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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

FUNDAÇÃO JOSÉ SARNEY ATRASA PAGAMENTO DE CACHÊS DO VALE FESTEJAR

Por Raimundo Garrone

Os artistas que se apresentaram no Vale Festejar no Convento das Mercês ainda não receberam o pagamento de seus cachês, é o que nos informa um indignado compositor, que por razões óbvias prefere o anonimato.

O Vale Festejar é promovido pela Fundação José Sarney e patrocínio da Vale e apoio do governo federal e Banco do Brasil.

Em edições anteriores os artistas recebiam seus pagamentos logo após o término da programação.

Segundo este compositor indignado e anônimo ( “se falo o meu nome, entro na lista negra de Bulcão”, justifica) há uma promessa para que os pagamentos sejam efetuados nesta segunda-feira.

A Fundação José Sarney enfrenta uma série de denúncias por desvios de recursos da Petrobrás e teve na última terça-feira um pedido de intervenção solicitado pelo Ministério Público.

A intervenção é resultado do não cumprimento dos prazos estabelecidos pela Promotoria Especializada em Fundações e Entidades de Interesses Sociais para que os membros do conselho curador e da diretoria executiva fossem afastados.

Dentre os que serão obrigados a deixar o conselho da FJS está Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney.


O MUNDO DE SARNEY


Por Lauro Jardim

A coluna de José Sarney na Folha de S.Paulo traz hoje algumas impressões do presidente do Senado em um texto intitulado “O mundo de ontem”. As frases falam por si só:

OS PESSIMISTAS

Não se pode julgar as instituições pela realização imperfeita dos seus valores, por aqueles que, imbuídos de individualismo e hipocrisia, vivem de atacá-la. Felizmente, a história não guarda o nome desses pessimistas, cassandras da maledicência e predadores da justiça”.

MÉTODOS HETERODOXOS

“Vivemos um tempo de mudanças, em que a composição do corpo político democratizou-se, saiu do círculo de fogo elitista das camadas mais privilegiadas e desceu às massas, a operários e trabalhadores, a líderes populares, que às vezes chocam pela formação de buscar objetivos mesmo com métodos heterodoxos. Mas é uma transformação que veio para ficar. Isso faz com que os julgadores apressados julguem um retrocesso, mas não é, é um avanço social”.

BEM VS. MAL

Os avanços do mundo foram os momentos da construção de pontes para continuar caminhos. É essa ainda nossa tarefa, e não construir fossos para separar os homens entre uns condenados à perdição e outros à salvação”.


MANIFESTAÇÃO NA AVENIDA PAULISTA LEMBRA CRISE NO SENADO


Algumas pessoas tinham máscaras e adesivos com a frase ‘Fora Sarney’.
Cerca de 4.500 pessoas participaram do protesto, de acordo com a polícia.

Do G1, em São Paulo

Algumas pessoas aproveitaram uma manifestação realizada nesta sexta-feira (14) na Avenida Paulista para protestar contra a crise no Senado, usando máscaras e adesivos com a frase “Fora Sarney”. Cerca de 4.500 pessoas participaram do protesto, de acordo com a Polícia Militar, que tinha como objetivo reivindicar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Além de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), representantes de movimentos sindicais, populares e estudantis estiveram no ato. Os manifestantes encerraram o protesto na região do Museu de Arte de São Paulo (Masp) por volta das 13h40.

De acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, a manifestação foi realizada em mais de 100 cidades do país. “Os movimentos sociais têm que se organizar além da especificidade de cada um pelo bem comum do trabalhador”, afirmou.

Os manifestantes ocupavam, às 12h30, duas faixas do sentido Consolação da Avenida Paulista. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) recomendou na manhã desta sexta-feira (14) que o motorista evite circular pela região. As ruas que atravessam a Avenida Paulista ficaram com trânsito mais complicado, porque foi necessário bloquear por alguns minutos as vias para a passagem dos manifestantes.

Os integrantes do MST que participam do ato saíram de frente do Estádio do Pacaembu por volta das 10h30. Eles passaram pela Avenida Doutor Arnaldo, o que chegou a provocar 1,7 km de filas no sentido Consolação. No momento em que caminhavam no sentido Paraíso da Avenida Paulista, o tráfego ficou lento por 2,3 km na via.


