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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

POR QUE SARNEY E A INTERNET SÃO INCOMPATÍVEIS? POR LUCIANA CAPIBERIBE

ARTIGO

Sarney tem com a internet uma relação diametralmente oposta àquela que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama possui. A eleição de Obama é considerada um fenômeno que ganhou alma a partir da internet, já não se pode dizer o mesmo a respeito da influência da rede mundial de computadores sobre a trajetória do senador José Sarney.

O Senador de diversos mandatos pelo Maranhão e pelo Amapá, cresceu na carreira política durante a ditadura, conquistou nos bastidores do poder benesses incomensuráveis. Sarney é mesmo chegado a uma sombra, não gosta de deixar muito às claras o que faz, os atos secretos são um bem acabado exemplo do tipo de política feito por ele, que se acostumou a jogar com a falta de comunicação entre os rincões brasileiros, responsáveis por lhe dar o poder que ele ostenta, e os grandes centros das decisões políticas e econômicas do país, onde ele costumava até bem pouco tempo, desfilar como arauto da democracia. Enquanto aqui no Amapá e no Maranhão ele jogava pesado, calando inimigos, criando monopólios midiáticos e amealhando o maior número de concessões de rádio e televisão possíveis, para maquiar a falta de realizações de seus mandatos para os estados que o elegiam; no resto do país ele pousava de democrata e cortejava grandes meios de comunicação e seus jornalistas.

O estilo de Sarney é completamente incompatível com a WWW(World Wide Web) conhecida como rede mundial de computadores, a popular internet, porque ela quebra monopólios, sobretudo os ligados ao poder da televisão e dos mídia tradicionais, ao mesmo tempo em que contribui para aproximar as pessoas e diminuir o isolamento das fontes de poder de Sarney dos grandes centros urbanos do país. Com a internet o Maranhão e o Amapá passaram a fazer parte do Brasil. A internet representa um espaço de liberdade, criatividade e democracia, ela tem dificuldade de prosperar onde há ditadura, pois é difícil controlá-la ou limitá-la, só mesmo impedindo o acesso a ela, se pudesse, tenho certeza que Sarney já teria feito isso aqui no Brasil, pois foi através da internet que nasceu e cresceu o movimento de repúdio a ele. Em 2006 aqui no Amapá diversos blogs e sítios foram tirados do ar por ordem da justiça que tentava a todo custo deter os estragos do movimento Xô Sarney, um movimento da sociedade civil, que ganhou o país através da rede mundial de computadores. O símbolo criado pelo chargista Ronaldo Roni foi pintado no muro da casa do fotográfo Mario Filho, uma foto desse símbolo foi parar nos blogs das irmãs Alcinéa e Alcilene Cavalcante e daí ganhou o mundo e atraiu a ira e a censura patrocinada por Sarney que, para variar, usou um advogado pago pelo senado para processar e condenar jornalistas locais. Só que o poder de ‘replicar’, ou seja, reproduzir uma mensagem ou imagem na internet não pode ser detido, assim como não pode ser escondida a repercussão de censurar blogs e sítios de informação, criando um problema terrível para o ex-arauto da democracia, que sofreu os primeiros arranhões em sua biografia.

O resto da história todo mundo já sabe. Sarney resolveu candidatar-se para assumir seu terceiro mandato como Presidente do Senado e pavimentar o retorno da filha ao governo do Maranhão. Em fevereiro deste ano a revista britânica The Economist dizia que a vitória de Sarney para a presidência do Senado era o triunfo do semi-feudalismo. Dessa vez vieram os atos secretos e os arranhões do Xô Sarney transformaram-se em rachaduras na biografia do velho coronel da política brasileira. O movimento Fora Sarney até agora vem crescendo, surfando nas ondas da internet…Microblogs, Twitter, Blogs, são responsáveis por mobilizações que têm atraído jovens de todo o país indignados com os desmandos do velho dinossauro que comanda o Senado.


'NÃO ME SINTO CULPADO DE NADA', DIZ PRESIDENTE DO SENADO


José Sarney (PMDB-AP) deu entrevista exclusiva à Globo News.
Ele reafirmou que não vai deixar o cargo e disse não sentir pressão.

