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terça-feira, 25 de agosto de 2009

CRÍTICOS BUSCAM CRISE POLÍTICA PORQUE CRISE ECONÔMICA NÃO PROVOCOU "COLAPSO", DIZ LULA

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (25) que os críticos buscam uma crise política porque a crise financeira mundial não provocou um "colapso" no Brasil como ocorreu em outros países.

“Esses críticos, sem discurso para o país, são os mesmos, também, que antes da crise externa menosprezavam os investimentos de centenas de bilhões de reais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E agora intentam, artificialmente, substituir o colapso econômico que não aconteceu, por uma crise política que só a eles interessa e a ninguém mais”, disse.

De acordo com Lula, “a síntese da diferença entre nós e esses críticos é que mais de 500 mil brasileiros deixaram a linha da pobreza desde outubro de 2008, quando fervilhava o colapso do subprime (sistema de financiamento imobiliário por meio de hipoteca), nos Estados Unidos”.

As declarações do presidente da República foram dadas durante o encontro com lideranças da região do ABC paulista, em São Bernardo do Campo (SP).

O governo tem sofrido pressões da oposição por causa do episódio em que a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, disse ter se encontrado com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. No encontro, segundo Lina, a ministra teria pedido que agilizasse as investigações envolvendo a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


SUPLICY DÁ CARTÃO VERMELHO A SARNEY E BATE BOCA COM HERÁCLITO FORTES

Petista pediu saída de José Sarney da presidência do Senado.
Líder do DEM disse que cartão vermelho deveria ser para Lula.

Do G1, em Brasília



Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Heráclito Fortes (DEM-PI) protagonizaram um bate-boca de cerca de 20 minutos no Senado nesta terça-feira (25) após o petista pedir a renúncia de José Sarney (PMDB-AP) da presidência da Casa. Da tribuna do Senado, Suplicy deu “cartão vermelho” a Sarney e a Heráclito. O primeiro secretário da Mesa Diretora rebateu, dizendo que ele deveria dar cartão vermelho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O arquivamento [das ações contra Sarney] no Conselho de Ética não resolveu. Para voltarmos à normalidade, o melhor caminho é que sua excelência renuncie ao cargo do Senado”, disse Suplicy da tribuna, um dia depois de interromper um discurso de Sarney para questioná-lo sobre a crise na Casa.

O petista disse que avisou Sarney que trataria do tema na tribuna do Senado. "Tendo avisado o presidente Sarney que ia discursar, venho a esta tribuna reiterar que não vejo como o senador Sarney continue na presidência enquanto não explicar satisfatoriamente todos os fatos contidos nas representações perante o Conselho de Ética." Sarney não estava no plenário quando Suplicy foi à tribuna.

Suplicy recorreu à figura de um juiz de futebol para dar "cartão vermelho" a Sarney. “O melhor passo para a saúde do Senado e do próprio Sarney é simbolizado neste cartão vermelho. Que ele deixe a presidência do Senado permitindo que o Senado volte aos seus trabalhos normais”, disse.

O senador Almeida Lima (PMDB-SE) saiu em defesa de Sarney. "Estão enxovalhando a imagem do Senado Federal. O presidente Sarney foi julgado. E o julgamento foi pelo arquivamento das acusações", afirmou. “Nem se precisa se afastar da presidência, nem precisa de investigação. Isso é inteligência mediana.”

Logo em seguida, chegou ao plenário Heráclito Fortes. Ao rebater Suplicy dizendo que ele não estava sendo sincero, a sessão acabou virando um bate-boca entre os dois senadores. “O senador sabe que eu falei a verdade. A mim, ética é muito importante”, declarou, aos gritos, Suplicy. “Vossa excelência quer desviar o assunto. Heráclito Fortes não está sendo justo comigo dizendo que não fui sincero”, afirmou, levantando o cartão vermelho para o senador do DEM.

“Vou mostrar que vossa Excelência não está sendo sincero. Vossa Excelência permite?”, indagou Heráclito. “Nunca lhe vi tão nervoso”, disse o senador do DEM. “Zezinho, um suco de maracujá para o senador, urgente”.