PRISÃO DE 9 ESTUDANTES ESQUENTA O MOVIMENTO "FORA SARNEY"

Por Sizan Luiz

Foi a truculência da Polícia do Senado que acabou dando visibilidade pública ao movimento que pretende afastar o senador José Sarney (PMDB/AP) da presidência e instituir uma faxina ética naquela Casa do Congresso Nacional. Agora, o movimento deverá sair com mais força do mundo virtual e das tribunas do parlamento para ir às ruas, em todo o país.

Uma reunião havia sido realizada na quinta, 13, pela manhã, na sede nacional da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, em Brasília, para concluir que o movimento pela moralização do Senado Federal precisava ganhar as ruas. Além dos deputados federais Janete Capiberibe (PSB/AP), Chico Alencar (PSOL/RJ) e Ivan Valente (PSOL/SP), dos senadores Pedro Simon (PMDB/RS), José Nery (PSOL/PA), Cristovam Buarque (PDT/DF), Arthur Virgílio (PSDB/AM) e João Capiberibe (PSB/AP) estiveram presentes representantes da própria OAB, da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, além de movimentos sociais, estudantis e ONGs.

O senador Arthur Virgílio propôs, inclusive, a renúncia coletiva dos senadores e nova eleição em 90 dias para que os eleitores escolham novos senadores. Esta reunião, mesmo bastante divulgada, praticamente não apareceu nos veículos de comunicação e foi ignorada pela população. Mas repercussão aconteceu depois, com a prisão de 9 estudantes, dois deles menores, que faziam uma manifestação ruidosa próximo ao plenário do Senado Federal, no final desta quinta. Avisados que não poderiam manifestar-se naquele lugar, eles estava se retirando quando a Polícia do Senado começou a arrancar faixas e cartazes e arrastou os estudantes, presos, para o Departamento de Polícia Legislativa.

A deputada Janete Capiberibe, que estava no Salão Verde da Câmara, foi informada por um servidor da Casa que os estudantes tinham sido retirados à força do local e levados uma sala que serve para interrogatórios, no subsolo da ala onde fica maioria dos gabinetes dos senadores. Naquele lugar, a construção de uma cela foi interrompida recentemente.

"Os estudantes foram constrangidos no seu direito de manifestação política. Eles ficaram aliviados quando disse que ficaria com eles até que fossem liberados", recorda a deputada. Junto com a socialista, chegaram os senadores Cristovam Buarque (PDT), José Nery (PSOL), Eduardo Suplicy (PT) e Valter Pereira (PDMB).

"Disse aos estudantes que iniciei minha militância com 16 anos, quando lutava contra a ditadura militar, e que continuo na militância até hoje para incentivá-los a continuar fazendo política", contou a deputada Janete, logo depois que saiu da sala fechada onde ficou com os estudantes, os senadores e os policiais legislativos. Para ela, a polícia foi agressiva durante o interrogatório, mas acredita que a intimidação poderia ter sido pior se os parlamentares não estivessem lá.

"Houve tortura psicológica dos estudantes", acredita. "Havia uma determinação expressa do presidente Sarney para indiciar e intimidar os estudantes com o objetivo de inibir novos protestos no Senado Federal. Um dos policiais ligou diretamente para o presidente do Senado na nossa frente", relata a deputada.

Os dois estudantes menores de 18 anos, uma garota e um garoto, foram liberados com a chegada dos seus pais. Os sete maiores foram indiciados em inquérito por perturbação da ordem, mas não se inibiram. Ao serem liberados, disseram que serão feitas tantas manifestações quantas forem necessárias para afastar o senador Sarney e os maus políticos do Senado Federal. Na mesma hora, convocaram uma nova manifestação, para o sábado, 15, às 14 horas, em frente ao Congresso Nacional, seguida de uma carreata até a residência do senador José Sarney, no Lago Sul.

Conforme decisão das entidades e políticos que participaram no encontro na sede nacional da OAB, deverão acontecer, ainda sem datas definidas, uma vigília no plenário do Senado Federal, um plebiscito entre os senadores para decidir pela permanência ou não do senador Sarney na presidência da Casa e uma manifestação na rodoviária de Brasília, além da articulação política para o desarquivamento das denúncias contra José Sarney. As entidades também resolveram que poderão promover um ato público no Amapá, estado por onde o senador Sarney foi eleito.