Do G1, com informações da Globo News




O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reafirmou nesta sexta-feira (21) que não pensa em deixar o cargo e disse que não se sente culpado de nada."Não posso deixar [o cargo] porque não me deram nenhuma saída que não de cumprir o meu dever até o fim", disse em entrevista exclusiva à Globo News.


"No dia em que os colegas, a maioria dos colegas do Senado chegar e me destituirem, muito bem. Eles me elegeram, podem me destituir", completou. Ele negou sentir qualquer tipo de pressão para deixar o cargo. "Não existe pressão porque eu não me sinto culpado de nada. Eu estou procurando servir ao país. Estou procurando ajeitar essa casa. Estou pagando por isso. Eu vou continuar até o fim. Não tenha dúvida", afirmou.

Ao ser perguntado se tinha arrependimento de ter disputado a presidência da Casa, Sarney admitiu pensar muito sobre isso, mas não respondeu a pergunta. "Você fez uma pergunta que realmente eu me indago muitas vezes. Eu tenho realmente a certeza de que relutei muito, eu nunca fui presidente do Senado por minha vontade, sempre por convocação. E dessa vez eu não queria de maneira nehuma, de jeito nenhum", disse.

O plenário do Conselho de Ética arquivou nesta quarta-feira (19) 11 ações contra Sarney. O presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), já havia rejeitado as denúncias, mas houve recurso ao plenário do colegiado.



MARCELO TAVARES: GOVERNO ROSEANA É UMA 'DESORDEM'

Do JP Online, com Agência Assembleia

O deputado Marcelo Tavares (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, criticou na manhã desta quinta-feira (20) a gestão do governo Roseana Sarney, dizendo haver desordem sobre a competência de cada secretário de estado. “É um governo engraçado, que muitas das vezes a gente só consegue ter uma reação de espanto. É mais de um secretário de Educação. Tem hora que existem dois, assim levantado no próprio site da Mirante. O secretário da Saúde quer fazer o papel do secretário de Infraestrutura. Então é um governo confuso”, disse.

As críticas foram centradas ainda na atuação do secretário Ricardo Murad (Saúde). “Estão sendo cometidos inúmeros equívocos na política de saúde do Estado. Saí daqui ontem convencido de que o deputado Ricardo Murad é um bom secretário de Infraestrutura. Vi aqui um secretário preocupado exclusivamente com construir prédios, em construir hospitais, que não vão resolver os problemas de saúde do interior do Maranhão”, disse.

Na última quarta-feira, 19, Murad foi recebido na Casa para falar sobre o assunto e esclarecer eventuais dúvidas dos parlamentares.

Tavares também comentou sobre um suposto desvio de competências por parte dos integrantes da Secretaria Estadual de Saúde, quando deveriam ser feitas pela pasta de Infraestrutura. “Vejo que os técnicos e os 140 cargos da Secretaria de Saúde vão percorrer esses municípios para saber se as paredes estão bem rebocadas, se o piso está bem colocado, se estão sendo compridas as normas nacionais de edificações desse tipo. Quem vai cuidar da saúde? Quem vai cuidar do saneamento básico? Quem vai cuidar do sistema de água?”, indagou.

A última crítica do presidente da Assembleia foi em relação aos nomes indicados para os diversos órgãos da administração estadual. Segundo ele, não foram observados os critérios técnicos, existindo apenas indicações políticas.

“Primeiro criticavam haver muitas secretarias no Estado. Assumiram o governo, não diminuíram nenhuma e continua essa infinidade de secretarias. Segundo que os governos só tinham políticos. Fizeram uma escolha técnica para Caema e o resto, políticos de toda monta, ex-prefeito, estão em todos os cargos do Estado”, disse.

APARTE

Outro deputado a criticar o pronunciamento do secretário de Saúde foi Edivaldo Holanda (PTC). Líder de oposição ele fez um protesto para que não mais aconteçam sessões em que um secretário de estado seja convidado pela Assembléia sem que haja um debate com os parlamentares da Casa.