“Vossa excelência se arvora de um direito de juiz que não é para dar cartão vermelho, inclusive a mim”, disse Heráclito. “Claro. Se Vossa Excelência quer distorcer o fato, eu lhe apresento o cartão vermelho” rebateu Suplicy, mostrando o cartão.

A partir daí, Heráclito começou a gritar também. “Vossa Excelência devia guardar esse cartão vermelho para apontar para o presidente Lula, que é o responsável por essa crise toda. E Vossa Excelência não teve coragem de apontar o vermelho. Cartão vermelho para o presidente Lula, que foi quem invadiu o campo, quem invadiu as dependências do Senado. Cartão vermelho para o presidente Lula, que deu cartão amarelo para o líder do seu partido, o [Aloizio] Mercadante.

Heráclito se referia ao anúncio feito pelo líder do PT no Senado, que chegou a anunciar sua saída do cargo, mas recuou após encontro com o presidente Lula.

“Não queira ser juiz de futebol. Levo esse cartão vermelho que me deu como um troféu”, afirmou Heráclito. Segundo ele, Suplicy “só vê para a frente, não vê para os lados”.


BERZOINI COBRA DE FLÁVIO ARNS CONTRIBUIÇÕES PARTIDÁRIAS ATRASADAS

Isabel Braga

BRASÍLIA - O presidente do PT, Ricardo Berzoini, cobrou nesta terça-feira que o senador Flávio Arns (PT-PR) pague as contribuições partidárias que estão atrasadas para deixar o partido.

Arns anunciou que deverá protocolar na quinta-feira, no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), um pedido de autorização para deixar o PT. Ele anunciou sua saída na semana passada depois que o partido ajudou a arquivar os pedidos de investigação contra o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).

- Tão ético como é discutir assunto do Senado é cumprir o estatuto do partido - afirmou Berzoini.

Segundo o presidente do PT, o senador paranaense não paga as contribuições em dia e estaria devendo R$ 66 mil. Além de exigir o pagamento, o PT analisa a possibilidade de pedir o mandato de Arns, baseado na regra da fidelidade partidária.

- O senador Flávio Arns ficou sem pagar a contribuição do PT de 2003 a 2006. Pagou para ser candidato em 2006 e logo que acabou a eleição deixou de pagar de novo. Isso não é ético. Antes de sair tem que acertar as contas - disse Berzoini.

O PT deverá decidir na reunião da Executiva Nacional, dia 17 de setembro, se vai recorrer para obter o mandato de Arns.

Senador disse que PT jogou a ética no lixo

Ao anunciar sua saída no mesmo dia em que a senadora Marina Silva (AC) também deixava o PT, Arns criticou a postura do partido no Conselho de Ética. Disse que o PT tinha "jogado a ética no lixo" e que estava "envergonhado" de fazer parte do partido. Ele também afirmou que "a bancada do PT estava sendo humilhada" .

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Arns "sempre foi muito encrencado" com o PT. Já o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu, e o deputado José Genoino (PT-SP), fizeram duras críticas o senador.


GOVERNO TEME MAIS EFEITO MARINA EM 2O TURNO DE 2010

Por Natuza Nery
BRASÍLIA (Reuters)

O Executivo está fazendo projeções e analisa com frios na barriga os riscos potenciais da candidatura Marina Silva. Eis o mais temido deles em avaliações reservadas: ver a ex-ministra ao lado do PSDB num eventual segundo turno contra Dilma Rousseff, nome do governo.

Marina embarca no Partido Verde no próximo dia 30, aumentando as altas cotações de que está de corpo e mente na disputa de 2010.

"Ela ou deve ser oposição ou independente no segundo turno", disse uma fonte do governo bastante próxima ao presidente. "Acho difícil ela apoiar a Dilma", completou a fonte, sob condição do anonimato.

Seus passos sugerem que, ao menos no primeiro turno, ela não seria oposição, nem governo.

O perigo que Marina encarna para o Planalto neste momento está menos nos votos que ela pode tomar de Dilma e mais em uma aproximação de ocasião com os tucanos. Tudo dependerá do discurso dos candidatos-pólo sobre desenvolvimento sustentável.

