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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

CONFIRA AS PRINCIPAIS FRASES DE SARNEY DURANTE DISCURSO NO PLENÁRIO DO SENADO

da Folha Online

Leia as principais frases do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para se defender das 11 acusações que foram apresentadas contra ele no Conselho de Ética da Casa.


Sobre as acusações:

"As acusações que me foram feitas nas diversas representações apresentadas ao Conselho de Ética, nenhuma coisa está relacionada com dinheiro ou prática de atos ilícitos ou desvios de dinheiro público."

"O conselho não pode abrir processo por recorte de jornal. Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida", afirmou.

"Avaliei que as críticas que me fizeram eram só rescaldos da eleição, mas eram mais profundas. Faziam parte de um projeto político e de uma campanha para [me] desestabilizar."

"Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida. Não tenho senão que resistir, foi a única alternativa que me deram."

Sobre os atos secretos:

"'Ninguém nesta Casa sabia ou podia pensar que existiam atos secretos."

"Não dizem o que fiz de errado, porque que eu devo merecer punição?"

Sobre a divulgação de conversas interceptadas pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica:

"Ninguém pode gravar alguém, pegar a conversa interlocutória e divulgá-la com o sigilo de Justiça, ainda mais com um senador da República, que tem foro privilegiado pelo STF [Supremo Tribunal Federal]."

Sobre a denúncia de ter favorecido seu neto:

"Em nenhum momento da minha vida faltei ou faltarei com o decoro parlamentar. Cidadão de vida ilibada, de hábitos simples, ter falta de decoro? Nunca poderiam me acusar de coisa dessa natureza. Não favoreci neto meu. Sou vítima de uma campanha sistemática e agressiva."

Pedido final aos senadores:

"Minha força não é desejo de poder. Esse cargo não me acrescenta nada, senão auguras e decepções. Mas há a certeza de que nada fiz de errado, de que as senhoras e os senhores senadores são justos. Nós nos conhecemos uns aos outros, vão me ajudar a reconstruir a paz no Senado."


APÓS DISCURSO, ALIADOS TENTAM BLINDAR SARNEY E TRANSFERIR DEBATE PARA CONSELHO DE ÉTICA


MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), entraram em campo nesta quarta-feira para blindar o peemedebista e evitar que os senadores contrários à sua permanência no cargo fizessem um debate em plenário depois que Sarney discursou por mais de meia hora --com as explicações sobre as denúncias que provocaram a crise política na Casa.

A maioria dos líderes partidários da base aliada governista preferiu transferir o debate para o Conselho de Ética da Casa, que vai analisar as denúncias contra Sarney.


"Quero lembrar a Casa que temos uma reunião do Conselho de Ética marcada para logo mais. É lá o foro correto para discutir essas questões. É lá que vai haver o julgamento político desses pontos que foram tocados pelo presidente Sarney. O mais correto é que o conselho se posicione", disse o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Assim como Renan, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) também defendeu a transferência dos debates para o conselho. "O Conselho de Ética foi eleito por nós, é ele a instância adequada para julgar o presidente", disse.

Geraldo Magela/Agência Senado
O líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), defendeu o debate em plenário apoiado por senadores da oposição --como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (DEM-RN).

"Essa Casa é feita de debates políticos. É importante que cada líder se posicione. Foi um discurso importante e fará toda a diferença se cada um dos senadores apresente suas impressões", afirmou Mercadante.

Apesar dos apelos de senadores que defendem a licença de Sarney do cargo, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que presidia a sessão enquanto Sarney discursou, decidiu transferir os debates sobre a crise para o Conselho de Ética. Sarney acompanhou o impasse ao lado de Perillo, na tribuna da Casa.

Licença

Depois do discurso de Sarney, líderes partidários fizeram rápidos pronunciamentos para defender o seu afastamento temporário da presidência do Senado.

Agripino disse que o PSDB e o DEM já assinaram nota articulada por cinco partidos (DEM, PSDB, PT, PSB e PDT) com a sugestão para que Sarney se licencie do cargo até que as denúncias contra o peemedebista sejam julgadas pelo conselho.

