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domingo, 2 de agosto de 2009

SIMON REAGE A PEDIDO DE SAÍDA E DIZ QUE SÓ EXPULSÃO O TIRA DO PMDB


'Há tempos eles querem a minha saída', diz senador gaúcho.
Em nota, direção partidária 'autoriza' dissidentes a deixar a legenda.

Robson Bonin e Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

O senador Pedro Simon (PMDB-RS).
(Foto: José Cruz/Agência Senado)
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) reagiu neste domingo (2) à nota divulgada pela direção nacional do PMDB que “autoriza” os parlamentares que criticam a legenda a deixar o partido. Em constante atrito com a cúpula da sigla, o senador gaúcho disse que não vai sair do PMDB. A nota não cita o nome dos dissidentes que estão “autorizados” a sair, mas Simon entende ter sido um dos alvos do texto.

“Há tempos eles (direção) querem a minha saída. Eles gostariam muito que eu saísse. Não saio porque o partido conserva toda uma história nas suas bases. Vou ficar defendendo a memória do velho MDB (Movimento Democrático Brasileiro, que combateu a ditadura e deu origem ao PMDB), disse o senador, por telefone, ao G1.

Simon afirma que a única possibilidade de deixar o partido seria por meio de um processo de expulsão. “O que eles podem fazer é pedir a minha expulsão, mas aí eu quero ver um debate nacional para expulsar o Pedro Simon”.

As declarações de Simon dizem respeito à nota divulgada neste domingo pela direção do partido. No texto, o presidente licenciado do partido, Michel Temer (SP), e a presidente em exercício, Íris de Araújo (GO), “autorizam” os dissidentes a deixar a agremiação sem o risco de perder o mandato. Eles afirmam ainda que o partido ficaria mais forte sem os dissidentes.

O senador do Rio Grande do Sul promete voltar nesta segunda-feira (3) a pedir em plenário a saída de José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado. Simon pedirá que o afastamento se dê antes da reunião do Conselho de Ética marcada para quarta-feira (5). No Conselho, já são 11 os pedidos de investigação contra Sarney. “Será um apelo dramático para que o presidente renuncie antes da reunião do Conselho de Ética”, diz Simon.

Nota

O texto assinado pelo presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), e pela presidente em exercício, Íris de Araújo (GO), destaca o tamanho do PMDB e os votos recebidos nas eleições para prefeito em 2008, 18,5 milhões, e governador em 2006, 16,8 milhões. A direção afirma que as divergências são normais até em agremiações de pequeno porte e empresas e dá o recado a quem estiver descontente no partido.

“O PMDB acata com humildade o descontentamento de alguns poucos integrantes que perderam espaço político e apostaram na fama efêmera oriunda de acusações vaias. E faz isso porque acredita piamente na democracia. A estes, o recado: podem deixar a legenda o quanto antes sem risco algum de perder o mandato. Ganharão eles, porque deixarão de pertencer ao partido do qual falam tão mal, e ganhará o PMDB, por tornar-se ainda mais coeso e musculoso”, diz o texto.

A nota não cita nomes dos dissidentes que são "autorizados" a deixar a legenda. Além das críticas de Simon, em fevereiro, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) também fez duras críticas ao partido dizendo que boa parte do PMDB "quer mesmo é corrupção".


PMDB 'AUTORIZA' DISSIDENTES A DEIXAR O PARTIDO

Em nota, direção diz que saída dos descontentes fortaleceria o PMDB.
Dirigentes dizem que não irão atrás do mandato de quem deixar a legenda.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Em nota publicada no site oficial do partido neste domingo (2), o presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), e a presidente em exercício, Íris de Araújo (GO), afirmam que os dissidentes podem deixar a legenda “o quanto antes” e que não correrão risco de perder o mandato. Para os dirigentes do PMDB, a saída dos dissidentes deixaria o partido mais forte.

Na nota, o partido destaca o seu tamanho e os votos recebidos nas eleições para prefeito em 2008, 18,5 milhões, e governador em 2006, 16,8 milhões, para defender a legenda. A direção afirma que as divergências são normais até em agremiações de pequeno porte e empresas e dá o recado a quem estiver descontente no partido.