"Quem achar que a esquerda se alinhará automaticamente com o PT está muito enganado", disse à Reuters o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro do governo Lula cujo partido está no arco de sustentação do presidente, mas com uma extensa lista de defecções locais.

Cristovam admite a possibilidade de seu partido também engordar o grid de postulantes no ano que vem, a exemplo do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), outro ex-ministro do governo pensando em concorrer.

"É a única candidatura que hoje me entusiasma", afirmou o senador do PDT, referindo-se à possibilidade de repetir a tentativa de chegar à Presidência, como em 2006, quando obteve 2,5 por cento dos votos válidos.

A multiplicação de políticos animados com a sucessão foi catalisada com o anúncio de que Marina Silva deixaria o PT, após 30 anos de militância, passo para realizar um plano para lançar-se na corrida nacional. Quanto mais nomes, mais as chances de segundo turno.

Em pesquisa recente do Datafolha, José Serra (PSDB) figura em primeiro lugar com 37 por cento das intenções de votos. Com 16 por cento, Dilma aparece em segundo lugar em empate técnico com Ciro, dono de 15 por cento.

De acordo com o levantamento, Marina recebeu parcos 3 por cento, mas tende a aumentar esse capital tamanha sua exposição garantida com o desembarque do PT e as especulações de uma candidatura nacional.

SERÁ?

Há base real para se cogitar uma parceria com o PSDB. O futuro PV de Marina serve hoje a dois senhores: integra a coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a base de sustentação do governador de São Paulo, José Serra, favorito nas pesquisas de intenção de voto e principal oponente de Dilma.

A decisão dela, porém, tende a ser programática, não partidária.

"É prematuro supor que Marina, com o histórico político dela, vá apoiar o Serra num eventual segundo turno contra o PT. Isso pode ou não acontecer dependendo dos programas dos dois candidatos (Serra e Dilma) para a questão do desenvolvimento e da sustentabilidade", ponderou Amauri Teixeira, consultor da MCI Estratégia.

"A principal contribuição da candidatura Marina é trazer o tema Meio Ambiente para o topo da agenda eleitoral", acrescentou.


'EU ERREI', DIZ LULA SOBRE VALOR DE DISTRIBUIÇÃO DO PRÉ-SAL DESTINADO À UNIÃO

Ele havia afirmado que 71% do dinheiro do petróleo ficaria para a União.
Segundo a assessoria da Presidência, valor será informado na segunda.

Luísa Brito
Do G1, em São Bernardo do Campo



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (25), que errou ao ter dito que 71% do dinheiro do pré-sal seria destinado à União.

Lula fez a declaração em São Bernardo do Campo, em seu segundo compromisso do dia no estado de São Paulo, um encontro com lideranças de movimentos sociais e políticos do ABC paulista.

Mais cedo, durante o lançamento da pedra fundamental do campus de São Bernardo da UFABC, o presidente havia dito que apresentará a proposta de marco regulatório do pré-sal na próxima segunda-feira (31) e que 71% seria destinado à União. Depois, se corrigiu e disse que 71% é o que falta ser licitado. "Errei", disse Lula.

"Quando a gente manda uma carta para a imprensa que a gente diz uma coisa que é publicada de forma não-verdadeira, muitas vezes a imprensa coloca em baixo 'erramos'. Eu estava vendo, ali na internet, do Alozio Mercadante, esse bichinho [internet] que escraviza o ser humano, de que houve uma má compreensão, ou talvez uma má colocação minha na inauguração da pedra fundamental [da UFABC] sobre a questão do pré-sal. E eu queria dizer o seguinte: se eu falei isso mesmo, não erramos, eu errei", disse Lula.

"Vou fazer a correção aqui. Não é que o governo vai ficar com 71% do petróleo do pré-sal. O que eu quis dizer, na verdade, é que de todo o bloco do pré-sal, 29% já foram leiloados [licitados] nas regras anteriores e que, portanto, o que vai entrar na nova regulamentação são apenas 71% que não tinham sido leiloados ainda", afirmou.

"Apenas para consertar aí, vocês que vão rapidinho ali na internet, naquele tal de Twitter, e colocam as mensagens, por favor, coloque esse mensagem rapidinho. Aloizio já pode colocar no dele já", concluiu. O senador Aloizio Mercadante acompanhou o presidente Lula no evento.