“Aquele tipo de sessão é sessão injusta porque protege o expositor e não permite que o opositor faça o contraponto. O tempo é inexistente, pouco, e fica como ficou o expositor Ricardo Murad, sete horas dono do tempo, sempre voltando e tendo mais 10 minutos, mais 10, mais 03 o tempo inteiro. Aí sai na mídia que ele deitou e rolou. Na verdade ele está mais rolando do que deitando”, afirmou.

Holanda também protestou ao afirmar que em algumas oportunidades o secretário de Saúde não respondeu a indagações dos deputados estaduais. “Sobre o Hospital do Servidor, nós fizemos a pergunta, repetimos a pergunta e ele não respondeu; ficou rodeando, ficou rolando. A imprensa diz: deitando e rolando. Ele estava rolando e enrolando, porque o tempo era somente dele”, finalizou.


CORRUPÇÃO NO GOVERNO ROSEANA: COMPROVADO DESVIO DE MAIS DE R$ 150 MILHÕES NA SEMA


Por John Cutrim

Um documento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), publicado hoje na edição de O Imparcial, comprova fraude nos lançamentos de créditos florestais, praticada pela atual gestão do governo Roseana Sarney. O esquema, comandado pelo secretário Washington Rio Branco (PV) para “esquentar” madeiras extraídas ilegalmente, teria causado, em um único dia, um rombo estimado em mais de R$ 150 milhões aos cofres públicos.

No documento constam os lançamentos de créditos virtuais no sistema de gestão florestal, no dia 29 de junho, feriado de São Pedro, beneficiando 13 empresas, inclusive a que é ligada ao empresário José Albécio Oliveira Freitas (P L CARDOSO FILHO), mais conhecido como “Sergipano”. O crédito ‘fantasma’ que o agraciou, coincidentemente, foi liberado logo após ele ter obtido a licença ambiental nº 4414/2009, no dia 22 de junho, assinada por Washington Rio Branco, através do processo 542/2007.

Sergipano, inclusive, foi preso na última terça-feira, 18, pela Polícia Federal na operação Arco Verde por comercialização ilegal de madeira. Em recente matéria de um jornal da cidade, o empresário negou ter obtido qualquer favorecimento do ex-superintendente da Sema, Charlys Wagner, e agora aparece como um dos principais beneficiários do esquema comandado por Washington Rio Branco. O documento, que informa o nome das empresas, o login, a ação, a data e o IP de acesso, já está na Polícia Civil, que investiga o caso.

Segundo consta no documento há fortes indícios de envolvimento de mais três nomes conhecidos do meio político e do contador Sidney Nascimento Araújo, que presta serviços para madeireiras nas regiões Sul e Sudeste do Maranhão. Estariam operando atos irregulares com a atual gestão da Sema o suplente de deputado Leo Cunha, o ex-prefeito de Itinga, Quininha, e o ex-prefeito de Santa Inês, Franklin Sebba. Os dois primeiros atuam no ramo de madeireira e o último é consultor.

Fraude virtual

Segundo uma fonte de dentro do órgão ambiental, as informações apuradas dão conta de que a viabilidade da fraude passaria pelo apoio da área de informática. A gestão florestal se dá por um sistema computacional, que, como tal, tem seus mecanismos de segurança sob gestão de quem conduz o serviço de informática dentro da organização. Leia mais aqui.


FRACASSO EM REABERTURA DE INVESTIGAÇÃO CONTRA SARNEY RACHA GRUPO DE OPOSIÇÃO


MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

A decisão da Mesa Diretora do Senado de rejeitar o recurso que pretendia reabrir as investigações sobre o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética, rachou o grupo de senadores que defendia o afastamento do peemedebista do cargo. Os parlamentares estão divididos entre recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) ou encerrar as ações no âmbito da Casa.

O líder do PSOL, senador José Nery (PA), disse nesta sexta-feira que vai tentar reunir os 11 senadores que assinaram o recurso para decidir se vão questionar o seu arquivamento no STF. Os parlamentares argumentam que a determinação da Mesa foi ilegal porque foi tomada sem a consulta aos seus membros. Caso percebam que a disposição do Senado é arquivar todos os recursos, a saída será recorrer ao Supremo.