Na opinião de Mercadante, Sarney poderá se defender das denúncias se deixar o cargo por alguns dias. "A licença dá direito à defesa. A renúncia não. Nós mantemos a nossa posição de licença, mas iremos ao Conselho de Ética muito atentos para analisar cada um dos argumentos da defesa e cada um dos argumentos das representações que foram feitas. Temos que ter critérios, aprofundar o debate", disse o petista.


SARNEY DIZ QUE LUTARÁ PARA PERMANECER NA PRESIDÊNCIA E FAZ APELO PELA PAZ NO SENADO

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encerrou seu discurso nesta quarta-feira no plenário do Senado com uma mensagem de que pretende lutar para permanecer no cargo. Ao pedir o apoio dos senadores para "pacificar" o Senado, Sarney disse que não vai aceitar a "humilhação de fugir" às suas responsabilidades, nem mesmo vai ser vítima de "calúnias, mentiras e acusações levianas".


"Em nenhum momento da minha vida faltei ou faltarei com o decoro parlamentar. Cidadão de vida ilibada, de hábitos simples, ter falta de decoro? Nunca poderiam me acusar de coisa dessa natureza. Não favoreci neto meu. Sou vítima de uma campanha sistemática e agressiva. Como é do meu feitio, peço aos colegas que me julguem pela minha conduta austera, sem arrogância, com todos mantendo boa convivência, e não pelas mentiras, calúnias, acusações levianas. Peço justiça para que possamos sair da crise e voltarmos esta Casa ao ambiente de tranquilidade. Esse é meu apelo, minha mensagem", afirmou.

Geraldo Magela/Agência Senado
Sarney citou o estadista francês Clemenceau ao afirmar que "é muito mais difícil lidar com o silêncio do que com palavras". O peemedebista também citou uma neurocirurgiã, mencionada apenas como Ana Carolina, para afirmar que vai lutar até o fim para permanecer no comando do Senado.

"Obedecer a sua consciência é honrar a vida. É um tempo difícil, eu sei. Qualquer luz transeunte é percebida com a mais intensa escuridão. Mas aguente, persista, resista, encontre qualquer ponto de força que existe dentro de você", afirmou.

Sarney disse que é "amado por várias pessoas", por isso não vai sucumbir aos ataques de seus adversários políticos. "Minha força não é desejo de poder. Esse cargo não me acrescenta nada, senão auguras e decepções. Mas há a certeza de que nada fiz de errado, de que as senhoras e os senhores senadores são justos. Nós nos conhecemos uns aos outros, vão me ajudar a reconstruir a paz no Senado."

O presidente do Senado disse que está em curso uma "campanha pessoal" para retirá-lo do cargo, sem respeitar a sua privacidade e os seus 55 anos de vida pública e "serviços prestados" ao país. "São essas as acusações que merecem a minha quebra de decoro parlamentar? Meu apelo é a volta de uma convivência pacífica entre nós", disse.

Ataques

No discurso, Sarney responsabilizou a imprensa pela crise que atinge o Senado. O senador descartou renunciar ao comando da Casa mesmo com o apelo de seus familiares e da oposição.

"Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida. Não tenho senão que resistir, foi a única alternativa que me deram. Todos aqui somos iguais, ninguém é melhor que o outro. Não podem esperar de mim que cumpram a sua vontade política de renunciar", afirmou.

Ao falar por mais de meia hora, Sarney rebateu uma a uma as acusações contra ele e familiares que provocaram a crise política que atinge o Senado. Ele negou ter conhecimento da edição de atos secretos e apresentou uma tabela com os nomes de todos os ex-presidentes da Casa em cujos mandatos também foram editados atos sigilosamente.

"Para a nação inteira, foi dito que eu era o responsável por todos os atos secretos que existiram nesta Casa. Nenhum de nós presidentes sabia que esses atos não foram publicados", afirmou.