As entidades consideraram bastante importante as presenças de João Capiberibe e da deputada Janete Capiberibe, calorosamente recebidos na reunião e apontados como símbolos da resistência ao coronelismo do senador Sarney no Amapá e no Brasil. A cassação do senador João Alberto Capiberibe (PSB) foi lembrada várias vezes, como pelo senador José Nery (PSOL): "Sarney, e sua gangue, tramou para retirar-lhe (do senador Capiberibe) o mandato legitimamente conquistado".


MTV DEBATE FICA FORA DO AR NO MACAPÁ, EM PROGRAMA SOBRE O CASO SARNEY


Por Carol Tavares

Nesta semana, o MTV Debate, apresentado por Lobão, falava da crise no Senado e toda essa história de #foraSarney. No meio do programa, alguns twitteiros do Amapá questionavam o porquê de a transmissão do canal ter sido cortada justamente naquele momento. Lembrando que o local elege Sarney desde 1990, não há como saber se houve boicote ou não, mas eles suspeitam do assunto. "Não fiquei sabendo de queda de energia no bairro da MTV Macapá, não posso afirmar que foi boicote, mas estranho foi. A transmissão parou no início do terceiro bloco, sintonizei à 0h30 de novo e não tinha voltado", contou o funcionário público José Alípio Diniz de Moraes Júnior, 27 anos (@junior). A reportagem ligou para a Companhia de Eletricidade do Amapá, fazendo-se passar por morador, e a resposta foi: "não faltou energia por esses dias na região".


De qualquer forma, a gerente de Opec da MTV Macapá, que é uma afiliada da MTV, confirmou que, de acordo com o livro de ocorrência e circuito interno de vídeo, a energia faltou exatamente às 23h33 (ou seja, depois do horário de fim do programa Debate) do dia 11, retornando apenas às 3h20 de 12 de agosto. "Está ocorrendo em Macapá, nos últimos dias, frenquente 'queda' de energia. Situação que nós não podemos administrar", completou. Quem confirma é o proprietário da padaria localizada ao lado da MTV Macapá, Gilberto Casimiro de Sousa: "está tendo falta de energia por aqui. A gente tem que levantar de noite e sair correndo para desligar o freezer. Mas sabe o que é, estamos no começo do verão e estou começando a ficar preocupado com racionamento... Já teve época em que tivemos apagão por aqui". É importante ressaltar que a MTV Macapá se comprometeu a solucionar a questão adquirindo um gerador.

Outros membros do Twitter comentaram o assunto. @Camilo40 e @diegoisidoro também acharam estranho o corte, como você confere nas imagens. "Em época de eleição, é comum rádios saírem do ar quando adversários de Sarney, Gilvam Borges e Waldez Góes (governador) estão dando entrevista ou algo parecido. Acredito sim [no boicote]. Aqui no Amapá, a mídia é dominada por amigos de Sarney, que, ao longo de 19 anos dele por aqui, conseguiram 97% das concessões de rádios e televisões. Eu mesmo fui processado por Sarney, em 2006, quando reproduzi uma matéria da Veja no meu blog (www.alipiojunior.com.br), assim como Alcinéa Cavalcante, Chico Terra, Alcilene (só procurar pela campanha Xô Sarney). O único lugar que temos liberdade no Amapá é a internet. Você pode verificar também os comentários do Deputado Estadual Camilo Capiberibe (@Camilo40), que estava acompanhando o debate na hora e twittou isso. Diego Isidoro também comentou (@diegoisidoro)", completa.

No mês passado, o Estado de S. Paulo foi abertamente proibido de publicar gravações em áudio que revelavam ligações de Sarney com os atos secretos. O pedido da censura foi feito pelo próprio filho do senador, Fernando Sarney.

O brasileiro sabe protestar?