“O PMDB acata com humildade o descontentamento de alguns poucos integrantes que perderam espaço político e apostaram na fama efêmera oriunda de acusações vaias. E faz isso porque acredita piamente na democracia. A estes, o recado: podem deixar a legenda o quanto antes sem risco algum de perder o mandato. Ganharão eles, porque deixarão de pertencer ao partido do qual falam tão mal, e ganhará o PMDB, por tornar-se ainda mais coeso e musculoso”, diz o texto.

A nota não cita nomes dos dissidentes que são "autorizados" a deixar a legenda. Em fevereiro, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) fez críticas duras ao partido dizendo que boa parte do PMDB "quer mesmo é corrupção". O senador Pedro Simon (PMDB-RS) é outro que tem atritos frequentes com a direção partidária e um dos que já se manifestou publicamente pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado. Jarbas Vasconcellos também já pediu a saída de Sarney. Apesar das diversas denúncias, como as gravações que ligam o presidente do Senado aos atos secretos, Sarney conta com o respaldo do PMDB.

A direção do partido afirma que o PMDB não mantém sua estrutura baseada em “caciques” políticos. “Caciques são a expressão do atraso. O PMDB se alimenta da força de seus dois milhões de filiados e no apoio de seus eleitores”.

Ainda na nota, a direção afirma que o programa do partido vem sendo cumprido desde a administração de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da República e diz que o apoio aos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva está dentro da proposta programática do partido. Afirma ainda que as gestões do partido a frente de ministérios tem sido aprovadas pelo Tribunal de Contas da União e está de acordo com as diretrizes do governo.

“O PMDB orgulha-se de suas opções e sabe que tem ajudado o Brasil no limite de suas forças. As críticas, quando justas, só nos ajudam a melhorar”, diz a nota.


DELÚBIO PASSA FIM DE SEMANA COM LULA


De Bruno Rocha Lima, do jornal O Popular, de Goiás:

Embora seja tratado como uma espécie de assombração por algumas alas do PT, que evitam sua proximidade pelo desgaste que o episódio do mensalão causou ao partido, Delúbio Soares ainda mantém estreitos laços com dirigentes petistas e com o próprio presidente Lula. Tanto que passou o último final de semana inteiro ao lado do presidente, hospedado em sigilo na Granja do Torto.

Aliados afirmam que Delúbio não comenta o teor de suas conversas com Lula, mas admitem que ele voltou mais empolgado com a ideia de se projetar politicamente após o final de semana na residência presidencial. Mas, para não gerar constrangimentos ao presidente, Delúbio não vai participar da visita que Lula fará a Goiânia e Anápolis no dia 13. Estará providencialmente em São Paulo na data.

Causou mal-estar no staff presidencial a presença do ex-tesoureio na inauguração da fábrica da Hyundai em Anápolis, em 2007, onde por pouco não se encontrou com Lula. Os seguranças da Presidência foram acionados a tempo e convenceram Delúbio a permanecer em uma sala separada para evitar a cena embaraçosa em frente às câmeras.

Politicamente, Delúbo tem sido um dos mensageiros de Lula em Goiás. Mantém diálogo com lideranças políticas ligadas tanto ao prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), quanto ao governador Alcides Rodrigues (PP), atuando pela unificação da base lulista no Estado para as eleições de 2010. O ex-tesoureio foi um dos articuladores da aliança entre PT e PMDB nas eleições de 2008 em Goiânia.


EX-DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS NÃO FRAUDOU CRÉDITO NO SENADO, DIZ ADVOGADO


João Carlos Zoghbi ampliava margem de empréstimos, mostra jornal.
Defensor confirma atuação e diz que ‘prática é antiga e rotineira’.

Robson Bonin
Do G1, em Brasília

O ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi
(Foto: José Cruz/ABr)
Acusado de comandar um suposto “centro de agiotagem” no Senado, o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi diz ter documentos que atestariam a legalidade de sua atuação na liberação de limite de empréstimos consignados a servidores da Casa.

Reportagem publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” neste domingo (2) revela detalhes de uma investigação do Senado, mantida sob sigilo, que acusa Zoghbi de ter fraudado a folha de pagamento para aumentar o valor do crédito consignado. Segundo o jornal, o ex-diretor de RH aumentava o limite de crédito a que o funcionário teria direito, ultrapassando o teto estabelecido de 30% e gerando uma “margem adicional” de renda para viabilizar o empréstimo.