O senador admitiu que intermediou a contratação do ex-namorado de sua neta no Senado, mas negou que Henrique Bernardes tenha sido funcionário fantasma na instituição. "Foi um pedido da minha neta. Se pudermos ajudar legalmente, qualquer um de nós não deixa de ajudar. A pessoa era competente, pós-graduada, sempre trabalhou com assiduidade", afirmou. Sarney criticou, porém, a divulgação de gravação da Polícia Federal que mostra a negociação para que o ex-namorado da neta fosse contratado na Casa.

Sarney ainda negou que um de seus netos tenha sido beneficiado com a contratação de sua empresa no Senado para a realização de empréstimos consignados. "O meu neto não teve nenhuma relação com o Senado. O senhor José Adriano nunca integrou o quadro do Senado, nunca teve qualquer contato. Eu não era presidente, não tinha nada a ver com isso, nem estava sabendo em 2005", afirmou.

O senador admitiu que intermediou a contratação da sobrinha Vera Portela Macieira Borges, lotada no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS). Mas disse que já providenciou o seu afastamento dos quadros do Senado.

Na opinião de Sarney, as acusações não justificam a abertura de processos contra ele por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. "O conselho não pode abrir processo por recorte de jornal. Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida", afirmou.


'NÃO TENHO INGERÊNCIA ADMINISTRATIVA NA FUNDAÇÃO SARNEY'

Por Ricardo Noblat

Na foto abaixo, do ano passado, o senador José Sarney assina em nome da Fundação o patrocínio cultural a ela concedido pela Petrobras.

O dinheiro serviria entre outras coisas para informatizar a fundação e digitilizar parte do seu acervo. O serviço não foi feito. Parte do dinheiro foi desviado para empresas fantasmas.

Sarney é presidente vitalício da fundação, presidente do seu Conselho Curador e nada ali se faz sem a autorização prévia dele. Basta consultar os estatutos da Fundação.

Atualização das 16h51 - Os líderes dos partidos que apóiam o governo estão impedindo a discussão no plenário do Senado do discurso feito ali por Sarney. Querem transferir a discussão para a reunião a seguir do Conselho de Ética.

Por que?

Porque aí a discussão não será transmitida ao vivo pela TV Senado.

Diz o regimento do Senado que a TV Senado deve transmitir prioritariamente a sessão do Senado. E ela continuará paralelamente à reunião do Conselho de Ética.


SARNEY DIZ QUE NÃO RENUNCIARÁ À PRESIDÊNCIA DO SENADO


CAROL PIRES E ANNE WARTH - Agencia Estado

SÃO PAULO - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse hoje em discurso no plenário que não irá renunciar ao cargo. Ele afirmou que resistir é a única alternativa que possui e cumprirá seu mandato, iniciado neste ano, até o fim, em 2011. "Todos aqui somos iguais. Nenhum senador é maior do que outro e por isso não pode exigir de mim que cumpra sua vontade política de renunciar", afirmou. "Permaneço pelo Senado, para que ele saiba que me fez presidente para cumprir o meu mandato."

Sarney disse nunca ter cometido nenhum ato que desabone sua história política. "Não tenho senão que resistir, foi a única alternativa que me deram", declarou. Sarney disse em seu discurso que nunca esteve envolvido em escândalo durante a sua carreira política. Segundo ele, as representações encaminhadas recentemente ao Conselho de Ética "não representam ilícito". "Em meus mandatos, nunca tive recursos contra a minha diplomação, nunca meu nome foi envolvido em qualquer escândalo. Assim, agora, as acusações que me foram feitas, nas diversas representações apresentadas ao Conselho de Ética, nenhuma se refere a desvio de dinheiro ou prática de ilícito", afirmou.

Sarney negou que esteja sendo investigado pela Procuradoria Geral da República. "Quem desmente isso é o próprio procurador-geral, que, em declaração que deu aos jornais, afirmou: ''Não existem indícios suficientes contra Sarney para que o Ministério Público entre nas discussões''". O senador disse que tomou providências para apurar as denúncias de irregularidades na administração do Senado. "Nossa ênfase tem sido na transparência e na eficiência".