Apesar das evidências apontarem para Sarney, ele se mantém firme e forte no Senado. Uma campanha também via Twitter, o #foraSarney, tentou algumas manifestações no mês passado, mas a maioria das pessoas não compareceu aos locais e horários combinados. O brasileiro, afinal, tem preguiça de protestar? "A questão de se o brasileiro tem ou não uma cultura de protesto é muito relativa. Depende do contexto histórico. No episódio das manifestações que levaram à renúncia, digo, ao impeachment de Collor, as manifestações de protesto foram um fator muito importante. Já no que se refere ao 'caso Sarney', elas não estão tendo quase nenhum efeito. Mas o problema está na desmoralização das casas representativas que, para o povo em geral, não contribui para nada, tem um lado muito negativo. Há um desinteresse pela política que pode ajudar a explicar a apatia das reações", explica Chico de Oliveira, que é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutor pela Universidade de São Paulo, além de ter diversos livros publicados.

Caso queira acompanhar as próximas manifestações, confira as datas publicadas no site Forasarney.com.br.


DESEMBARGADOR NEGA RECURSO E DIZ SER 'COMPETENTE PARA ATUAR' EM CASO DE JORNAL


‘O Estado de S. Paulo’ foi proibido de divulgar dados de Fernando Sarney.
Ele deveria se declarar suspeito 'pela proximidade com a família', diz jornal.

Diego Abreu
Do G1, em Brasília

O desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), negou nesta sexta-feira (14) mais um recurso protocolado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” contra decisão do último dia 31, na qual ele proibiu o veículo de publicar qualquer informação que esteja sob segredo de justiça referente ao inquérito da Operação Boi Barrica, que investiga Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

No dia 5, o jornal havia pedido que Vieira se declarasse impedido de julgar o caso “devido à sua proximidade com a família Sarney”. Em sua análise, definida nesta tarde, o desembargador “se julgou competente para atuar no caso”, segundo informações da assessoria de imprensa do TJDFT.

Em sua decisão liminar (provisória) tomada no fim de julho, o desembargador atendeu ao pedido formulado pela defesa do filho do presidente do Senado, estipulando multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada pelo jornal que descumpra a ordem. Em sua justificativa, Dácio Vieira alertou que a medida foi tomada para evitar “lesão grave e de difícil reparação” a Fernando Sarney.

O julgamento definitivo do caso pode ocorrer na próxima quarta-feira (19), quando os membros da 5ª Turma Cível do TJDFT se reúnem para a sessão semanal de julgamentos.

Na quinta-feira (13), o desembargador Waldir Leôncio, também do TJDFT, já havia negado um pedido do jornal, que solicitava em um mandado de segurança que a Justiça reconhecesse o “direito líquido e certo” de publicar notícias, afastando assim um “ato manifestamente ilegal ou inconstitucional de uma autoridade”.

No despacho de ontem, Waldir Leôncio indeferiu o pedido de liminar (decisão provisória) e concedeu dez dias de prazo para que o colega Dácio Vieira envie informações sobre o caso. Depois disso, Leôncio ainda vai pedir um parecer do Ministério Público do DF sobre o caso.

Repercussão

No começo do mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse ao G1 estar “preocupado” com a decisão de Dácio Vieira. Para ele, o despacho não pode servir de precedente para limitar a atuação da imprensa.

“Me preocupa, porque, na minha compreensão pessoal, esse fato [a decisão do TJDFT] não pode ser ponto de partida para brecar a liberdade de imprensa”, argumentou Mello, para quem caberia para esse caso uma ação cível ou penal por dano moral contra o jornal, caso houvesse extravasamento.

Já o ministro da Justiça, Tarso Genro, entendeu que não houve censura na decisão. Segundo ele, porém, se trata de uma decisão juridicamente insustentável. “Não acho que seja uma censura. Acho que é uma decisão que juridicamente não se sustenta”, disse no último dia 6. Tarso acrescentou que a decisão “certamente será revisada”.

Operação Boi Barrica

No dia 22 de julho, na reportagem “Gravação liga Sarney a atos secretos”, o jornal revelou o teor de diálogos gravados durante a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. As gravações mostram o empresário Fernando Sarney conversando com o pai sobre a nomeação de um suposto namorado de sua filha no Senado.

Na sequência de sete diálogos, além do filho de Sarney e do próprio presidente do Senado, também aparecem a neta e o neto de Sarney.

