Jornal divulgou gravações de investigação que está sob segredo de justiça.
Justiça do DF proibiu reportagens sob pena de multa de R$ 150 mil.
Do G1, em Brasília

Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota na tarde desta segunda-feira (3) afirmando que sempre defendeu a liberdade de imprensa e a livre manifestação de opinião. Os advogados dele conseguiram na Justiça na sexta-feira (31) uma liminar proibindo o jornal “O Estado de São Paulo” de publicar reportagens com dados sigilosos da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.
Fernando Sarney diz que é "lamentável" que a decisão judicial esteja sendo apresentada como "forma de censura à imprensa" e que isso é uma tentativa de "distorcer os fatos". Segundo o empresário, ele recorreu à Justiça contra o que considera "uma injustiça e uma violência" contra ele E a sua família.
A determinação da Justiça do Distrito Federal, concedida em caráter liminar, estipula multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada pelo jornal que descumpra a decisão. Para evitar “lesão grave e de difícil reparação” a Fernando Sarney, o desembargador determina que o jornal “se abstenha quanto à utilização (de qualquer forma, direta ou indireta) ou publicação dos dados relativos ao agravante (Fernando Sarney)”.
Veja a íntegra da nota:
"NOTA À IMPRENSA
Como empresário da área de Comunicação, com atuação permanente no setor há quase 30 anos, sempre defendi a liberdade de imprensa e a livre manifestação de opinião, e jamais promoveria ou apoiaria qualquer iniciativa que pudesse ser interpretada como censura.
É lamentável, portanto, que uma decisão judicial que simplesmente exige o respeito a garantias constitucionais inerentes a todo cidadão – intimidade, privacidade, honra e imagem – esteja sendo apresentada como forma de censura à imprensa, que vem divulgando, ilicitamente, informações sob sigilo expressamente imposto pelo Judiciário.
Ao recorrer à Justiça contra o que considero uma injustiça e uma violência contra mim e a minha família, apenas defendi direitos que me são assegurados pela Constituição.
Considerar o uso de um direito legítimo como uma maneira de impor censura à imprensa não passa de tentativa de distorcer os fatos.
Atenciosamente,
Fernando Sarney"
José Sarney
Mais cedo, o presidente do Senado disse que não foi consultado sobre a decisão dos advogados de seu filho de entrar na Justiça com o pedido de proibir o jornal de realizar as reportagens. “Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato”, diz.
Na nota, o presidente do Senado afirma que seu filho é vítima de uma campanha “cruel e violenta” por parte do jornal “O Estado de São Paulo”. Sarney diz ainda que nunca processou nenhum jornalista.
“Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum”, afirma.
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