O valor que será destinado à União dos 71% do pré-sal, segundo a assessoria de imprensa da Presidência, será divulgado na segunda-feira. Segundo o presidente, parte desses recursos que serão voltados para a União vão formar um fundo para combater problemas crônicos do Brasil. "Vamos investir em educação, ciência e tecnologia, e para combater a pobreza nesse país", disse Lula, ao anunciar que o marco regulatório do pré-sal será apresentado na segunda-feira.

"Esse que vos fala está tentando que daqui a dez, 15 anos, 20 anos a gente tenha o Brasil numa situação altamente invejável diante dos olhos do mundo. (...) Nós não vamos jogar fora, no século 21, a quantidade de oportunidades que jogamos fora no século 20", disse.

Petrobras

O presidente comentou ainda os investimentos da Petrobras. “Só a Petrobras investirá, até 2012, US$ 174 bilhões. Não existe nenhuma empresa no mundo com esse investimento. É por isso que estamos criando salvaguardas para que as riquezas do pré-sal funcionem como uma poderosa alavanca de uma inédita revolução industrial na história econômica desse país.”

"Não queremos exportar óleo cru. Queremos exportar derivado de qualidade”, disse. Lula afirmou ainda que São Luís, no Maranhão, terá uma refinaria com 600 mil barris por dia produzidos voltados aos Estados Unidos. Ele citou também outra refinaria no Ceará, com 300 mil barris por dia a serem exportados para a Europa.


LULA IRONIZA MERCADANTE AO PEDIR RETIFICAÇÃO PELO TWITTER

YGOR SALLES
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou nesta terça-feira com o uso do serviço de microblog Twitter durante evento em São Bernardo do Campo (Grande SP) da qual participava o senador Aloízio Mercadante (PT-SP), que protagonizou na semana passada uma saia justa devido ao uso do sistema.

Após pedir uma correção sobre informações que ele havia dado em evento pela manhã sobre a exploração do petróleo da camada pré-sal, Lula disse aos jornalistas: "Apenas para consertar aí, vocês que vão rapidinho aí na internet, naquele tal de Twitter e coloca as mensagens, por favor coloca lá a mensagem rapidinho. O Aloízio pode colocar no dele já."


Na semana passada, Mercadante anunciou como "irrevogável" pelo Twitter sua decisão de deixar o cargo de líder da bancada petista no Senado depois que o PT apoiou o arquivamento no Conselho de Ética das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Porém, após se reunir com Lula, Mercadante recuou de sua decisão e decidiu continuar na liderança.

Lula pedia na ocasião que os jornalistas corrigissem a informação que deu durante outro evento, quando afirmou que que 71% do dinheiro do pré-sal seria da União.

"Segunda-feira vou lançar um novo marco regulatório do pré-sal, a nova descoberta de petróleo da Petrobras. E desse dinheiro do pré-sal, 71% daquilo que vai ser do petróleo novo será uma partilha da União", havia dito Lula durante cerimônia de lançamento da pedra fundamental do campus de São Bernardo do Campo da UFABC (Universidade Federal do ABC).

"Quando a gente manda uma carta para a imprensa que a gente diz que uma coisa foi publicada de forma não-verdadeira, muitas vezes a imprensa coloca embaixo 'erramos'. Eu estava vendo ali a internet do Aloizio Mercadante, esse bichinho que escraviza o ser humano. Houve uma má compreensão, ou talvez uma má colocação minha, na inauguração da pedra fundamental, sobre a questão do pré-sal, eu queria dizer o seguinte: se eu falei isso mesmo, não erramos; eu errei", disse.

"Vamos fazer a correção aqui. Não é que o governo vai ficar com 71% do petróleo do pré-sal. O que eu quis dizer na verdade é que, de todos os blocos do pré-sal, 29% deles já foram leiloados nas regras anteriores. E que, portanto, o que vai entrar na nova regulamentação são apenas 71%, que não tenham sido leiloados ainda", corrigiu.


