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sábado, 15 de agosto de 2009

PROTESTO CONTRA SARNEY PARA A AVENIDA PAULISTA

da Folha Online



Protesto contra Sarney para a avenida Paulista


Um protesto articulado pela internet para pedir a saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tomou a avenida Paulista na tarde deste sábado (15).

A manifestação começou por volta das 14h, no vão livre do Masp. Os manifestantes circularam pela avenida e bloquearam o trânsito. Os participantes pintaram o rosto, colocaram nariz de palhaço, carregaram cartazes e gritaram: "Fora Sarney".

A maioria era formada por jovens, que divulgaram o movimento em sites, blogs, e-mails e Twitter (rede de microblogs). A polícia não soube dizer quantas pessoas participaram do protesto.


FAMÍLIA SARNEY USA EM SP APARTAMENTOS DE EMPREITEIRA


De Rodrigo Rangel, de O Estado de S. Paulo:

Há três décadas, a família Sarney tem como endereço cativo em São Paulo o edifício Solar de Vila América, situado na alameda Franca, nos Jardins.

Até 2006, era um apartamento apenas. Hoje, além do apartamento número 82, comprado em 1979, a família tem à sua disposição outras duas unidades.

Os apartamentos 22 e 32 foram comprados há três anos. São usados pelos Sarney, mas estão registrados em nome de uma empreiteira, que cuidou da negociação e pagou os imóveis.

A empreiteira é a Aracati Construções, Assessoria e Consultoria Ltda, cujo dono é o empresário Rogério Frota de Araújo, amigo dos filhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

De acordo com os registros da empresa na Receita Federal, a Aracati – cuja razão social foi formalmente alterada para Holdenn Construções, Assessoria e Consultoria – tem hoje como principal nicho de negócio o setor elétrico, conhecido feudo dos Sarney no governo federal.

Há dois anos, a empresa começou a atuar em projetos de construção de usinas termelétricas. Apesar de pequena e desconhecida, é um caso de sucesso em seus negócios no ramo de energia.

Num dos apartamentos, o 22, mora um neto do presidente do Senado, Gabriel José Cordeiro Sarney, filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA).

O outro apartamento, o 32, costuma abrigar assessores e convidados dos Sarney, mas também hospeda a família.

Em junho passado, por exemplo, foi utilizado pelo próprio senador José Sarney, em viagem a São Paulo para acompanhar a recuperação da filha, Roseana, operada para correção um aneurisma cerebral.


VÍDEOS DA MANIFESTAÇÃO "FORA SARNEY" PELO PAÍS


REPORTAGEM DA GLOBONEWS




EM SÃO PAULO - SP



EM VITÓRIA - ES



EM SALVADOR - BA



EM BRASÍLIA - DF






EM VITÓRIA - ES



EM MARINGÁ - PR



EM BELO HORIZONTE - MG

ESTUDANTES SAEM ÀS RUAS DE SÃO LUÍS PEDINDO “FORA SARNEY!”

Por Raimundo Garrone

Portando faixas e distribuindo tesouras de papel para cortar o bigode de Sarney, dezenas de estudantes saíram neste sábado pela manhã pelas ruas do centro histórico de São Luís para pedir a saída do senador José Sarney da presidência do Senado. O movimento batizado “Todas Contra Sarney” foi organizado pelas juventudes do PDT e PSB e por entidades estudantis e de resistência ao domínio da família do presidente do Senado, no Maranhão.

- Essa já é a nossa terceira manifestação, que a cada dia cresce mesmo contra a mão forte do presidente Lula que impediu que a CUT e a UNE, por exemplo, engrossassem as nossas fileiras pela moralidade na política brasileira – disse Celso Brandão do Xô, Rosengana, movimento nascido em 2006 contra a candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado.

Os manifestantes se concentraram na Praça João Lisboa, no centro da capital. Às 11 horas saíram pelas ruas entoando palavras de ordens, enquanto um carro de som reproduzia um discurso do presidente Lula pronunciado durante a campanha presidencial de 98, na cidade de Imperatriz.

- Eu quando vejo a imprensa de São Paulo a pesquisa dizendo que a Roseana é uma governadora aceita pelo povo do Maranhão. Aí fico imaginando porque ela aparece bem nas pesquisas? Porque a Globo é do pai dela, o SBT é do Lobão, Bandeirantes é de não sei quem… Vocês vêem a televisão falando bem deles o tempo inteiro. É por isso que essa gente aparece nas pesquisas, porque passa o tempo inteiro mentindo descaradamente na televisão – denunciava o mesmo Lula que hoje defende a permanência de Sarney no Senado.

