Pesquisar este blog

sábado, 5 de setembro de 2009

INTERNAUTAS FAZEM ATO CONTRA SARNEY NESTE FERIADO

Protesto foi organizado em microblogs como o Twitter e sites de relacionamentos. Manifestação será realizada em 13 cidades. Organizadores prometem reagir ao discurso de parlamentares de que crise está superada

Thomaz Pires

Passado o aumento da temperatura no Senado, os protestos pelo afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), seguem crescentes na internet. A próxima grande manifestação organizada por internautas acontece neste feriado de sete de setembro. O protesto nacional, previsto em 13 cidades, vem sendo divulgado há mais de um mês pela rede mundial de computadores, principalmente pelo microblog Twitter, e promete ser uma resposta à sensação de que a crise está superada, conforme sustentam alguns parlamentares.

Embora o clima seja de ressaca no plenário, ainda há disposição de uma minoria em cobrar explicações de Sarney. Pivô da última investida contra o peemedebista, o petista Eduardo Suplicy, que causou rebuliço ao apresentar um cartão vermelho ao peemedebista, também resolveu enveredar para as marchas cibernéticas. Em sua página pessoal, lançou uma enquete sobre a necessidade do afastamento temporário de Sarney. Em menos de uma semana, obteve 3.175 registros. Desses, 90,32% se mostraram favoráveis à saída do presidente do Senado.

“Essas mobilizações na internet confirmam a insatisfação das pessoas com a crise. O assunto não está encerrado com o arquivamento das representações contra Sarney no Conselho de Ética”, argumenta Suplicy. “Muitos, inclusive dentro do PT, são a favor do afastamento de Sarney. O levantamento feito por minha equipe mostra que 17,7% dos internautas filiados também defendem essa posição”, completa.

A concentração do protesto nacional está marcada para o início da manhã. Em Brasília, ela irá ocorrer na rodoviária da cidade. A previsão é que os manifestantes, munidos de apitos, panelas e cartazes compareçam ao desfile oficial na Esplanada dos Ministérios, onde as autoridades acompanham a cerimônia juntamente com o presidente Lula.

Ferramenta de protesto

Criado há dois meses, pouco depois das denúncias dos atos secretos, o site Fora Sarney tornou-se uma das referências nos protestos disseminados na internet contra o presidente do Senado. De acordo com seu idealizador, Moah Sousa, a página já registra 48 mil mensagens postadas desde o lançamento oficial do site. No Twitter, já reúne mais de 12 mil seguidores, que espalham em progressão geométrica os protestos na rede.

A ideia teve como inspiração e pano de fundo o futebol. Após uma ampla campanha de um site para o afastamento do então técnico do Palmeiras Wanderley Luxemburgo, Moah percebeu que teria o mesmo poder de mobilização na política. “Foram registradas mais de 150 mil mensagens pedindo a saída do técnico. Acabou dando certo. Sempre tive lucidez para saber que na política é diferente, mas o episódio serviu de incentivo”, conta o criador.

Inicialmente, o site contava com apenas três pessoas. Mas em menos de cinco dias caiu na simpatia dos internautas. Passou então a contar com a colaboração de novos internautas com o envio de textos, charges e vídeo, como o postado no site na última semana.



“A internet é um poderoso instrumento de manifestação. É por meio dela que conseguimos discutir assuntos que estão fora da ordem do dia. Isso está acontecendo nas denúncias contra Sarney nos últimos dias. Mas conseguimos causar agitação e efervescência nos blogs, no Twitter, no Orkut e no MSN. E as pessoas não estão deixando o assunto de lado”, afirma.


PETRÓLEO: SARNEY DEFENDE MONOPÓLIO; EM 1995, ERA CONTRA


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), demonstrou posição oposta à que tinha há 14 anos sobre o monopólio da Petrobras na exploração de petróleo.

Em artigo publicado ontem na Folha, Sarney disse que Lula foi o "homem certo" para enfrentar os "grandes grupos estrangeiros que querem o pré-sal em regime de concessões".

Em 1995, quando também presidia o Senado, Sarney elogiou a entrada de multinacionais no setor. Em novembro, ao promulgar lei de Fernando Henrique Cardoso que quebrava o monopólio da estatal, ele afirmou que o país dava "um passo decisivo na conquista da confiança internacional".

No artigo de ontem, Sarney disse que, no passado, quem defendia o monopólio era chamado de dinossauro. "Benditos dinossauros, que asseguraram a utopia realizada de um Brasil potência petrolífera", escreveu. (Da Folha de S. Paulo)


ESTATAL AFASTA ACUSADO NO CASO SARNEY

Ulisses Assad deixa o cargo após ser acusado de receber propina de Fernando Sarney -que nega a acusação

Valec diz que diretor foi tirado depois de sindicância; PF calcula que o esquema desviou R$ 45 milhões da obra da ferrovia Norte-Sul

HUDSON CORRÊA
DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS

Acusado pela Polícia Federal de receber propina do empresário Fernando Sarney, o diretor de Engenharia da estatal Valec, Ulisses Assad, foi afastado. Vinculada ao Ministério dos Transportes, a Valec é responsável por construções de ferrovias. Em 2007, administrou um orçamento de R$ 1,4 bilhão.

