil e cumpriu com grandeza e maestria todo o seu mandato. Está sendo vitimado por acusações de todas as naturezas. Sei o que é isso porque passei por isso em escala maior, e sei como tudo isso é forjado."

Collor acusou a mídia de orquestrar um movimento para derrubar Sarney. "Acho que esta Casa não pode se agachar, não pode e não haverá de se agachar àquilo que a mídia ou certa parte da mídia deseja. Ela não conseguirá retirar o presidente José Sarney desta cadeira. Não conseguirá", disse Collor.


SUSPENSA VINDA DE LULA AO MARANHÃO


Por Wellington Rabello

O presidente Luis Inácio Lula da Silva não vem mais ao Maranhão. A informação foi passada no início da tarde desta segunda-feira pelo relações públicas do ministro da Educação, Fernando Haddad. O assessor de comunicação do MEC veio a São Luís para organizar a inauguração das unidades do Instituto Federal de Educação. O presidente não virá nem mesmo para visitar a usina hidrelétrica de Estreito.

Ao desembarcar no aeroporto Marechal Cunha Machado, o relações públicas do MEC foi comunicado da suspensão da vinda do presidente Lula ao Maranhão. E disse que talvez Lula também não viaje para o Piauí.

Lula viria à capital maranhense, nesta quinta-feira, 6, para inaugurar, presencialmente, o Campus do Instituto Federal do Maranhão (ex-Cefet) no Centro Histórico, na rua Afonso Pena, em frente à sede do Jornal Pequeno. E, por meio de videoconferência, os campi de Buriticupu (cidade localizada a 395 km de São Luís) e Zé Doca (315 km da capital).

Agenda

De acordo com a assessoria do Ministério da Educação, pela manhã, o presidente visitaria a Hidrelétrica de Estreito, na divisa do Tocantins com o Maranhão. Em seguida, por volta das 14h, a comitiva estaria em São Luís para a inauguração dos campi.


SARNEY DESCARTA RENÚNCIA E DIZ ESTAR COM "ESPÍRITO MUITO BOM"

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou nesta segunda-feira que esteja disposto a se afastar do comando da Casa. Questionado se sofria pressões do filho, o empresário Fernando Sarney, para deixar o cargo, o peemedebista disse que "isso não existe".

"Estou com um espírito muito bom. Nunca deixei de estar confiante. Isso [renúncia] não existe", disse Sarney em uma rápida entrevista ao deixar o plenário do Senado.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), reiterou que Sarney não pretende se afastar do comando da Casa. "Isso [renúncia] nunca existiu. O Sarney está disposto, está firmíssimo para enfrentar todas as denúncias, tomou providências", disse Renan.

Em meio aos boatos de que pretende renunciar ao cargo, Sarney comandou o início da sessão plenária desta segunda-feira. Ele chegou quase 30 minutos atrasado e escalou seus principais aliados para estarem no plenário --como Renan e o senador Wellington Salgado (PMDB-MG).

Entre os senadores que discursaram, mas não fizeram menção à crise na instituição, estão Fernando Collor (PTB-AL), Paulo Paim (PT-RS) e o líder da minoria, Mario Couto (PSDB-PA) --que não trataram da crise.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), também está no plenário, mas não falou. Sarney deixou o plenário antes que qualquer adversário político fizesse discursos cobrando o seu afastamento do cargo. Virgílio sentou atrás de Renan --que promete entregar representações contra o tucano no Conselho de Ética em resposta às denúncias que Virgílio fez no colegiado contra Sarney. Apesar de estarem próximos, Virgílio e Renan não se cumprimentaram.


PLANALTO SE EXIME DE FAZER PREVISÃO SOBRE PERMANÊNCIA DE SARNEY

Chico de Gois

BRASÍLIA - De forma muito menos efusiva do que em outras ocasiões, o Palácio do Planalto voltou a defender o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas não fez prognósticos sobre sua permanência ou não no cargo. Na reunião de coordenação realizada pela manhã, de acordo com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, o tema Senado foi tratado muito rapidamente. Múcio, como já fizera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, quando lavou as mãos sobre Sarney, demonstrou o mesmo:

- Vai estar nas mãos dos senadores.