À época Roseana concorria à reeleição ao governo do Maranhão, que conquistou no segundo turno contra o seu também hoje aliado, senador Epitácio Cafeteira (PTB).

O estudante André Bandeira, 17 anos, colocou um nariz de palhaço, e foi um dos primeiros a chegar na concentração do manifesto.

- Eu nasci aqui,.mas morei 11 anos em Pernambuco, e tudo que era notícia do Maranhão, era sobre a pobreza e Sarney. Ele não tem que deixar só a presidência do Senado, ele tem que deixar é o Maranhão – avisa.

Bem mais experiente, o funcionário público aposentado, Wagner Baldez, 79 anos, fez questão de acompanhar o movimento da juventude e de próprio pulso confeccionar uma pequena placa de compensado onde escreveu, que a força do “povo agora não depende da máfia do Senado, mas da vontade do povo. Então chegou a hora de botar Sarney pra fora!”.

- Em 40 anos essa família transformou o Maranhão no estado mais pobre da Federação, e temos que sair às ruas antes que ela também afunde o País – avisou.

Os manifestantes também distribuíram o manifesto “Todos Contra Sarney”, onde dizem que não agüentam mais as mentiras de Sarney para se “livrar de mais uma maracutaia em que se envolveu”, e máscaras cirúrgicas.

- E para nos proteger dessa verdadeira gripe suína, que é Sarney – explicou Celso Brandão.

Único político presente á manifestação, o deputado federal Julião Amin (PDT), lembrou da importância das manifestações populares para pressionar o Congresso Nacional e o Ministério Público a se posicionarem contra os desmandos da família Sarney, que, segundo ele, conta com a proteção da Justiça.

- Ela está impedindo que a população fique sabendo da roubalheira do filho do presidente Sarney – disse em referência a liminar do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que proíbe o jornal O Estado de São Paulo de publicar reportagens sobre Fernando Sarney, relativas à Operação Facktor desencadeada pela Polícia Federal em 2007.

Dácio Vieira convive socialmente socialmente com a família Sarney e com o ex-diretor do Senado, Agaciel Maia, e mesmo assim rejeitou o pedido os advogados de o Estado par se sentir impedido de julgar o caso. Dácio, Sarney e Maia, foram fotografados durante o casamento da de Mayanna Maia, filha de Agaciel.


'FORA SARNEY' REÚNE CERCA DE 500 PESSOAS NA PAULISTA

HERMANO FREITAS
Direto de São Paulo

Cerca de 500 manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), fazem uma marcha em protesto contra a corrupção no Senado Federal, em São Paulo. O protesto se concentrava na região da Consolação, por volta das 15h, e ocupava uma faixa da avenida Paulista, no sentido Paraíso.

Alguns manifestantes apareceram com os rostos pintados, e outros, usando nariz de palhaço. Eles levavam cartazes com as expressões "Fora Sarney" e "Sarney, você está demitido". Dezenas de motoristas que passavam pela região buzinavam em apoio aos manifestantes.

A PM acompanhava a manifestação com carros e motos, tentando manter a fluidez do tráfego. A maioria das pessoas presentes é jovem, grande parte, estudantes. Uma das faixas erguidas pelos manifestantes indicava a participação da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel).

Redação Terra


EM NOTA, ASSESSORIA DE SARNEY CONFIRMA QUE ELE SOUBE DE ATOS SECRETOS EM MAIO


Segundo assessoria, matéria de jornal não traz 'novidade'.
Ao ' Estado de São Paulo', ex-diretor disse que informou Sarney sobre atos.

Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília

A assessoria do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), confirmou nesta sexta-feira (15), que o senador tem conhecimento sobre a existência de atos secretos desde de maio, por meio de relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), instituição contratada pela presidência da Casa para a elaboração de uma reforma administrativa.

Em nota, a assessoria contestou entrevista do ex-diretor de recursos humanos do Senado Raulf Siqueira ao jornal "O Estado de São Paulo", na qual ele afirma ter contado a Sarney, em maio, sobre a existência de atos secretos e da publicação às escondidas. De acordo com a assessoria do presidente do Senado, a matéria não traz novidade, já que foi nesta data que Sarney foi informado da irregularidade.