NA TRIBUNA, SUPLICY PEDE RENÚNCIA DE SARNEY DA PRESIDÊNCIA DO SENADO

‘O arquivamento no Conselho de Ética não resolveu’, disse.
Dois dias atrás, ele interrompeu discurso de Sarney para questioná-lo.

Do G1, em Brasília



Dois dias depois de interromper um discurso do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para questioná-lo sobre a crise na Casa, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi à tribuna nesta terça-feira (25) para pedir que o peemedebista renuncie ao cargo.

“O arquivamento [das ações contra Sarney] no Conselho de Ética não resolveu. Para voltarmos à normalidade, o melhor caminho é que sua excelência renuncie ao cargo do Senado”, disse Suplicy.

O petista disse que avisou Sarney que trataria do tema na tribuna do Senado. "Tendo avisado o presidente Sarney que ia discursar, venho a esta tribuna reitrerar que não vejo como o senador Sarney continue na presidência enquanto não explicar satisfatoriamente todos os fatos contidos nas representaçãoes perante o Conselho de Ética."

Suplicy recorreu à figura de um juiz de futebol para dar "cartão vermelho" a Sarney. “O melhor passo para a saúde do Senado e do próprio Sarney é simbolizado neste cartão vermelho, que ele deixe a presidência do Senado permitindo que o Senado volte aos seus trabalhos normais”, disse.


LINA ROMPE SILÊNCIO E APONTA "RECUO PERIGOSO" NA RECEITA

ANDREZA MATAIS
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A ex-secretária de Receita Lina Vieira vai divulgar na noite desta terça-feira uma nota em que chama a exoneração de dirigentes da Receita de "perigoso recuo". Nesta semana, cinco servidores ligados a ex-secretária foram exonerados pelo atual chefe da Receita, Otacílio Cartaxo, e outros 12 pediram para deixar os cargos em retaliação ao que eles alegam ser uma mudança de rumo na Receita.

"Esses colegas são pessoas sérias, de competência inquestionável, cujo único pecado foi o compromisso com um projeto de uma Receita Federal independente e focada nos grandes contribuintes", escreve Lina.


"As instituições de Estado somente poderão exercer o seu papel constitucional se compostas por servidores que primem pela ética no serviço público, imunes a influências políticas de partidos ou de governos. Os governos passam, o Estado fica e, com ele, os servidores públicos."

É a primeira vez que a ex-secretária se manifesta depois de ter confirmado no Senado que se encontrou com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), no final do ano passado, quando teria lhe sido pedido para que agilizasse a fiscalização em empresas da família do senador José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega o encontro e a conversa.

Entre os que foram exonerados está Iraneth Weiller, que era chefe de gabinete de Lina e do atual secretário. Ela confirmou à Folha a versão da ex-secretária.


PSDB SE UNE AO DEM E ANUNCIA QUE VAI DEIXAR O CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO

Os dois partidos têm cinco das 15 vagas do colegiado.
Proposta da oposição é reformular o Conselho.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília


A bancada do PSDB no Senado decidiu nesta terça-feira (25) deixar o Conselho de Ética do Senado. Mais cedo o DEM anunciou a mesma medida. Os partidos têm cinco das quinze vagas no colegiado. A ação é um protesto contra o arquivamento de 11 ações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A proposta da oposição é reformular o Conselho de Ética.

“Já estava decidida a nossa saída e vamos formalizar nesta tarde”, disse o vice-líder tucano, Álvaro Dias (PR).

DEM e PSDB querem trabalhar agora por uma reformulação do colegiado. Os senadores ACM Júnior (DEM-BA) e Marisa Serrano (PSDB-MS) vão coordenar as discussões nesta direção.

A proposta da oposição é que o Conselho abandone a proporcionalidade e se torne suprapartidário. O novo Conselho seria composto por um integrante de cada partido da Casa, preferencialmente pelo líder. O representante não poderia ser suplente, nem responder a processo judicial criminal ou por improbidade administrativa. Não poderia ser indicado também quem tivesse problemas nos tribunais de contas. A proposta será transformada em um projeto de resolução e será debatida ainda internamente.

Retirada

Na segunda-feira (24), o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, defendeu que os partidos de oposição deixassem o Conselho de Ética da Casa porque o colegiado não estaria cumprindo o seu papel. “Eu não fico lá. Vou defender que o partido saia porque o Conselho está descaracterizado e não cumpre o seu papel”, disse o tucano.