A Operação Boi Barrica investiga as atividades empresariais de Fernando Sarney. Foi a partir do monitoramento das ligações telefônicas do empresário que os agentes gravaram as conversas com o presidente do Senado.


VIRGÍLIO LIGA ALIADOS DE SARNEY E AGACIEL A NOVOS ATOS


CAROL PIRES - Agencia Estado

BRASÍLIA - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), acredita que funcionários ligados ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e ao ex-diretor geral da Casa Agaciel Maia sejam responsáveis pelos 468 novos atos secretos descobertos na Casa. "Isto tem o dedo do Agaciel (Maia) e dos filhotes dele. Porque depois de tantos anos no poder, isto gera filhotes e cria uma máquina espúria", disse. Além desses, já haviam sido identificados 511 atos com nomeações de servidores e concessões de benefícios sem a publicação exibida por lei.

Os 468 novos atos foram editados entre 1998 e 1999, quando o ex-senador (já falecido) Antonio Carlos Magalhães era presidente do Senado, e foram incluídos no sistema de publicação da Casa dois dias após a conclusão de levantamento sobre os outros cerca de 500, que foram revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Para o tucano, inserir os novos atos secretos no sistema de publicação pode ter sido uma "estratégia diversionista" do grupo de servidores pró-Sarney para tirar o presidente do foco da crise. "Não é estranho, depois de terminado o estudo, aparecer mais atos? Acho estranho, é uma manobra diversionista, joga para cima do ACM para mostrar que não era só o Sarney."

Agaciel Maia foi nomeado diretor-geral do Senado por Sarney na primeira das três vezes que o peemedebista presidiu a Casa. Maia ficou 14 anos no cargo até ser exonerado no início do ano, sob denúncia de que teria ocultado da Justiça uma casa avaliada em R$ 5 milhões em um bairro nobre de Brasília.

Conta

Até mesmo o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que é da base aliada, acha "estranho" a descoberta. "Os atos secretos são resultado da péssima administração do Senado. Chega ao ponto de acusar o ACM. Acusar mortos é injustiça. Acusar o ACM de atos secretos, como vamos saber? Vamos ter que jogar búzios na Bahia para descobrir", ironizou o parlamentar.

Salgado também atribui a responsabilidade dos atos secretos ao ex-diretor Agaciel Maia, mas suspeita da participação de senadores no esquema de edição dos atos sigilosos. "O Agaciel está pagando a conta inteira. Mas quem dera tivesse uma câmera filmando todo mundo que ia falar com ele. Não é possível que ele tenha ficado 14 anos no poder e tenha sido odiado por todos (...) Mas escolher só um para pagar a conta, com isto eu não concordo", afirmou Salgado, que faz parte da tropa de choque do senador José Sarney.


DEU NO ESTADÃO: BRAÇO DIREITO DE LOBÃO É EXONERADO


O assessor de comunicação do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), Antônio Carlos Lima, foi exonerado ontem do cargo de confiança que ocupava no ministério. Em troca, ocupará uma vaga no conselho de administração da Eletrobrás, segundo informação da assessoria de imprensa da pasta.

Pipoca, como Lima é conhecido, aparece no esquema de desvio de recursos da Petrobrás pela Fundação José Sarney no Maranhão. Ele é braço direito de Lobão e já foi secretário de Comunicação de Roseana Sarney no governo do Maranhão.

Sua exoneração do cargo comissionado foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Segundo o ministério, ele é funcionário de carreira do governo do Maranhão e, agora, foi cedido para o conselho da Eletrobrás, mas pretende continuar auxiliando Lobão, aliado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A Eletrobrás é um braço político da família Sarney no governo federal e foi alvo de investigação do inquérito da Polícia Federal que apurou ligações de Fernando Sarney, filho do senador, com a estatal. O diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobrás, Astrogildo Quental, foi indicado por Sarney ao cargo.

Em 9 de julho, o Estado revelou que a mulher de Antonio Carlos Lima foi sócia de uma empresa, a Ação Livros e Eventos Ltda., que recebeu recursos da Fundação José Sarney oriundos da Petrobrás.