Nery vai discutir com assessores durante o fim de semana se há espaço para levar a discussão ao STF. "Foi uma decisão monocrática e acredito que é passível de questionamentos. A Mesa tinha que ter sido consultada. Agora, não vou tomar nenhuma decisão isolada. Vou discutir com os 11 senadores que assinaram o recurso e com a assessoria jurídica qual a melhor saída", disse à Folha Online.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que assinou o recurso, afirmou que é hora de reconhecer a derrota. Segundo Cristovam, agora, são os eleitores que terão que dar a resposta aos envolvidos na série de denúncias de irregularidades. Sarney foi denunciado ao Conselho de Ética por nepotismo e tráfico de influência, mas todas as acusações foram engavetadas.

"Os processos foram arquivados de maneira simplista, sem o menor pudor diante da opinião pública. Nós tentamos um recurso, mas em nome de um regimento nada foi revisto. Como pode um regimento ser maior que a decisão de um plenário? Foi como se o Senado tivesse dado uma bofetada no povo dizendo: vocês não têm o direito de saber a verdade. Nós lutamos, nós perdemos e nós colocamos na mão de vocês, principalmente na mão dos jovens, o direito de saber a verdade. Arquivem-se os processos, mas não o direito de conhecer a verdade", afirmou o senador.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse estar disposto a apoiar o recurso ao STF se a maioria do grupo contrário à permanência de Sarney seguir esse caminho. "Recorrer, a gente já recorreu. Se for necessário bater à porta do Supremo, sou favorável, terá a minha anuência", disse.

Engavetamento

O "Diário do Senado" publicou nesta sexta-feira o despacho da segunda-vice-presidente da Casa, Serys Shlessarenko (PT-MT), rejeitando o recurso apresentado pelo PSOL que tentava submeter ao plenário a decisão de investigar o presidente da Casa.

No documento, a senadora afirma que o recurso é "incabível". Serys acolheu o parecer do consultor legislativo, Gilberto Guersone Filho, e da secretária-geral do Senado, Claudia Lyra, que afirmam que as novas internas do Conselho de Ética e o regimento do Senado não permitiam recorrer da decisão do colegiado para submetê-la ao plenário da Casa.

Foi a segunda vez que o PT livrou Sarney das investigações. No Conselho de Ética, os três senadores do partido votaram em favor do arquivamento das 11 representações e denúncias contra o peemedebista.


BERZOINI NEGA APELO DE LULA POR PERMANÊNCIA DE MERCADANTE NO CARGO


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do PT, Ricado Berzoini (SP), minimizou nesta sexta-feira o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), recuasse na sua decisão de deixar a liderança. Berzoini disse que Lula manifestou sua posição contrária à saída do petista, mas não fez "apelos" para o senador permanecer no cargo.

"Eu nunca trato questões políticas como apelo. Foi uma conversa política. O presidente Lula manifestou que não havia razão para o senador deixar a liderança", afirmou Berzoini à Folha Online.


Na conversa, segundo interlocutores do presidente, Lula disse a Mercadante que o apoio do PT à permanência do senador José Sarney (PMDB-AP) no cargo não deveria ser motivo para provocar sua renúncia ao cargo. A Folha Online apurou que Lula disse ao petista que, a cada crise política que atinja a legenda até as eleições de 2010, o líder do partido não pode apresentar motivos para deixar o cargo.

O presidente afirmou, segundo interlocutores, que Mercadante não tinha razões para sair da liderança mesmo com as divergências públicas à decisão do PT de apoiar Sarney. O desgaste do petista teve início depois que Berzoini, em nota oficial, orientou a bancada a arquivar todos os 11 processos contra Sarney que tramitavam no Conselho de Ética do Senado.

Os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e Delcídio Amaral (PT-MS), que se mostraram contrários a salvar o petista, acataram a orientação do presidente do PT e votaram em favor de Sarney no Conselho de Ética. Delcídio criticou Mercadante publicamente ao afirmar que o petista não se esforçou para indicar outros senadores da base aliada no Senado para substituí-los no colegiado.

