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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

SENADORES REAGEM À DECLARAÇÃO COLLOR PARA QUE SIMON "ENGULA" SUAS PALAVRAS

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Senadores da oposição saíram em defesa do senador Pedro Simon (PMDB-RS) nesta segunda-feira depois que o peemedebista trocou ofensas no plenário da Casa com os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) --que chegou a pedir para Simon "engolir" suas palavras. Há mais de uma hora, Renan e Simon discutem de forma acalorada no plenário depois que Simon defendeu o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Coube à oposição e ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) a defesa pública de Simon. A maioria dos governistas optou pelo silêncio, com exceção dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Flavio Arns (PT-PR) e Eduardo Suplicy (PT-SP).


"Vossa Excelência vai à tribuna falar em paz e é agredido. Não vi manifestação da presidência desta Casa para mandar retirar das notas taquigráficas um senador mandar o outro engolir e digerir da maneira que achar conveniente as suas palavras. Esse é o retrato do Senado que encontramos hoje", reagiu Jarbas.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), por sua vez, disse que Simon tem um "itinerário de decência e dignidade" reconhecido por todos os parlamentares. "Vossa Excelência tem minha solidariedade porque, da tribuna, está ecoando essa indignação nacional que não pode ser ignorada por quem quer que seja. Quando se pede a renúncia do presidente Sarney, se pede justamente para preservar a instituição", afirmou Dias.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que faz coro com Simon para que Sarney deixe a presidência da Casa. "Não estou disposto a recuar, vou apresentar representação contra quem quer que seja. Imagino que Vossa Excelência não será atendido, não será desta vez. Cada um cumpra com o que a sua consciência tem que mandar. O Senado está sangrando demais e não contribui o clima que está se estabelecendo aqui nesta Casa."

Cristovam disse que o povo não quer que Simon "engula" nada, em referência à frase de Collor para o peemedebista. "Não engula nada, senador Simon. O povo brasileiro precisa que o senhor externe as coisas nesse momento", disse Cristovam.

Na discussão com Simon, Collor disse que o peemedebista deveria engolir e "digerir como achar conveniente" qualquer palavra em que for mencionar o petebista. "São palavras que não aceito sobre mim e minhas relações políticas. São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como achar conveniente. As minhas relações com o senador Renan Calheiros são relações conhecidas, são relações das quais em nenhum momento eu me arrependi", afirmou.

Simon disse que não "engole" palavras, mas diz o "que tem que ser dito" no momento em que desejar dizê-las.

Acusações

Principal defensor de Sarney no plenário do Senado, Renan duelou com Simon ao longo da sessão plenária. Em cada momento que Simon mencionava os processos que enfrentou no Conselho de Ética em 2007, Renan pedia que o peemedebista não relembrasse episódios que causaram transtornos à sua vida pessoal.

"Respeite os meus valores pessoais. Eu já sofri tanto com isso. Já respondi a tudo, não há nada contra mim", disse Renan.

Simon reagiu ao afirmar que, em nenhum momento, lembrou as denúncias contra Renan --apenas sugeriu que Sarney renuncie ao cargo, assim como o líder peemedebista fez em 2007. "Eu não estou dizendo nada. Estou dizendo que Vossa Excelência [Renan] renunciou à presidência. Renunciou porque quis à presidência", disse.


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