Guerra admitiu que a ação é um “mero protesto”, visto que o trabalho do Conselho no caso Sarney já foi realizado. O presidente tucano, no entanto, pediu mais calma na discussão sobre a possível extinção do Conselho.

Guerra defendeu ainda que a oposição organize uma estratégia para a crise. Ele enfatizou que o arquivamento das ações contra Sarney não resolve a situação porque não houve mudança na estrutura da Casa.

O presidente do PSDB, no entanto, descartou a possibilidade de a oposição partir para uma obstrução total em plenário. Ele enfatizou que o ideal é permitir a votação apenas de temas dentro de uma “pauta positiva”.

Discussão na CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pode analisar na próxima quarta-feira (26), a partir das 10h, o projeto de resolução do senador Tião Viana (PT-AC) que revoga o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

A proposta do senador Tião Viana foi apresentada em 2003, após o Conselho de Ética ter feito investigação preliminar e aprovado a abertura de processo contra o então senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) devido ao seu suposto envolvimento com grampos telefônicos na Bahia.

O presidente do Conselho na ocasião, Juvêncio da Fonseca, encaminhou o parecer aprovado para apreciação da Mesa. O relator do processo naquela instância, o senador do Piauí Heráclito Fortes, do extinto PFL, votou e teve seu parecer aprovado pelo encaminhamento da denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pela aplicação de uma censura escrita ao senador Antonio Carlos Magalhães.

O plenário foi convocado, a deliberar sobre a decisão da Mesa. A maior parte dos senadores votou pela rejeição do recurso. Com isso, Tião Viana apresentou seu projeto que extingue o Conselho de Ética –que pode ser avaliado nesta semana pela CCJ.

O relator da proposta de extinção do Conselho de Ética, senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA), apresentou parecer defendendo a rejeição do pedido. "A extinção pura e simples do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, ao invés de clarificar, aos olhos da opinião pública, a dimensão política dos processos de sua competência, poderia produzir mais incertezas e incompreensões", disse.


ROSEANA NÃO QUER SER SARNEY

Por José Reinaldo Tavares

É impressionante observar como a governadora Roseana Sarney tenta ficar fora da mídia no que se refere às denúncias sobre seu pai. E olhem que várias delas a envolveram...

Nenhuma palavra, nenhuma tentativa de defesa. Nada. Logo ela, que está metida em atos secretos até o pescoço, nomeando parentes e amigos (como sua marqueteira que virou diretora). Isso sem contar, naturalmente, o faz-tudo “Secreta”, que recebe um salário de R$ 12 mil do Senado para, entre outras coisas, levar a turma de carteado de Roseana para jogar em Brasília, pagando as passagens com verbas daquela instituição e abrigando-os na própria Residência Oficial da Presidência. Resumindo: participou de tudo, sendo citada várias vezes, incluindo o fato de ter sido beneficiária de recursos “por fora” em sua campanha, depositados pelo seu irmão Fernando, o que acabou vindo à tona por meio da Operação Boi Barrica da Polícia Federal.

Com tudo isso, querem mesmo saber o porquê dela não defender o pai e muito menos o irmão enrolado? Ora, é fácil. Roseana quer passar a impressão de que não pertence à oligarquia; que é filha de Sarney, mas não está enrolada. Que é diferente...

Tudo tática de marqueteiro para não aumentar a rejeição. Ela reza para que a esqueçam. Pensa que assim escapará da rejeição que sufoca Sarney. Esse sistema de mídia montado para dar suporte político ao grupo e destruir a reputação dos adversários a faz imaginar que sairá apenas chamuscada com as coisas que são descobertas da família. Acorda, Roseana! Como separar?

Enquanto isso, o governo biônico que comanda é confuso e sem rumo. Principalmente por sua incompetência e omissão, deixando os secretários soltos, cada um brigando pelo seu naco de poder. Como não há liderança, a brigalhada é inevitável. Não se respeitam e começam a se engalfinhar pela imprensa, já que não existe coordenação.