O advogado Getúlio Humberto Barbosa de Sá, defensor de Zoghbi, diz que um parecer emitido em 2004 pela Secretaria de Controle Interno do Senado atestaria a legalidade das operações. “Esse parecer afirma que o limite de 30% é apenas uma margem de segurança”, relata.

Ainda segundo Barbosa de Sá, um documento do Banco Central, emitido em 2005, também não teria identificado irregularidades nas ações de Zoghbi em relação aos créditos consignados. O advogado promete apresentar esses papéis nesta semana.

Prática antiga

Barbosa de Sá diz que a ampliação dos limites de empréstimo é uma “prática antiga e rotineira” na Casa. “É uma questão histórica, que vem desde a época do IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas extinto em 1997)”, alega.

De acordo com o jornal, a empresa Contact Assessoria de Crédito, que tem uma ex-babá de Zoghbi como sócia, foi, segundo a investigação, “a que mais faturou com esses empréstimos”. O relatório mostra que a fraude teria gerado uma indústria de empréstimos que teria transformado o Senado em um grande centro de “agiotagem”.

Em depoimento à comissão de sindicância, segundo a reportagem, Zoghbi teria admitido a manipulação de pelo menos 10% dos pedidos de crédito, alegando que estava atendendo a apelos dos funcionários com “problemas (financeiros) mais graves”.

O advogado do ex-diretor relata que Zoghbi pedia que o servidor interessado em ampliar a margem de empréstimo fizesse a solicitação por escrito. “Ele pedia que o funcionário apresentasse as razões. Na maioria das vezes era caso de morte ou doença na família. Conforme o caso, ele autorizava a liberação”, explica Barbosa de Sá.

A reportagem diz que o relatório qualifica o caso de “gravíssimo”. Ainda segundo o jornal, Informações confidenciais dos funcionários, sob a responsabilidade de Zoghbi, teriam sido repassadas a terceiros. Esses dados seriam manipulados por corretores - inclusive da Contact --, que vendiam empréstimos dentro do Senado.

A investigação realizada por uma comissão de sindicância do Senado serviu como prova para a abertura de um processo administrativo para demitir Zoghbi do serviço público, diz o jornal. O relatório foi entregue dia 15 de junho ao primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI).

Inquérito na PF

O trabalho da sindicância foi enviado recentemente à Polícia Federal. Um inquérito foi aberto em 13 de maio pelo delegado Gustavo Buquer para investigar a atuação de Zoghbi no esquema de crédito consignado. Um pedido de quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de Zoghbi foi feito à Justiça pela PF e também pelo Ministério Público, mas até agora não houve resposta.


TWITTER: QUEM PRECISA DE TANTA INFORMAÇÃO ASSIM?

SÁB, 01/08/09
POR PAULO NOGUEIRA

Tuitar ou não tuitar?

Tenho pensado nisso. Fui um entusiasta, nos últimos dois meses, e não estou aqui me despedindo do twitter.

Mas.

Mas é tempo de balanço.

Uma semana confinado aqui no apartamento de Fulham, perto da Putney Bridge, por força da schwwweeinefloo, na companhia milionária de meus três filhos, unidos na febre, na tosse, no uso do termômetro e na ingestão de Tamiflu, a grande estrela do verão inglês.

Oportunidade de fazer algumas coisas, como ver que a Camila, minha caçula de 12 anos, ruiva como uma musa pré-rafaelita, é capaz de digitar de olhos fechados em alta velocidade. O avô, que datilografava como um mestre, os dedos amarelados pelo cigarro deslizando pelas teclas da Olivetti como se fosse um piano, ficaria orgulhoso, imagino. Também pude apreciar o talento culinário do primogênito Emir, ainda que os pratos fossem servidos em horários extravagantes. Bom ver também a capacidade de comando do Pedro, filho do meio. Foi ele, quando a tosse efetivamente se instalou aqui, quem cuidou de ir ao computador e tomar as primeiras providências.

E chance também de refletir sobre a Era Digital e eu, um homem do papel impresso. São duas gerações completas de papel. Meu pai trabalhou 33 anos na Folha, e uma das cenas mais marcantes em minha infância era a chegada à noite de meu pai com vários jornais nas mãos. Fui meio que por acaso para o mundo das revistas, e não dos jornais, e nele estou há 30 anos. O fascínio do papel em nossa geração era tamanho que lembro sempre de um chefe que tive na Exame que, assim que chegavam a sua mão os primeiros cadernos da gráfica, os levava automaticamente às narinas. Duvido que algum perfume de mulher o tenha encantado tanto.