A assessoria chamou de "sem sentido” a afirmação de que o presidente do Senado teria sido informado da existência de atos não publicados pelo ex-secretário de Recursos Humanos do Senado Raulf Siqueira.

Na nota, a assessoria também ressaltou que Sarney teria tomado todas as providências necessárias assim que tomou conhecimento dos fatos. "Fica demonstrado que todos os procedimentos legais foram adotados de imediato pelo presidente José Sarney, que liderou, do início das denúncias às determinações finais, todo o processo investigatório, chamando inclusive a PGR e o TCU a colaborarem".


SARNEY QUEBROU DECORO AO NEGAR ATOS, DIZ OPOSIÇÃO


Notícia reforça discurso pelo afastamento do peemedebista, que teve ações rejeitadas pelo Conselho de Ética

Clarissa Oliveira, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - A notícia de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sabia da existência dos atos secretos desde o fim de maio reforçou o discurso da oposição em favor do afastamento do peemedebista.

Veja também:

A avaliação é a de que fica caracterizado mais um indício de quebra de decoro parlamentar, já que Sarney mentiu ao dizer da tribuna que não sabia o que era um ato secreto, após o esquema de boletins ocultos ter sido revelado pelo Estado em 10 de junho.

A informação de que Sarney já sabia dos atos foi noticiada neste sábado, 15, pelo Estado, em entrevista com o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, Ralph Siqueira. Segundo ele, todos os seus superiores foram avisados.

A conversa com Sarney teria acontecido entre os dias 28 e 29 de maio. Siqueira disse que, no despacho, informou Sarney de que havia sido criada uma comissão para investigar os atos, já que havia indícios de omissão deliberada.

"Se este fato se comprovar, está caracterizada a quebra de decoro. Para nós, este elemento sozinho já seria suficiente", reagiu neste sábado o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Isso acrescenta mais uma motivação à nossa intenção de votar a favor da abertura dos processos contra ele."

Agripino voltou a criticar a articulação liderada nos bastidores pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para assegurar a permanência de Sarney no cargo. "Ao final, vamos ver se prevalecem os fatos ou as manobras."

Onze ações - entre denúncias e representações - contra o presidente do Senado foram rejeitas pelo presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ) nas últimas semanas. A oposição recorreu de todas, e uma decisão sobre a abertura dos processos deve ser decidida na próxima semana.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que vai discutir o assunto com a bancada na próxima semana. Segundo ele, a base governista trata as sucessivas denúncias contra Sarney como "jogo matemático". "Esta é mais uma contradição, que só faz aumentar o clima de desconfiança."


SARNEY FOI AVISADO EM MAIO DE ATOS SECRETOS, AFIRMA EX-DIRETOR


Ralph Siqueira desmente presidente do Senado, que foi à tribuna em junho dizer que desconhecia os boletins

Leandro Colon

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi informado no fim de maio da existência de atos secretos e da publicação às escondidas, ocorrida naquele mês, de todos esses boletins na rede interna da Casa. É o que afirma Ralph Siqueira, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, apontado como responsável pela inserção das medidas, de maneira oculta, no Boletim de Administração de Pessoal (BAP), sistema que divulga essas informações. Da tribuna, depois da reportagem do Estado em junho que revelou a existência desses boletins, Sarney disse que não sabia o que era um ato secreto. "Ele sabia", sustenta Ralph Siqueira.

Em entrevista ontem ao Estado, Siqueira se defendeu das acusações de que tentou legalizar, de forma encoberta, cerca de mil atos secretos - os 511 identificados em junho e os novos 468 descobertos pela primeira-secretaria na quarta-feira.

Todos seus superiores, segundo Siqueira, foram avisados - o diretor-geral, o primeiro-secretário "e o presidente da Casa"."Não houve sabotagem. Estou sendo penalizado por ter revelado, não por ter omitido", reclama.

À reportagem, ele relatou, em entrevista gravada, um encontro com Sarney entre 28 e 29 de maio, logo depois da nomeação de uma comissão para investigar esses atos. No despacho, segundo Siqueira, Sarney foi informado da existência de atos secretos e da inserção dos dados no sistema. "Ao presidente Sarney, comuniquei que havia sido nomeada essa comissão da qual eu participava e que havia indícios de omissão deliberada. Era meu dever falar ao presidente o que já tinha falado ao diretor-geral. Nesse despacho, eu disse que esses atos tinham sido disponibilizados na rede. Ele sabia."