Na Secretaria de Saúde, por exemplo, a confusão impera. No Consems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), por exemplo, ele cometeu uma enorme irresponsabilidade, pois os conselheiros recém-nomeados tiveram que engolir uma mudança nos critérios de distribuição das verbas do SUS que contraria todas as normas e a lógica do sistema. Essas verbas devem indenizar despesas de saúde nos municípios e, logicamente, os municípios pólos, que conseguem ter uma resolutividade maior e prestar serviços mais amplos naturalmente recebem mais pelos serviços efetivamente prestados.

Na mudança efetuada, instalou-se o samba do crioulo doido (como dizia Stanislaw Ponte Preta, saudoso cronista do jornal “Última Hora”) na saúde do Maranhão. Agora, a municípios que não possuem hospital ou condições de atender doentes reservam-se vultuosos recursos do SUS, retirados dos grandes municípios, que, por acaso, dada a sua população e melhor nível socioeconômico, geralmente são de oposição à família oligárquica.

Assim, o esperto secretario não terá o que pagar, e o dinheiro vai servir apenas para fazer política, pois sua aplicação se dará fora de qualquer critério, a não ser o que preconiza a aquisição de adesões políticas. Mais uma vez quem perde é a população mais necessitada, que sofrerá redução de atendimento.

Exemplo claro dessa manobra: A interrupção dos repasses (cerca de R$ 300 mil mensais) para a excelente UTI neo-natal de Caxias; a paralisação do hospital de Barreirinhas (para onde foram interrompidos os repasses, desde que Ricardo Murad assumiu a Secretaria de Saúde) e a inviabilização do atendimento de saúde em Tuntum, bloqueando verba para o funcionamento de novos hospitais. Enquanto isso, anuncia construção de alguns prédios - que chama de hospitais - sem previsão de médicos, equipamentos, etc.

O governo biônico já acabou com o ‘Saúde na Escola’, um dos melhores e mais importantes programas de governo que o Maranhão já teve. Por meio dele, criamos uma estrutura para atender as crianças das escolas públicas do estado, que antes não tinham como cuidar de cáries dentárias, além de noções gerais de saúde pessoal. Esse programa, que virou referência e era elogiado por todos, também atendia as crianças da família do estudante das escolas públicas. A liderança do programa era dada por Ceres Fernandes, que, comandando um grupo de grande competência e determinação, implantou o programa em mais de 100 escolas públicas. Visitei e inaugurei todas elas.

Não bastasse isso, em sua “volta ao trabalho” às avessas, esse governo acabou também com o “Mutirão da Cidadania”, outro programa de referência que, na capital e no interior do Maranhão, atendeu milhares de pessoas carentes e necessitadas em variados tipos de atendimento de saúde e de serviços básicos de cidadania, como a distribuição gratuita de milhares de óculos sob receita, ministrados por grandes profissionais da medicina, além de operações de catarata e outras. Era emocionante ver pessoas de mais de 60 anos finalmente usando óculos pela primeira vez na vida, assim como crianças que podiam corrigir outros problemas de visão e demais situações da saúde do corpo.

Não bastasse isso, este governo atual cortou todos os recursos para saneamento. Quem ainda não tem água, não terá agora. Lamentável. Lembro-me de que em 2002, somente 35% da população tinha serviço de água e, quando saí do governo, em 2006, o atendimento já cobria 55% da população, por meio de programas como o de instalação de banheiros e fossas sépticas, totalmente executados com recursos próprios do governo do estado.

Por fim, acabaram também com o Prodim, o Programa de Combate à Pobreza, assim como acabaram com os empréstimos para a agricultura familiar, que chegaram a R$ 380 milhões em 2006, e que hoje são apenas uma lembrança.

Esse elenco de bons programas que o governo biônico de Roseana Sarney interrompeu tirou da exclusão social mais de 600 mil pessoas, segundo o IBGE.

Agora, preferem inaugurar prédios de fachada. Preferem massacrar a população de baixa renda, contribuindo assim para, uma vez mais, atrasar o desenvolvimento do estado.