Mas.

Mas são tempos digitais, e a gripe me fez meditar sobre a Era Digital. Ou, mais especificamente, sobre o twitter. Tinha pensado, antes, apenas nas virtudes. Transmissão de conhecimento, sobretudo, por meio dos links curtos. Bonito, não é? Todos trocando informações, descobertas.

Mas.

Mas será que precisamos, mesmo, de tantas informações e descobertas assim? E trocadas pelo computador? Ontem minha vizinha de frente veio me avisar que sua reforma está chegando ao fim e perguntou se o pedreiro poderia verificar algo que é comum aos dois apartamentos - um cano de água - aqui no meu. Não sabia o seu nome, nem ela o meu. Você se enfia numa comunidade digital, como Facebook ou Twitter, e não conhece seu vizinho de frente.

Faz sentido?

Tenho pensado nisso.

(Leia aqui o post “A glória e a miséria da rede social”)

O Twitter estimula também algumas coisas não tão positivas quando seus fundadores e investidores gostam de apregoar. O número de seguidores, por exemplo. É fácil virar objeto de competição.

Você já compete tanto na vida, e se angustia tanto com isso, e ainda aparece o Twitter para colocar na sua agenda mais um item de competição? E a gratidão artificial de pessoas que mandam uma mensagem automática para você quando você começa a segui-las? O Twitter também vicia: se você não tem uma disciplina potente, vai ficar cada vez mais horas tuitando enquanto a vida acontece do lado de fora. É bem mais fácil falar em moderar o tempo no Twitter do que praticar.

Nestes dias, vi uma entrevista em que Kevin Spacey fez o papel de bobo diante da raposa do David Letterman. Isso também me fez pensar. Spacey, que fez o papel principal de um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, “Beleza Americana”, chegou à frente de Letterman e logo foi falando coisas incríveis sobre o Twitter.

Ou quase incríveis.

Letterman foi dando corda. Spacey tem quase 1 milhão de seguidores, e mostrou para Letterman que poderia, por exemplo, tuitar dali mesmo do programa com seu celular.

Ah é? Não diga.

Ensinou também questões de etiqueta, como a rudeza de escrever em letras maiúsculas ou usar exclamação.

Ah é? Não diga.

Spacey só não conseguiu explicar o que 800 mil seguidores poderiam representar em termos de dinheiro. Se ganhar dinheiro é uma incógnita, perder já é um fato. Um jogador do futebol inglês acaba de ser multado em 80 000 libras, ou 250 mil reais, por ter se queixado no Twitter de seu clube. Uma mulher enfrenta nos Estados Unidos um processo de 50 mil dólares por ter falado mal de um fabricante em seu Twitter de poucas dezenas de seguidores.

Letterman encerrou a conversa assim: “Sabe o que eu penso disso?”

“Quê?”, perguntou ansioso Spacey.

“Que é um desperdício de tempo.”

Não sei se David Letterman está certo. Suspeito que ele possa ter alguma inveja secreta porque outros entrevistadores americanos de televisão, como Oprah Winfrey, têm ainda mais seguidores que Kevin Spacey.

Mas.

Mas, mesmo esquecendo os defeitos do Twitter e se concentrando na virtude de facilitar transmissão de informações: quem precisa mesmo saber tanta coisa assim? Minha última entrada no Twitter foi para colocar uma conversa de cinco minutos de um repórter da BBC com Tracey Emin, umas das pessoas mais controvertidas da arte contemporânea britânica.

Mas.

Mas será que alguma das pessoas para as quais chegam minhas mensagens quer mesmo ouvir Tracey dizer depois de uma ligeira hesitação que entre Van Gogh e ela fica com ela mesma, e que opta por Damien Hirst, a versão masculina dela, sobre Michalangelo?

Sou, neste momento, não mais o tuiteiro entusiasmado dos primeiros dias.

Sou um tuiteiro relutante.

(Leia aqui o post “O twitter merece o Nobel da Paz?”)

Não vou abandonar, pelo menos não agora. Mas daqui por diante vou fazer um balanço mais acurado do que ganho e do que perco no Twitter.

Talvez eu precise conhecer melhor os meus vizinhos, na comunidade de carne e osso em que vivo.