CRÍTICAS SÃO 'CAMPANHA PARA DESESTABILIZAR', DIZ SARNEY


CAROL PIRES - Agencia Estado

BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse esta tarde, em discurso no plenário, que acreditava que as críticas que fizeram a ele no início do seu mandato como presidente da Casa eram apenas "rescaldos da eleição". Mas, depois, disse ter percebido haver "uma campanha" para desestabilizá-lo. "Avaliei que as críticas que me fizeram eram só rescaldos da eleição. Mas, depois, percebi que eram mais profundas e faziam parte de uma campanha para desestabilizar", afirmou.

Ele disse que, quando foi eleito presidente, tinha amigos e que deve a eles zelo, mas que jamais colocou o Senado em segundo plano. "O meu temperamento sempre foi de um homem de diálogo, de convívio pacífico, de respeito aos outros e às suas ideias e posições, mas isso, ao longo da minha vida, nunca me fez abandonar a firmeza quando ela tenha sido necessária", disse. Sarney aproveitou também o início de seu discurso para relembrar sua trajetória política como ex-presidente da República e governador do Maranhão. Ele fez questão de ressaltar que apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a ditadura militar, mesmo não o conhecendo pessoalmente na época.

"Quando Lula foi atacado, não o conhecia e, mesmo sendo seu adversário, escrevi um artigo na ''Folha de S.Paulo'' defendendo sua biografia com o título ''A Lula o que é de Lula'', dizendo que ele não podia ser acusado do que estava sendo acusado", disse. O presidente do Senado disse que hoje apoia o governo do presidente Lula por ter sido convidado pelo petista.

Sarney lembrou ainda que, uma semana depois do golpe militar, em clima de grande apreensão e temor, ele foi o único deputado a defender em discurso na tribuna da Câmara o mandato dos deputados que haviam sido cassados. "Aqui na Casa ninguém pode ser cassado fora dos termos previstos na Constituição", disse Sarney, relembrando seu discurso da época. "Não era fácil naquele tempo tomar uma posição dessa natureza. No AI-5, fui o único governador que não o apoiou", disse.


REUNIÃO DO CONSELHO É SUSPENSA PARA DISCURSO DE SARNEY


Encontro chegou a ser aberto por Paulo Duque, mas só deve ser retomado após fim do pronunciamento

Eugênia Lopes - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), suspendeu na tarde desta quarta-feira, 5, a reunião do Conselho em que seriam examinadas representações contra o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP).

A reunião chegou a ser aberta, mas Duque decidiu suspendê-la para que os senadores pudessem assistir ao pronunciamento de José Sarney no plenário do Senado. A reunião deve ser retomada ainda esta tarde.


SIMON ENVIA A SARNEY PEDIDO DE INTERPELAÇÃO DE COLLOR


ROSA COSTA - Agencia Estado

BRASÍLIA - O senador Pedro Simon (PMDB-RS) encaminhou no começo da tarde ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um pedido para que ele encarregue a corregedoria da Casa de interpelar o senador Fernando Collor (PTB-AL), exigindo que o ex-presidente da República explique os fatos a que se referiu na sessão do plenário, na segunda-feira, que, segundo ele, seriam talvez "extremamente incômodos" para o parlamentar gaúcho.

Simon esclarece que a sua iniciativa se deve à necessidade de explicar o que Collor quis dizer com a sua ameaça. O senador diz ainda que a interpelação se justifica para o "resguardo" da sua honra e sua biografia política e pessoal, "bem como para a adoção posterior de eventuais procedimentos".

Na segunda-feira, durante sessão do plenário do Senado, o ex-presidente da República Fernando Collor reagiu ao discurso de Simon, que mencionou um episódio da trajetória política do senador alagoano. Na ocasião, Collor pediu a palavra e disse que, da próxima vez que o senador Simon tocasse em seu nome num discurso, ele relataria fatos que seriam "extremamente incômodos" para Simon.