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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

APÓS DEFENDER SAÍDA DE SARNEY, SIMON TROCA OFENSAS COM RENAN E COLLOR

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Geraldo Magela/Agência Senado
Os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) trocaram ofensas nesta segunda-feira com o senador Pedro Simon (PMDB-RS) no plenário do Senado depois que Simon defendeu o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Renan, que é um dos principais aliados do peemedebista, acusou Simon de ter como "esporte preferido nos últimos 35 anos" falar mal de Sarney.

"Quando o PMDB indicou o presidente Sarney para ser vice do Tancredo Neves, desde aquele momento Vossa Excelência fala mal do Sarney, porque ele seria o vice-presidente e Vossa Excelência não conseguiu isso naquele momento. Vossa Excelência perdeu a indicação, queria que a chapa fosse puríssimo sangue", acusou Renan.

Simon disse que Renan "inventava" acusações contra ele para defender Sarney. O líder do PMDB, por sua vez, disse que Simon não tem autoridade para criticar o presidente do Senado porque, nos bastidores, fez um apelo para que Sarney disputasse o cargo com o petista Tião Viana (AC).

"Vossa Excelência insistia para que o presidente Sarney saísse candidato à presidência do Senado. E tenho várias testemunhas dentro da bancada. Antes de ir ao hospital foi ao gabinete do presidente Sarney dizer que estava solidário com ele. Vossa Excelência faz isso no particular e vem à tribuna dizer de maneira diferente para a sociedade acreditar", disse Renan.


Irritado com as críticas do líder peemedebista, Simon afirmou que recebe com "tranquilidade" as palavras de Renan, mas considera o senador uma "figura controvertida". "Vossa excelência foi à China fazer acordo com o Collor. Agora eu estou falando! Na véspera do Collor ser cassado, Vossa Excelência largou o Collor. Lá pelas tantas, apareceu como ministro da Justiça do Fernando Henrique. Lá pelas tantas, largou o FHC. Agora é o homem de confiança do Lula. E vem perguntar para mim?", questionou Simon.

Collor

Irritado com as menções ao seu nome, Collor também partiu para o ataque contra Simon depois que o peemedebista lembrou que o ex-presidente havia lhe convidado para ser vice-presidente na sua chapa.

Geraldo Magela/Agência Senado
"São palavras que não aceito sobre mim e minhas relações políticas. São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como achar conveniente. As minhas relações com o senador Renan Calheiros são relações conhecidas, são relações das quais em nenhum momento eu me arrependi. Estivemos distantes em alguns momentos, estamos juntos em outros momentos", atacou Collor.

O ex-presidente ameaçou Simon ao afirmar que, se o peemedebista continuar mencionando o seu nome indevidamente, vai vir a público revelar informações que podem comprometer Simon.

"Com todo o respeito que Vossa Excelência merecia, por gentileza evite pronunciar o meu nome nesta Casa. Porque a próxima vez que tiver que pronunciar o nome de Vossa Excelência nesta Casa provocada por alguma palavra mal colocada nesta tribuna, eu gostaria de relembrar alguns momentos extremamente incômodos para Vossa Excelência. Mas acho que seria de muito interesse da nação brasileira saber", ameaçou Collor.

O ex-presidente disse, ainda, que está em "trincheiras opostas" a Simon. "Não aceito que o senhor fale dessa forma de um ex-presidente [Sarney] que governou o Brasil e cumpriu com grandeza e maestria todo o seu mandato. Está sendo vitimado por acusações de todas as naturezas. Sei o que é isso porque passei por isso em escala maior, e sei como tudo isso é forjado."

Collor acusou a mídia de orquestrar um movimento para derrubar Sarney. "Acho que esta Casa não pode se agachar, não pode e não haverá de se agachar àquilo que a mídia ou certa parte da mídia deseja. Ela não conseguirá retirar o presidente José Sarney desta cadeira. Não conseguirá", disse Collor.


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