O episódio fez Mercadante anunciar que deixaria a liderança em caráter "irrevogável". Depois de marcar pronunciamento para renunciar ao cargo, o senador recuou para conversar com o presidente Lula antes de anunciar sua decisão. O petista leu em plenário carta do presidente na qual Lula pede a sua permanência no cargo. "Mercadante, estamos juntos há 30 anos travando as lutas que interessam ao povo brasileiro e mudando a história do país. Dificuldades e divergências fazem parte dessa caminhada, mas são menores do que ela. Em nome dessa história e dessa caminhada, fique na liderança. Esse é um pedido sincero de um velho amigo e sempre companheiro", diz a carta de Lula.

Crise

Berzoini minimizou a crise que atinge a bancada do PT no Senado após o apoio do partido a Sarney. Na opinião do presidente do partido, a bancada dos senadores petistas tem tradicionalmente a característica da divergência --o que permite à legenda debater assuntos que dividem os parlamentares.

O deputado reconheceu, porém, que a decisão dos senadores Marina Silva (sem partido-AC) e Flavio Arns (PT-PR) de deixar a legenda não é positiva para a legenda. "Daqui até 2010, vamos enfrentar outros desafios. Claro que a saída de senadores nunca é bom", afirmou.


SENADO PRORROGA INVESTIGAÇÃO SOBRE SUPOSTAS FRAUDES DE ZOGHBI EM CONSIGNADOS


GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O Senado prorrogou nesta sexta-feira, por mais 60 dias, o prazo para a conclusão dos trabalho da comissão que investiga João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos da instituição, pela suspeita de participação em um esquema de fraudes em empréstimos consignados firmados com a instituição. A abertura de processo administrativo, no âmbito do Senado, foi solicitada pela comissão de sindicância que investigou a participação do ex-diretor no suposto esquema.

Zoghbi é investigado pelos crimes de uso do cargo para proveito pessoal, participação em gerência ou administração de sociedade privada e prática de usura --todos previstos na lei geral do funcionalismo público federal.


O processo pode resultar na quebra dos sigilos bancário, fiscal e financeiro do servidor para que sejam levantadas provas do suposto esquema de fraudes, assim como em punições que variam de demissão à perda da aposentadoria por Zoghbi.

A comissão de sindicância que investiga das denúncias encontrou indícios de irregularidades cometidas pelo ex-diretor no lançamento de informações no sistema de dados do Senado.

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), designou os servidores Asael Sousa, Sérgio Paulo Lopes Fernandes e Arlindo Fernandes de Oliveira para conduzir o processo administrativo disciplinar contra Zoghbi.

A lei 8.112, que rege o funcionalismo público federal, determina a instauração de processo disciplinar "sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou destituição de cargo em comissão".

Denúncias

Zoghbi é suspeito de usar como "laranja" sua ex-babá em empresas da sua família que teriam arrecadado R$ 3 milhões em contratos assinados com o Senado. Ao lado de sua esposa, Denise Zoghbi, o ex-diretor denunciou a existência de um esquema de fraudes em contratos firmados pela Casa com bancos que concedem empréstimos consignados.

Além disso, o casal é acusado de usar "laranjas" em empresas que mantém contratos com a instituição.

A Polícia Legislativa do Senado abriu inquérito para investigar as supostas fraudes cometidas pelo casal, paralelamente à sindicância. No depoimento aos policiais, Zoghbi negou as acusações de que o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia comandaria um esquema de corrupção com desvios de verbas da instituição.

Apesar de ter afirmado à revista "Época" que Agaciel comandou o esquema de corrupção, Zoghbi negou aos policiais ter revelado o esquema de corrupção que seria comandado por Agaciel.