Sarney, segundo Ralph Siqueira, teria até confirmado que anularia um desses atos, referente ao reajuste de salário dos chefes de gabinete de secretarias. "Ele (Sarney) disse que iria providenciar a anulação desse ato."

O despacho entre Siqueira e Sarney ocorreu, portanto, antes da publicação da reportagem do Estado no dia 10 de junho que revelou a prática de edição de atos secretos no Senado. Seis dias depois, da tribuna, Sarney afirmou aos senadores que não sabia o que era ato secreto. Naquele período, pelo que relata Siqueira, o senador já tinha conhecimento havia mais de 15 dias de que o Senado estava não só investigando o assunto, como também que os boletins haviam sido publicados às escondidas.

A revelação dos atos secretos pôs Sarney no centro da crise do Senado. Parentes e aliados do presidente da Casa foram beneficiados por esses boletins, cuja existência, depois do escândalo, ele passou a negar.

Siqueira assumiu a diretoria da Secretaria de Recursos Humanos em março, logo após a queda de João Carlos Zoghbi. Foi exonerado por Sarney no dia 23 de junho, em meio ao escândalo dos atos secretos. A participação de Siqueira na revelação desses boletins começou em abril.

No começo daquele mês, ele ordenou ao servidor Franklin Paes Landim que publicasse os boletins secretos. Em sua versão, Siqueira diz que não sabia na ocasião do caráter sigiloso desses documentos.

Avaliava, diz, que apenas uma "meia dúzia" de atos não havia sido disponibilizada na rede do Senado. "Eu não sabia que não tinham sido publicados. Achei que, por algum erro técnico, não tivessem sido disponibilizados", diz. "Se eu tivesse imaginado que seriam tantos boletins, não teria feito isso."

Em um encontro, ainda em abril, o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), teria, segundo Siqueira, alertado para a possibilidade da existência de atos secretos. "Ele me disse: ?estou ouvindo falar em atos secretos e gostaria que você checasse para eu ver o que é isso aí?. Aí eu comecei a observar o número de atos que estavam sendo colocados." O ex-diretor afirma que somente no fim de maio foi avisado de que 600 atos haviam sido inseridos.

O nome de Ralph Siqueira veio à tona na quinta-feira, quando Heráclito afirmou que 468 novos atos secretos teriam sido colocados recentemente na rede interna do Senado. O senador classificou a atitude de "sabotagem" e insinuou que o grupo do ex-diretor Agaciel Maia estaria por trás disso. Ao Estado, Siqueira diz que essa nova leva entrou na rede entre abril e maio. E ele negou relação com Agaciel.

Procurada na noite de ontem - por e-mail e telefone -, a assessoria de Sarney não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição.


ESTILISTAS CUSTOMIZAM CAMISETA DA CAMPANHA ‘FORA SARNEY’


POR DANIELA DARIANO, RIO DE JANEIRO

Rio - De símbolo da crise política a argumento de campanha contra falcatruas, o bigode abandonou sua confortável posição sob o nariz daqueles que mantêm as aparências (e as mamatas) com dinheiro público e foi estampar a opinião de estilistas com peito para fazer crítica. A convite de O Dia, Alessa Migani, Beto Neves e Diana Estevez vestiram — e customizaram — a camisa com o sinal de ‘proibido bigode’ como marca da campanha ‘Fora Sarney’, em protesto contra escândalos protagonizados pelo presidente do Senado.

Diana Estevez, Alessa Migani e Beto Neves: estilistas se posicionam contra as falcatruas

Desde que deixou de ser praticamente uma roupa íntima, lá nos anos 50, a camiseta saiu debaixo da camisa de botão e passou a funcionar como ‘outdoor’ da democracia: com emblemas de paz e amor, rasgadas e alfinetadas em oposição a governos ou com dizeres bem-humorados e sisudos. “A camiseta é uma bandeira da moda para os acontecimentos políticos. Por ser uma peça barata, de rápida execução e tradução, pode, na mesma hora, expor um ponto de vista sobre os fatos, uma posição ou filosofia”, explica a pesquisadora de moda Paula Acioli.