Outro dia, em uma reunião da ANJ (Associação Nacional de Jornais), o seu presidente disse que era inconcebível misturar propriedade de meios de comunicação com política e religião. Nessa mesma reunião, condenatória da censura imposta por Sarney ao jornal O Estado de São Paulo, Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo, disse que “A Globo é grande porque é ética; não é ética porque é grande”. Grande frase. Mas surge então uma dúvida: por que então, no Maranhão, a Globo se associa com a pior oligarquia brasileira, chefiada por um homem hoje execrado pela opinião pública e que se tornou símbolo de tudo que é anti-ético na política brasileira? É incoerente.

E Sarney virou mitômano. Não diz nada sem mentir!


DEM ANUNCIA SAÍDA DO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO

Partido defende reestruturação do colegiado.
Ação é protesto contra o arquivamento de 11 ações contra Sarney.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

A bancada do DEM decidiu nesta terça-feira (25) retirar seus três representantes do Conselho de Ética do Senado. Na segunda-feira (24), o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), já havia anunciado a intenção de também deixar o colegiado. A medida é um protesto contra o arquivamento de 11 ações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A proposta da oposição é reformular o Conselho de Ética.

“A solução é renunciar. Ir lá para fazer palhaçada, eu não me disponho a isso. Só voltaremos para o novo Conselho porque este está viciado”, afirmou Demóstenes Torres (DEM-GO), um dos que deixará a função.

O líder do DEM, José Agripino (RN), destaca que a medida é para pressionar o Senado a discutir a reformulação do colegiado. “É uma atitude de responsabilidade. A bancada entende que não se manter neste atual conselho seria co-honestar o que acontece lá”.

A proposta do DEM é que o Conselho abandone a proporcionalidade. O novo Conselho seria composto por um integrante de cada partido da Casa, preferencialmente pelo líder.

O representante não poderia ser suplente, nem responder a processo judicial criminal ou por improbidade administrativa. Não poderia ser indicado também quem tivesse problemas nos tribunais de contas. A proposta será alvo de um projeto de resolução que será debatido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

PSDB

Guerra defendeu nesta segunda-feira (24) que os partidos de oposição deixem o Conselho de Ética da Casa. “Eu não fico lá. Vou defender que o partido saia porque o Conselho está descaracterizado e não cumpre o seu papel”, disse Guerra.

Guerra admitiu que a ação é um “mero protesto”, visto que o trabalho do Conselho no caso Sarney já foi realizado. O presidente tucano, no entanto, pediu mais calma na discussão sobre a possível extinção do Conselho.

Guerra defendeu ainda que a oposição organize uma estratégia para a crise. Ele enfatizou que o arquivamento das ações contra Sarney não resolve a situação porque não houve mudança na estrutura da Casa.

O presidente do PSDB, no entanto, descartou a possibilidade de a oposição partir para uma obstrução total em plenário. Ele enfatizou que o ideal é permitir a votação apenas de temas dentro de uma “pauta positiva”.

Discussão na CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pode analisar na próxima quarta-feira (26), a partir das 10h, o projeto de resolução do senador Tião Viana (PT-AC) que revoga o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

A proposta do senador Tião Viana foi apresentada em 2003, após o Conselho de Ética ter feito investigação preliminar e aprovado a abertura de processo contra o então senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) devido ao seu suposto envolvimento com grampos telefônicos na Bahia.

O presidente do Conselho na ocasião, Juvêncio da Fonseca, encaminhou o parecer aprovado para apreciação da Mesa. O relator do processo naquela instância, o senador do Piauí Heráclito Fortes, do extinto PFL, votou e teve seu parecer aprovado pelo encaminhamento da denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pela aplicação de uma censura escrita ao senador Antonio Carlos Magalhães.

O plenário foi convocado, a deliberar sobre a decisão da Mesa. A maior parte dos senadores votou pela rejeição do recurso. Com isso, Tião Viana apresentou seu projeto que extingue o Conselho de Ética – que pode ser avaliado nesta semana pela CCJ.

O relator da proposta de extinção do Conselho de Ética, senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA), apresentou parecer defendendo a rejeição do pedido. "A extinção pura e simples do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, ao invés de clarificar, aos olhos da opinião pública, a dimensão política dos processos de sua competência, poderia produzir mais incertezas e incompreensões", disse.