NO TWITTER, EM PRIMEIRA MÃO


Site de microblog abre espaço para que figuras públicas entrem em contato direto com seu público

JOSÉ ANTONIO LIMA E RENAN DISSENHA FAGUNDES

Nesta quinta-feira (20) o senador Aloizio Mercadante anunciou em seu perfil na página de microblog Twitter que deixará a liderança do Partido dos Trabalhadores no Senado. “Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável”, escreveu o senador, quase três horas antes do horário marcado para seu pronunciamento no plenário. Esta não é a primeira vez que uma pessoa pública libera informações que poderiam ser exclusivas de algum veículo de imprensa diretamente para seus seguidores no Twitter, e nem a primeira vez que isso envolve um afastamento.

No começo deste mês, Paula Abdul informou que deixaria o programa American Idol, no qual era jurada desde 2002; antes, em junho, o técnico Vanderlei Luxemburgo usou o Twitter para comunicar sua demissão do Palmeiras. “Esse comportamento é previsível", afirma Elizabeth Saad Corrêa, professora de jornalismo na Universidade de São Paulo (USP). “As mídias sociais servem para isso mesmo: falar com seu público, ir direto ao ponto que interessa”. Para Elizabeth, não há uma vontade de furar ou driblar a imprensa. “Esse é mais um canal”, disse. “A grande imprensa precisa correr atrás, usar o Twitter, seguir fontes em potencial que tenham um perfil no site. É uma nova forma de estar em contato com essas fontes, talvez até de reportar com mais velocidade”.

Eugênio Bucci, também professor de jornalismo da USP e ex-diretor da Agência Brasil, concorda que anúncios como o feito por Mercadante nesta quinta-feira escancaram o fato de que a imprensa não é a única alternativa para que a notícia circule. Ele pondera, no entanto, que isso já ocorria antes. “Notas oficiais, entrevistas coletivas transmitidas ao vivo e comunicados ao público já cumpriam esse papel”.

Embora possa ajudar a apuração jornalística, o Twitter também pode se apresentar como uma dificuldade para outra área da comunicação - as assessorias de imprensa, que precisam controlar o que é ou não divulgado por seus clientes no site. Por completo desconhecimento da ferramenta, o ator Bruno Gagliasso, no começo de julho, divulgou seu número de celular em uma troca de mensagens com Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas. Gagliasso tem 19 mil seguidores que recebem suas atualizações no site. “Talvez as assessorias tenham que convencer seus clientes a não escreverem sobre algumas coisas”, afirma Elizabeth.

Outro problema do Twitter é a possibilidade de fraudes e informações falsas circularem em velocidade frenética. No dia 19 de maio, por exemplo, a morte do ator Patrick Swayze, estrela de Ghost, foi um dos assuntos mais comentados no Twitter. O problema é que o ator, que faz tratamento de câncer no pâncreas, continua vivo.

Para Eugênio Bucci, episódios como esse servem para reforçar o papel analítico da imprensa. “O Twitter é um mero transportador de informação e não é nessa função que o jornalismo é essencial”, diz. “A imprensa é importante pois só ela tem a condição de contextualizar aquela informação e promover uma leitura independente”, afirma.

Confira algumas informações que apareceram antes no Twitter:

Aloizio Mercadante, senador por São Paulo
Arquivo / Ag. Senado
Depois de ameaçar deixar a liderança do PT no Senado na terça-feira (18), o senador Aloizio Mercadante decidiu nesta quinta-feira (20) realmente se afastar do cargo. Informou a todos pelo Twitter: "Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável", escreveu. Também contou pelo site que não deixa o partido, e depois que, antes de um pronunciamento no Senado, se encontrará com o presidente Lula.

Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia
 Divulgação
Arnold Schwarzenegger, governador do Estado americano da Califórnia, estava voando para Santa Monica, em junho, quando seu avião teve que fazer um pouso de emergência devido a um princípio de incêndio na cabine de comando. Como um bom exterminador, o governador ficou calmo. "Um pouco de aventura agora quando meu avião teve que fazer um pouso de emergência. Mas tudo está bem", escreveu, postando junto uma foto do avião já em terra.

Vanderlei Luxemburgo, técnico de futebol
Arquivo Ag. O Globo
O técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo anunciou pelo Twitter, no fim de junho, que havia sido demitido pelo Palmeiras. "Não sou mais técnico do Palmeiras. Fui demitido por discordar das atitudes do [atacante] Keirrison". O curioso é que o fato que irritou a diretoria do clube foi um tweet no qual Luxemburgo ameaçava afastar Keirrison do Palmeiras após ele negociar sua transferência para o exterior.