Hoje, a camiseta sai do armário contra maracutaias praticadas por senadores brasileiros. A estilista Alessa Migani acrescentou à estampa do ‘Fora Sarney’ um broche com uma boca, símbolo de sua próxima coleção de verão (‘boca a boca’, a ser lançada ainda este mês). “A boca é a palavra. Se a gente passar adiante notícias e opiniões, podemos criar um movimento”, justifica Alessa, que acredita no poder da moda de disseminar mensagens. “A moda é uma antena parabólica do que acontece social, cultural e politicamente, até que se crie uma ideia coletiva”, resume.

Beto Neves, estilista da Complexo B, acha “nojenta” a sujeira no Senado. Criou uma espécie de ‘gola-máscara’ na camiseta para passar a idéia de prevenção ao mal que aflige certos políticos: “Posso não resolver a gripe suína nem a falta de vergonha no Senado, mas não quero me contaminar”. Ele aconselha a só vestir essa camisa quem tem consciência do que está fazendo, para não se tornar mais uma vítima da moda. “Moda é atitude. Quem usa tem que pensar antes: ‘Será que eu não faço a mesma coisa contra a qual estou protestando?’ A ideia da minha camiseta é: ‘Me inclui fora disso!’”.

Diana Estevez, da marca Diversa!, aposta que as camisetas venham a conscientizar a população em efeito dominó. Ela aproveitou para ampliar a discussão, criando bolsos, cheios de notas de reais e nomes de cinco colegas de Sarney no Parlamento. “Todo dia tem escândalo novo. Só o ‘Fora Sarney’ não é solução. Mesmo que ele saia, outros ‘bigodes’, os associados dele, continuarão. Coloquei cinco nomes só a título de exemplo”, diz.


OPOSIÇÃO VÊ OFENSIVA PARA AMORDAÇAR CASA


Blog corporativo para rebater notícias contra o Senado é uma das medidas de novo secretário

Eugênia Lopes, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Depois da Petrobrás e do Palácio do Planalto, o Senado agora também vai lançar um blog corporativo para rebater as notícias publicadas contra a Casa. A medida é uma das primeiras providências adotadas pelo novo secretário de Comunicação, Fernando Cesar Mesquita, que assumiu o cargo esta semana com a incumbência de controlar o conteúdo divulgado pela televisão, pelo rádio e pela Agência Senado.

Para alguns senadores, a Casa está vivendo um clima de "despotismo" - eles citam como exemplos a restrição às visitas, sob pretexto de evitar a proliferação da gripe suína, e a ação da Polícia do Senado contra manifestantes.

Na avaliação de adversários do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o blog poderá se transformar em mais uma das medidas para amordaçar a Casa. É o caso, por exemplo, da proibição de visitas às dependências do Senado, da criação de um cordão de isolamento por onde Sarney passa e da prisão pela Polícia Legislativa de estudantes que foram protestar contra o parlamentar.

"Essas restrições são uma forma que Sarney encontrou de sobreviver às pressões para se afastar do cargo", resumiu na sexta-feira, 14, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

O novo blog do Senado vai centralizar todas as informações institucionais sobre a Casa. "Vamos fazer um blog do Senado onde serão respondidas quaisquer notícias sobre a Casa. Vai ser um blog de informação", afirmou Mesquita.
Segundo ele, o blog deverá estar no ar daqui a 15 dias. A ideia é reunir as informações administrativas, gerenciais e financeiras da diretoria-geral e da primeira-secretaria da Casa. Há cerca de dois meses, no auge das denúncias contra a Petrobrás, a estatal criou um blog corporativo para responder a qualquer solicitação da imprensa antes que a reportagem fosse publicada.

'Total isenção'

Mesquita refuta que tenha assumido o posto com a missão de censurar notícias. "Não permitirei censura. Nosso critério é o da total isenção", afirmou. Ele garantiu que não existe nenhuma restrição ao trabalho dos jornalistas e ao conteúdo veiculado pelos meios de comunicação do Senado.

"Nossa prioridade na cobertura sempre foi primeiro o plenário e depois as comissões", disse, frisando que os jornalistas do Senado não costumam escrever sobre "conversas de corredor e de bastidor".

Na avaliação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a iniciativa do blog é louvável, desde que sirva só para veicular ações do Senado. "Se a intenção do blog for divulgar o trabalho da Casa, ótimo. Mas, se for para escamotear, aí é inadmissível."

"Nada mais justo do que o Senado ter um blog com informações reais e não só com a versão da imprensa. É um local onde vai se ter informação vista pelo lado do Senado, não só pelo lado dos jornais", afirmou Wellington Salgado (PMDB-MG).