Segundo a PF, um grupo de Fernando montou esquema para desviar ao menos R$ 45 milhões da ferrovia Norte-Sul, obra da Valec. Filho de José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, Fernando nega.

A Valec disse ontem que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, determinou uma investigação que resultou no afastamento de Assad.

Embora as suspeitas contra ele tenham surgido há um ano, ele permanecia no cargo e era poupado até pela PF, que deixou de fazer busca e apreensão e instalar escuta ambiental na sala dele, apesar de ordem judicial. A PF alegou à Justiça que as ações não eram necessárias porque houve vazamento da investigação em agosto de 2008.

O afastamento de Assad, confirmado só ontem à Folha pela estatal, ocorreu no dia 21, uma semana após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desqualificar, durante discurso em Anápolis (GO), suspeitas de irregularidades na obra da ferrovia.

O presidente disse que a diretoria da Valec precisa "fazer 50 viagens a Brasília para convencer os ministros do Tribunal de Contas de que o projeto está certo e o preço está certo".

Lula foi o aliado mais forte que Sarney contou para se manter na presidência do Senado diante da série de acusações que enfrentou na Casa.

A construção da Norte-Sul, que cortará Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, começou como um dos escândalos do governo Sarney (1985-1990).

Em 13 de maio de 1987, a Folha publicou reportagem que apontava fraude na licitação. Sarney determinou, então, a anulação da concorrência, que envolvia cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 4,7 bilhões).

Em julho passado, o TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades graves na ferrovia em trecho orçado em R$ 778,1 milhões.

O TCU questionou a entrega de parte da obra por empresas contratadas pela Valec a outras firmas. Em inquérito que investiga Fernando Sarney, a PF já havia apontado suposta ilegalidade na subcontratação.

A Constran ganhou licitação para um trecho da ferrovia (de R$ 245,5 milhões) e entregou parte da obra, no valor de R$ 45 milhões, para a Lupama, diz a PF. A Lupama, segundo a investigação, é empresa de fachada ligada ao grupo de Fernando Sarney no Maranhão e serviria para desviar dinheiro.

Ainda segundo a PF, Fernando mandava seu motorista pagar propina a Assad em 2008.

Noutro trecho do inquérito, a PF reproduz um e-mail de julho de 2008 enviado a Assad no qual um empresário pede que o diretor deposite no banco R$ 62 mil. Segundo a mensagem eletrônica, o dinheiro é referente a parte do pagamento por uma fazenda de 2.000 hectares, avaliada em R$ 1,6 milhão.

A compra foi realizada em nome de uma empresa da qual Assad foi sócio até 2003. Para a PF, Assad pode ter usado a empresa "para mascarar" que ele é o verdadeiro dono do imóvel.

Outro lado

Envolvidos não se manifestam sobre acusações

A Valec afirma que Ulisses Assad foi afastado devido a irregularidades apontadas por uma comissão de sindicância criada por determinação do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

Sem detalhar quais foram as irregularidades, a estatal disse que elas se referem a assuntos da diretoria de Engenharia, então comandada por Assad.

A estatal decidiu afastar o diretor para "garantir as condições necessárias à apuração" dos responsáveis pelas irregularidades.

Questionada sobre supostas fraudes na obra da ferrovia Norte-Sul atribuídas pela Polícia Federal a Fernando Sarney, a Valec disse que "não se manifesta sobre temas que estejam sob investigação interna e de órgãos de controle". Também afirmou que não falaria sobre a auditoria do TCU na obra.

Assad disse que não estava em Brasília ontem e que não daria entrevista por telefone, apenas pessoalmente.

Fernando Sarney afirmou que não fala sobre investigação sigilosa. A interlocutores ele nega qualquer crime.

A Constran não respondeu ao contato da Folha. (Da Folha de S. Paulo)


ROSEANA SARNEY FINANCIA BLOGS COM RECURSOS PÚBLICOS

Por John Cutrim

Enquanto alguns proprietários de veículos de comunicação reclamam do Apartheid adotado pela Secretária de Comunicação do Estado em relação á imprensa, o Sistema Mirante de propriedade da família da governadora Roseana Sarney continua sendo o maior beneficiário das verbas de publicidade do governo.

Além do jornal O Estado do Maranhão e da TV Mirante serem os órgãos oficias de propaganda do governo “de volta ao trabalho”, os dois principais blogueiros do portal Imirante passaram a compor, desde ontem, o time dos agraciados com verba pública oficial.

A lei exige a divulgação dos atos do governo, mas o que a Secom está promovendo é propaganda travestida de peça publicitária do governo, isto é, uma forma encontrada de pagar um jabarzinho a mais aos dois jornalistas-mor do grupo Sarney.

O pior é que dos 35 blogs que integram o portal Imirante, somente os dois foram contemplados, uma prova inequívoca e inconteste de favorecimento pessoal. O mais incrível é que deixaram de fora o blogueiro de política o qual considero o mais descente de todos – talvez esteja aí o motivo da exclusão.

Não se questiona aqui o preço do espaço nos blogues imiranteanos (certamente não foi barato), mas a necessidade de utilizá-lo à custa do dinheiro público. Depois disso, que credibilidade e isenção terão os escribas diante disso para criticar A ou B – principalmente então o governo da patroa?