Paula Abdul, cantora e apresentadora
 Divulgação
Em julho, o empresário da cantora Paula Abdul afirmou ao site da revista People que ela não deveria continuar como jurada do reality show American Idol, um fenômeno mundial de audiência. O anúncio oficial foi feito pela cantora pelo Twitter, em 5 de agosto. "Com tristeza no meu coração, decidi não voltar ao 'Idol'", escreveu.

Nelsinho Piquet, corredor
AP
O piloto brasileiro Nelsinho Piquet já usou o Twitter para dar informações importantes sobre sua carreira na Fórmula 1. No dia 14 de julho, ele usou o microblog para desmentir a notícia de que havia sido demitido da Renault. Em 3 de agosto, o brasileiro, por meio de um tweet, confirmou que estava mesmo deixando


MERCADANTE USA PEDIDO DE LULA E CRISE NO PT PARA JUSTIFICAR PERMANÊNCIA NO CARGO

MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília


O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) anunciou hoje a permanência na liderança do PT no Senado em discurso na tribuna da Casa. A decisão ocorre um dia depois dele informar que deixaria o cargo. A mudança acontece depois de Mercadante conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não tenho condições de dizer não [ao pedido do presidente Lula]. Não tenho, como não tive antes", disse Mercadante após ler carta em que o presidente pede para ele ficar na liderança do PT no Senado.


Apesar de permanecer no cargo, Mercadante criticou a decisão do comando do PT de orientar pelo arquivamento de todos os processos contra o senado José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética. "Esbarramos na maior bancada do Senado, que é o PMDB, que teve papel fundamental nesse processo. Esbarramos infelizmente na resposta que o meu governo e o meu partido deram e que não era a minha desde o começo", afirmou.

O petista lembrou que colocou o seu cargo à disposição da bancada logo após a reunião do conselho, mas recebeu apelo da maioria dos senadores e de petistas ilustres para ficar no cargo.

Para justificar ainda a mudança de rumo em sua trajetória, Mercadante usou a crise no PT e a saída dos senadores Marina Silva (AC) e Flávio Arns (PR) do partido.

"Todos os senadores [da bancada] disseram: 'Mercadante, não é esse o caminho. Você tem que continuar, tem que ficar'. Pediram que eu ficasse, especialmente neste momento difícil para a própria bancada. Porque a Marina não é um quadro qualquer. Tem uma história de 30 anos [no partido] e representa uma agenda importante para o Brasil. Uma agenda que existe dentro do meu partido", afirmou ele no discurso.

Mercadante afirmou ainda que figuras importantes do PT pediram que ele ficasse no cargo, como a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o deputado Antonio Palocci (PT-SP), o ex-ministro José Dirceu.

Mercadante disse que nunca pensou em deixar o PT. "Deixar o PT nunca passou pelo meu coração e minha cabeça. Eu sou petista antes do PT existir."

Desgaste

Ontem, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou a decisão do líder de entregar o cargo --depois da orientação da cúpula da legenda para o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética.

Berzoini conversou com Mercadante por telefone ontem e disse ao petista que seria um "erro" deixar a liderança neste momento. Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética depois que os três petistas integrantes do colegiado votaram pela absolvição de Sarney.

O líder recusou-se a substituir os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e Delcídio Amaral (PT-MS) do conselho. Os dois não mostraram disposição de absolver Sarney, mas votarem pelo arquivamento dos processos seguindo orientação de Berzoini. Delcídio chegou a acusar Mercadante de ter se recusado a ler a nota do presidente do partido durante a reunião do Conselho de Ética para não desgastar-se junto à opinião pública.