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), as medidas adotadas nos últimos dias pelo presidente Sarney para tentar barrar as pressões por sua saída do cargo beiram o despotismo. "Se falou tanto no nepotismo, mas estamos caindo no despotismo", disse.

Cristovam ficou particularmente surpreso com a atitude da segurança do Senado, que na quinta-feira, 13, prendeu por mais de três horas nove estudantes que foram protestar contra Sarney no salão azul.


BLOG DO JOSIAS: LULA AMANSA PT, RENAN ACUA OPOSIÇÃO E SARNEY FICA


da Folha Online

Passou a fase do heroísmo afirmativo no Senado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva amansou a bancada do PT, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), acuou o oposição e o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), vai permanecer no cargo, informa o blog do Josias.

Segundo o blog, ao final de uma semana em que tentara pôr de pé a tese da inevitabilidade do desarquivamento de uma ação contra Sarney, o petista Aloizio Mercadante prostrou-se.


"Fiquei totalmente isolado. Estou tomando porrada sozinho. Sumiu todo mundo", desabafou. Mercadante falava a um amigo, pelo telefone. Parecia rendido à evidência de que, no PT, o pior tipo de solidão é a companhia dos companheiros de bancada.

Ideli Salvatti, Delcídio Amaral e João Pedro, os petistas que votam no Conselho de Ética recusam-se a levar adiante os planos de Mercadante e acusam o líder de fazer jogo de cena: sabe que Sarney safou-se, mas faz média com o eleitorado esclarecido de São Paulo.

"O partido tinha apoiado a minha tese. Retirou o apoio. Fiquei numa situação difícil", Mercadante se lamuriava ao amigo. Ele antevê as manchetes do dia seguinte: "Se o Sarney caísse, a culpa seria minha. Se o Sarney fica, a culpa é do PT".

O blog informa ainda que, na quarta-feira, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), recebeu um telefonema de Renan.

O líder do PMDB, chefe da milícia congressual que quebra lanças por Sarney, pediu um encontro reservado. Agripino o recebeu à noite, em seu apartamento. Renan sondou Agripino sobre os votos do DEM. Ouviu o mesmo que Bornhausen: os "demos" votarão pelo desarquivamento. Perdendo, o partido recorrerá ao plenário.

Segundo o blog, Agripino gere uma bancada cujo ânimo anti-Sarney tem a consistência de um pote de gelatina. Porém, decidido a acomodar todas as culpas no colo do PT, acautelou-se.

Antes de reunir-se com Agripino, Renan foi a Lula e queixou-se de Mercadante. E ouvira palavras tranquilizadoras. O petismo, o presidente lhe assegurara, não abandonaria Sarney.

Na conversa telefônica de ontem, Mercadante acusou o golpe: "O governo veio com a mão pesada pra cima da bancada. Os partidos da base, inclusive o PT, não sustentaram a nossa posição. O PMDB radicalizou. A oposição sumiu do cenário".

O blog informa que, em privado, Agripino pronunciou, na noite de sexta a frase fatídica: "O Sarney fica. Mas será um presidente em farrapos. Renovação do Senado, só na eleição de 2010".

Conselho de Ética

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), arquivou sumariamente as 11 denúncias e representações contra Sarney com o argumento de que foram baseadas em notícias de jornais. A oposição, no entanto, entrou com recurso para desarquivar todas as ações.

As representações arquivadas tratam do suposto envolvimento do senador com a edição de atos secretos no Senado, da suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores da Casa e de ter supostamente usado o cargo em favor da fundação que leva seu nome e mentido sobre a responsabilidade administrativa pela fundação.

As ações tratam ainda da denúncia de que Sarney teria vendido terras não registradas em seu nome para escapar do pagamento de impostos sobre as propriedades, de que teria sido beneficiado pela Polícia Federal com informações privilegiadas sobre o inquérito que investiga o seu filho, Fernando Sarney, e de negociar a contratação do ex-namorado de sua neta na Casa.

Além disso, a oposição pede que o senador seja investigado sobre a acusação de que teria omitido da Justiça Eleitoral uma propriedade de R$ 4 milhões.

Se as denúncias forem acatadas pelo conselho, as punições para Sarney vão desde uma simples advertência verbal até a cassação de seu mandato. A pena tem que ser decidida pela maioria dos conselheiros e em seguida referendada pela maioria do plenário.