E depois afirmou:

- Sobre o Congresso, que começa (a trabalhar) hoje, falou-se pouquíssimo. Com relação ao problema do Senado, que vocês devem estar curiosos, é que a partir desta semana é que vamos ter os desdobramentos (...). Vai estar, verdadeiramente, nas mãos dos senadores.

O ministro fez questão de lembrar que Lula demonstrou solidariedade a Sarney em várias ocasiões.

- Ninguém foi mais solidário, até pela amizade que tem e o respeito a história de cada um, do que presidente. Vocês próprios repercutiram de uma maneira bem clara para a sociedade, o apoio e o momento. Todos nós temos consciência que o presidente Sarney tem enfrentado isso com a experiência que tem.

O ministro declarou que tem conversado com Sarney, e que este teria demonstrado intenção de enfrentar os ataques.

- Eu tenho conversado com o presidente Sarney e ele está disposto a enfrentar, já que todas as questões ele tomou decisão de passar para frente: contratou sindicância, chamou a Fundação Getúlio Vargas. Cada denúncia que surge tem sido investigada. A ele interessa também que seja esclarecido.

Múcio disse desconhecer se Sarney conversou com Lula sobre seu afastamento da presidência do Senado.


SARNEY: É MÁ FÉ QUERER ME RESPONSABILIZAR PELO FATO

Enviado por Juliana Boechat - 3.8.2009 | 14h27m

José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, acabou de divulgar uma nota rebatendo as acusações de que seria o responsável pela censura do jornal Estado de S. Paulo.

No último dia 31, o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) proibiu o jornal O Estado de S. Paulo e o portal Estadão de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica.

A operação investiga quatro supostos crimes atribuídos ao empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado.

Segue a nota:

A respeito da medida judicial prolatada contra o jornal Estado de S. Paulo, venho esclarecer o seguinte:

1. Meu filho Fernando Sarney, com 53 anos de idade, tem sido vítima de cruel e violenta campanha infamante por parte do Estado de S. Paulo;

2. É empresário, tem sua vida, sua família, sua independência;

3. Na defesa de seu direito, por seus advogados, entrou na justiça contra o Estado de S. Paulo, uma vez que ninguém é privilegiado com imunidade contra a lei. Não discuto a demanda, mas não posso condená-lo por exercer seu direito de cidadão;

4. Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato;

5. Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum.


DISSIDENTE TEM DE DEIXAR PARTIDO, REITERA LÍDER DO PMDB

BLOG DE NOBLAT

De Luciana Nunes Leal, da Agência Estado:

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), reiterou no fim da manhã de hoje o conteúdo da nota da Direção Nacional do PMDB que recomenda a saída dos dissidentes do partido. "Não queremos forçar ninguém a estar no PMDB. Não queremos que estejam, mas que 'sejam' do partido", afirmou Alves, sem citar nomes de dissidentes, caso dos senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE).

Por causa de divergências no PMDB e também em outros partidos, segundo o líder, há um grupo de parlamentares que tenta aprovar no Congresso uma "janela" que permita aos detentores de mandatos trocarem de partido sem serem punidos por infidelidade partidária. "Nosso objetivo é fortalecer os partidos e este é um começo", afirmou Henrique Alves.

(Comentário meu: O PMDB sempre conviveu com disidentes. O único partido que até outro dia não tolerava dissidentes era o PT - expuilsava-os.

Simon e Jarbas responderam que só sairão do PMDB expulsos. Não serão. O que de fato interessa ao PMDB - e também aos demais partidos - é a criação de tal "janela da infidelidade".

Ela funcionaria assim: há pouco mais de um ano de novas eleições, durante um mês o político que quisesse poderia trocar de partido.

A janela é o truque para invalidar a decisão da Justiça Eleitoral de que o mandato pertence ao partido - e não ao seu titular. A decisão restabeleceu a fidelidade partidária.

Os políticos querem acabar com ela novamente).