NOMEAÇÕES LIGAM GABINETE DE SARNEY AOS ATOS SECRETOS


Sócia de neta do presidente do Senado afirma ter recebido avisos de servidores dele nas duas vezes em que foi nomeada

Zenicéia Silva de Assis diz que, devido a problemas financeiros, pediu emprego ao filho do senador, mas nunca assumiu os cargos

HUDSON CORRÊA
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sócia de uma das netas do senador José Sarney (PMDB-AP), Zenicéia Silva de Assis, 41, foi nomeada duas vezes para cargos no Senado por meio de atos secretos. Questionada pela Folha, que obteve cópia desses documentos, a empresária contou que havia pedido emprego a Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, e que foi avisada das duas nomeações por servidores que trabalham no gabinete de Sarney.

O caso de Zenicéia é o primeiro a ligar diretamente o gabinete de Sarney aos atos secretos. Nos anteriores, ou não havia provas de ligação com Sarney ou este dizia que as contratações, mesmo que beneficiassem seus parentes, tinham acontecido sem seu conhecimento e eram de responsabilidade de terceiros, notadamente o ex-diretor-geral Agaciel Maia. Foi o argumento, por exemplo, usado por ele para se eximir de culpa pela nomeação do namorado de outra neta.

"Os assessores do presidente Sarney me avisaram das nomeações", disse Zenicéia. E deu os nomes: Francisco Lima Júnior (chefe de gabinete do senador), Maria Vandira Peixoto (secretária), Wanderley Ferreira de Azevedo (ajudante de ordem) e Aluísio Guimarães (segurança até abril).

"Quando eu me encontrava com o Fernando [Sarney] e com a Adriana [neta do senador], falava: poxa, me ajuda, arruma alguma coisa para eu fazer. Sempre pedia: se aparecer uma vaga, me arruma", disse. A revelação da existência de nomeações por atos secretos que tinham o conhecimento do gabinete de Sarney pode reacender a crise no Senado.

Anteontem, graças a uma manobra que contou com o apoio do presidente Lula e os votos do PT, todas as acusações contra o senador foram engavetadas pelo Conselho de Ética. Sarney falou que a situação estava "normalizada" e que "ultrapassamos uma fase".

Nomeações

A primeira nomeação de Zenicéia aconteceu em setembro de 2007. Assinado por Agaciel, o ato a indicava para o cargo de assessora do Conselho Editorial, órgão do Senado que cuida da edição de livros históricos e que é presidido por Sarney.

A outra nomeação, datada de dezembro de 2008 e assinada pelo então diretor-adjunto, Alexandre Gazineo, foi para o órgão central de Coordenação e Execução do Senado.

O primeiro ato só foi incluído no sistema de informações do Senado em maio deste ano; o outro, em abril. O regulamento da Casa exige que as decisões administrativas sejam imediatamente divulgadas. Sob a acusação de ocultá-las propositalmente, Agaciel responde a processo administrativo que pode levar à sua demissão. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal.

Zenicéia não apresentou documentos para consumar a contratação em nenhuma das duas vezes por ter considerado o salário baixo. A Folha apurou que a vaga do Conselho Editorial correspondia a remuneração de R$ 2.794,18. "Nunca recebi um centavo e não sabia que o ato era secreto." Até abril deste ano, a empresária era sócia de Maria Adriana Sarney, 24, filha de Fernando, em duas agências de publicidade: Zippy Comunicação e MSZ Representação Comercial Consultoria e Participações.

Zenicéia disse que pediu emprego no Senado porque a sociedade não ia bem. Uma promoção de shows, segundo a empresária, deu prejuízos de R$ 70 mil. Em dificuldades, ela resolveu pedir ajuda à família Sarney, cuja casa diz que frequentava com regularidade. Atualmente, só a Zippy está ativa. É uma sala fechada no Centro Empresarial Norte. A MSZ foi extinta em setembro.

Em 2006, a Zippy recebeu R$ 62,3 mil do Ministério da Saúde. Zenicéia nega ter sido beneficiada em contratos com o governo em virtude da amizade com a família Sarney. Declarou, pelo contrário, que saiu prejudicada desde que a imprensa divulgou, em 2008, que a PF investigava os negócios de Fernando -hoje indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. "Me carimbaram um bigode muito grande na testa. Todo mundo me liga a eles e fecha as portas."

Colaborou ADRIANO CEOLIN, da Sucursal de Brasília