Reportagem publicada em julho mostrou que a entidade desviou R$ 500 mil de patrocínio da estatal para empresas fantasmas. Das 34 notas fiscais emitidas pela Ação Livros e Eventos, que somam R$ 70 mil, 30 são sequenciais - é como se a firma tivesse apenas a Fundação José Sarney como cliente.

Pipoca é irmão de Félix Alberto Lima, dono de outra empresa, a Clara Comunicação, que recebeu por serviços de digitalização nunca executados para a Fundação José Sarney. (Leandro Colon / De O Estado de S. Paulo)


SARNEY: O DEMOCRÁTICO


Por Adalberto Piotto

"Era uma vez a Arena
Era uma vez o PDS.
Era uma vez a Nova República.
Era uma vez o mandato de quatro anos. Sarney aumentou pra cinco, lembra-se?
Era uma vez senador de um Estado ser eleito pelo mesmo Estado.
Era uma vez o Sarney que disse, semana passada, ser favorável à liberdade de expressão.
Era uma vez a biografia que ele acreditava ter.

O chão das convicções democráticas ruiu um pouco mais.

Hoje, Sarney tomou duas decisões que chamam a atenção:
- decidiu mudar o comando da comunicação no Senado. Substituiu Ana Lúcia Novelli por Fernando Cesar Mesquita. Comentei com Roseann Kennedy na Crônica do Planalto (http://tinyurl.com/dl2af9) que a manobra sugere a troca de uma funcionária de carreira com compromisso com o Senado por um assessor com compromisso com o senador, visto que Mesquita é próximo de Sarney há mais de 20 anos.

- E durante uma solenidade, na qual aproveitou para dizer que a crise é política, só permitiu a participação da imprensa oficial da casa. Os demais repórteres, que têm denunciado a calamidade do Senado, ficaram de fora.

É Sarney, o democrático."


GOVERNO JÁ SE ARMA PARA REBATER CRÍTICAS DE MARINA


Planalto vai retrucar que desmatamento caiu depois que ela deixou o ministério

Lula não fará apelo para que a senadora fique no PT e avalia que ela não tem um discurso amplo, mas um "samba de uma nota só"

KENNEDY ALENCAR
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Informado por aliados de que Marina Silva deixará o PT para disputar a Presidência pelo PV em 2010, o governo federal já engatilhou um discurso para rebater eventuais críticas da senadora do Acre.

Primeiro torpedo: o desmatamento caiu depois que Marina deixou o Ministério do Meio Ambiente, em maio de 2008. Entre agosto de 2008 e junho de 2009, o desmatamento na Amazônia teve queda de 55%.

Segundo torpedo: como responsável pela área ambiental por quase cinco anos e meio, ela não teria autoridade para fazer críticas ao governo.

A Folha ouviu esses dois argumentos de um auxiliar direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que avaliou que a eventual candidatura de Marina terá dificuldade para encontrar discurso contra a também eventual candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Nas palavras de um ministro, Carlos Minc, que substituiu Marina, seria mais eficiente.

Aliados de Marina lembram que ela deixou o governo, de surpresa, alegando que fazia tal movimento para chamar a atenção sobre o crescimento do desmatamento e forçar Lula a tomar medidas para que houvesse redução. Ou seja, como o desmatamento crescia, sua saída colocou o presidente na defensiva e o fez adotar medidas que reduziriam a derrubada de árvores na Amazônia a partir de agosto de 2008. Daí o dado de queda de 55% em 11 meses.

Lula já disse a auxiliares que não pretende procurar Marina para apelar para que ela fique no PT. Ele acha que ela não terá um discurso amplo, mas de "samba de uma nota só".

Enquanto foi ministra, Marina travou várias batalhas com Dilma e outras áreas do governo. Aliados da senadora dizem que ela só saiu depois de ter insistido bastante e que isso lhe credenciaria, sim, para atacar a política ambiental de Lula.

Dois aliados de Lula, o ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) e José Sarney (PMDB-AP) informaram o Planalto que Marina já acertou a filiação ao PV e a postulação presidencial. O discurso ainda cauteloso buscaria apenas ganhar tempo.

Sarney disse a Lula que seu filho, o deputado federal Zequinha Sarney (PV-MA), já havia confirmado o acordo para a filiação de Marina. Zequinha é líder do PV na Câmara.

