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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

BERZOINI NEGA APELO DE LULA POR PERMANÊNCIA DE MERCADANTE NO CARGO


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do PT, Ricado Berzoini (SP), minimizou nesta sexta-feira o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), recuasse na sua decisão de deixar a liderança. Berzoini disse que Lula manifestou sua posição contrária à saída do petista, mas não fez "apelos" para o senador permanecer no cargo.

"Eu nunca trato questões políticas como apelo. Foi uma conversa política. O presidente Lula manifestou que não havia razão para o senador deixar a liderança", afirmou Berzoini à Folha Online.


Na conversa, segundo interlocutores do presidente, Lula disse a Mercadante que o apoio do PT à permanência do senador José Sarney (PMDB-AP) no cargo não deveria ser motivo para provocar sua renúncia ao cargo. A Folha Online apurou que Lula disse ao petista que, a cada crise política que atinja a legenda até as eleições de 2010, o líder do partido não pode apresentar motivos para deixar o cargo.

O presidente afirmou, segundo interlocutores, que Mercadante não tinha razões para sair da liderança mesmo com as divergências públicas à decisão do PT de apoiar Sarney. O desgaste do petista teve início depois que Berzoini, em nota oficial, orientou a bancada a arquivar todos os 11 processos contra Sarney que tramitavam no Conselho de Ética do Senado.

Os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e Delcídio Amaral (PT-MS), que se mostraram contrários a salvar o petista, acataram a orientação do presidente do PT e votaram em favor de Sarney no Conselho de Ética. Delcídio criticou Mercadante publicamente ao afirmar que o petista não se esforçou para indicar outros senadores da base aliada no Senado para substituí-los no colegiado.

O episódio fez Mercadante anunciar que deixaria a liderança em caráter "irrevogável". Depois de marcar pronunciamento para renunciar ao cargo, o senador recuou para conversar com o presidente Lula antes de anunciar sua decisão. O petista leu em plenário carta do presidente na qual Lula pede a sua permanência no cargo. "Mercadante, estamos juntos há 30 anos travando as lutas que interessam ao povo brasileiro e mudando a história do país. Dificuldades e divergências fazem parte dessa caminhada, mas são menores do que ela. Em nome dessa história e dessa caminhada, fique na liderança. Esse é um pedido sincero de um velho amigo e sempre companheiro", diz a carta de Lula.

Crise

Berzoini minimizou a crise que atinge a bancada do PT no Senado após o apoio do partido a Sarney. Na opinião do presidente do partido, a bancada dos senadores petistas tem tradicionalmente a característica da divergência --o que permite à legenda debater assuntos que dividem os parlamentares.

O deputado reconheceu, porém, que a decisão dos senadores Marina Silva (sem partido-AC) e Flavio Arns (PT-PR) de deixar a legenda não é positiva para a legenda. "Daqui até 2010, vamos enfrentar outros desafios. Claro que a saída de senadores nunca é bom", afirmou.


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