Os recursos também têm que ser analisados pelo plenário do Conselho de Ética para o desarquivamento dos pedidos de investigação. A oposição tem cinco das 15 vagas titulares no conselho, por isso espera o apoio dos três senadores do PT para que as investigações contra Sarney sejam instauradas.


FILHA DE SECRETÁRIO DA RECEITA TRABALHA EM GABINETE DE INVESTIGADO POR SONEGAÇÃO


Leda Camila Cartaxo é assistente parlamentar do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), amigo de seu pai, Otacílio Cartaxo

Por MARCELO ROCHA

EFETIVADO
Cartaxo assumiu Receita no lugar
de Lina Maria Vieira
Confirmado na quinta-feira (13) pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) no comando da Receita Federal, Otacílio Cartaxo emplacou a nomeação de uma filha no gabinete do amigo e senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB). A indicação de Leda Camila Pessoa de Mello Cartaxo ocorreu em março, um mês após o suplente Cavalcanti assumir a vaga aberta com a renúncia do titular José Maranhão (PMDB), hoje governador da Paraíba. Na ocasião, Otacílio Cartaxo era o adjunto da ex-secretária Lina Maria Vieira, protagonista da mais nova saia justa a rondar a sala da presidenciável e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Formada em direito, Leda Camila ocupa o posto de assistente parlamentar, com salário de R$ 2,8 mil, na cota de cargos de confiança preenchida sem concurso público. Cada um dos 81 senadores tem a prerrogativa de usar as vagas como bem entender. As recentes denúncias de nepotismo (contratação de parentes de senadores e diretores), funcionários fantasmas e outras irregularidades no Senado Federal vêm no rastro dessa brecha.

Em relação à filha do agora secretário da Receita, há uma curiosidade. O senador Roberto Cavalcanti é empresário. Foi acusado pelo Ministério Público Federal na Paraíba no chamado "Escândalo da Fazenda Nacional”. O caso envolve denúncias de sonegação de milhões de reais em impostos. De acordo com a apuração do MPF, empresas quitavam dívidas por um milésimo do valor do débito. Dezenas de processos tramitam na Justiça.

ÉPOCA localizou, por telefone, Leda Camila no gabinete de Cavalcanti. Ela argumentou que não estava autorizada a comentar seu processo de nomeação. Transferiu a ligação ao chefe de gabinete, Marco Aurélio de Oliveira. O servidor informou que ela se habilitou à vaga, apresentou currículo como qualquer outro pretendente ao posto, mas admitiu que a amizade entre Cartaxo e o parlamentar pesou na hora da contratação. "Eles são amigos há mais de trinta anos", disse Oliveira. A reportagem perguntou ao novo secretário da Receita o que ele acha de a filha trabalhar ao lado de um senador investigado por sonegação. Por meio da assessoria, ele informou que não se manifestaria.

Leia mais na edição de ÉPOCA desta semana: Mais um problema para Dilma.


LULA POR ELE MESMO

ESTÁ NA VEJA
Lula, ao fim e ao cabo
"Um brasileiro médio, mais ou menos crente em Deus e que se vê como o proponente
de uma sociedade capitalista onde haja mais harmonia entre pobres e ricos"

Num trabalho de pesquisa magnífico, o jornalista Ali Kamel reúne as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o verbo a espelhar o homem.

Está no verbete Discurso(s): "Um dia vão ganhar dinheiro pela quantidade de discursos que eu faço todos os dias. Eu ficaria milionário". É improvável que Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo, fique rico com sua mais nova empreitada, Dicionário Lula - Um presidente Exposto por Suas Próprias Palavras, recém-chegado às livrarias.

Porém é certo que se trata de um livro com chance de render bons frutos ao seu autor. Afinal de contas, como ele contém todo o pensamento político de Lula, verbalizado e sem a mediação de penas de aluguel, Dicionário Lula é uma ótima obra de consulta para o presente – e de referência para a posteridade que se debruçará sobre um presidente como nunca houve nessa República.

Lula acaba exposto, por suas próprias palavras, como um brasileiro médio mais ou menos crente em Deus, defensor do modelo tradicional de família e que se vê como o proponente de uma sociedade capitalista onde haja mais harmonia entre pobres e ricos. E poderia ser acrescentado que, como todo brasileiro médio, ou nem tanto, ele gosta de uma cervejinha, que ninguém é de ferro, companheiro.