Por ora, o discurso do governo é de que a eventual candidatura de Marina não abalará Dilma profundamente.

Nas palavras de um ministro, ela deverá ter um desempenho que ficaria entre o de Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) no primeiro turno de 2006. Heloísa obteve 6,9% dos votos válidos. Buarque, 2,7%.

No PT, porém, o temor de um estrago na eventual campanha de Dilma é bem maior. O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), juntamente com outros petistas, fez um apelo na noite de anteontem para que Marina Silva não troque o partido pelo PV. Fontana mostrou preocupação com a disputa de 2010, caso a senadora decida por ser candidata à Presidência.

E enquanto ouvem os apelos dos petistas, as lideranças do PV já estão de olho nas possíveis alianças para a eventual candidatura de Marina. Além de Cristovam Buarque (PDT-DF), o PSOL foi apontado como provável aliado. O partido realiza um congresso nacional no próximo dia 21, quando vai discutir o novo cenário.


MOVIMENTO "FORA SARNEY" PREPARA MANIFESTAÇÕES NO PAÍS

da Folha Online

O movimento "Fora Sarney" prepara para este sábado protestos em diversas cidades do país pela saída do senador José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. O movimento tem um perfil no Twitter e uma página na internet.

As manifestações serão realizadas a partir das 14h simultaneamente em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Goiânia, Maringá, Londrina, Curitiba, Vitória e Recife.


Em São Luís, o protesto será realizado a partir das 9h, na praça João Lisboa. O horário diferente é devido à concentração de pessoas no centro da cidade aos sábados.

Os organizadores pedem que as pessoas vistam roupa preta e levem faixas, cartazes e bandeiras do Brasil.

No mês passado, o movimento realizou uma "passeata virtual" pedindo a saída de Sarney da presidência. Na ocasião, os integrantes do movimento enviaram um banner por e-mail, SMS, além de mensagens no Twitter, em blogs e em sites incluindo o termo "Fora Sarney" em protesto contra a permanência do peemedebista no comando da Casa. Também foram enviadas mensagens para os senadores.

Sarney sofre pressão para deixar a presidência do Senado por suspeita de tráfico de influência, ocultação de informações à Justiça Eleitoral, responsabilidade pelos atos secretos, além de supostas irregularidades na Fundação José Sarney, envolvida em denúncias de irregularidades com a Petrobras. Sarney nega as acusações.

Na semana passada, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), rejeitou as 11 acusações contra Sarney que foram apresentadas ao colegiado. A oposição recorreu da decisão de Duque.


PT RESISTE A TROCAR SENADORES NO CONSELHO DE ÉTICA

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Oposição e aliados do governo no Senado não têm dúvida de que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), vai se manter no cargo. A dificuldade do Planalto e do PMDB para enterrar no Conselho de Ética as denúncias contra o senador, hoje, é enquadrar o PT. Os governistas decidiram ganhar tempo e o conselho só deverá se reunir na próxima quinta-feira. Antes, terão de superar o impasse criado pelo líder petista Aloizio Mercadante (SP), que se recusa a indicar aliados de Sarney para as duas vagas de titular do bloco governista no conselho.

"A reunião da quinta-feira dependerá de circunstâncias favoráveis. Precisamos conversar para termos segurança de que vamos ganhar", explicou o presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), referindo-se à derrubada de 12 recursos contra o arquivamento de ações que implicam Sarney e o líder tucano Arthur Virgílio (AM).

A dificuldade momentânea de sustentar a maioria governista no conselho se deve ao movimento da bancada petista em favor da reabertura de um dos 11 processos contra Sarney, de olho nas eleições de 2010. Das quatro vagas do bloco governista no colegiado, apenas duas estão preenchidas, por João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PCdoB-CE). Como os dois primeiros suplentes - a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) - se recusam a votar, a cúpula do PMDB pediu ao presidente Lula que enquadrasse o PT e Mercadante.

Renan e Sarney não admitem "ficar nas mãos" dos outros dois suplentes do bloco, os petistas Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR). A saída que o PMDB exige é a de forçar o líder do PT a preencher as duas vagas com o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.