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sábado, 15 de agosto de 2009

BLOG DO JOSIAS: LULA AMANSA PT, RENAN ACUA OPOSIÇÃO E SARNEY FICA


da Folha Online

Passou a fase do heroísmo afirmativo no Senado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva amansou a bancada do PT, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), acuou o oposição e o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), vai permanecer no cargo, informa o blog do Josias.

Segundo o blog, ao final de uma semana em que tentara pôr de pé a tese da inevitabilidade do desarquivamento de uma ação contra Sarney, o petista Aloizio Mercadante prostrou-se.


"Fiquei totalmente isolado. Estou tomando porrada sozinho. Sumiu todo mundo", desabafou. Mercadante falava a um amigo, pelo telefone. Parecia rendido à evidência de que, no PT, o pior tipo de solidão é a companhia dos companheiros de bancada.

Ideli Salvatti, Delcídio Amaral e João Pedro, os petistas que votam no Conselho de Ética recusam-se a levar adiante os planos de Mercadante e acusam o líder de fazer jogo de cena: sabe que Sarney safou-se, mas faz média com o eleitorado esclarecido de São Paulo.

"O partido tinha apoiado a minha tese. Retirou o apoio. Fiquei numa situação difícil", Mercadante se lamuriava ao amigo. Ele antevê as manchetes do dia seguinte: "Se o Sarney caísse, a culpa seria minha. Se o Sarney fica, a culpa é do PT".

O blog informa ainda que, na quarta-feira, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), recebeu um telefonema de Renan.

O líder do PMDB, chefe da milícia congressual que quebra lanças por Sarney, pediu um encontro reservado. Agripino o recebeu à noite, em seu apartamento. Renan sondou Agripino sobre os votos do DEM. Ouviu o mesmo que Bornhausen: os "demos" votarão pelo desarquivamento. Perdendo, o partido recorrerá ao plenário.

Segundo o blog, Agripino gere uma bancada cujo ânimo anti-Sarney tem a consistência de um pote de gelatina. Porém, decidido a acomodar todas as culpas no colo do PT, acautelou-se.

Antes de reunir-se com Agripino, Renan foi a Lula e queixou-se de Mercadante. E ouvira palavras tranquilizadoras. O petismo, o presidente lhe assegurara, não abandonaria Sarney.

Na conversa telefônica de ontem, Mercadante acusou o golpe: "O governo veio com a mão pesada pra cima da bancada. Os partidos da base, inclusive o PT, não sustentaram a nossa posição. O PMDB radicalizou. A oposição sumiu do cenário".

O blog informa que, em privado, Agripino pronunciou, na noite de sexta a frase fatídica: "O Sarney fica. Mas será um presidente em farrapos. Renovação do Senado, só na eleição de 2010".

Conselho de Ética

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), arquivou sumariamente as 11 denúncias e representações contra Sarney com o argumento de que foram baseadas em notícias de jornais. A oposição, no entanto, entrou com recurso para desarquivar todas as ações.

As representações arquivadas tratam do suposto envolvimento do senador com a edição de atos secretos no Senado, da suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores da Casa e de ter supostamente usado o cargo em favor da fundação que leva seu nome e mentido sobre a responsabilidade administrativa pela fundação.

As ações tratam ainda da denúncia de que Sarney teria vendido terras não registradas em seu nome para escapar do pagamento de impostos sobre as propriedades, de que teria sido beneficiado pela Polícia Federal com informações privilegiadas sobre o inquérito que investiga o seu filho, Fernando Sarney, e de negociar a contratação do ex-namorado de sua neta na Casa.

Além disso, a oposição pede que o senador seja investigado sobre a acusação de que teria omitido da Justiça Eleitoral uma propriedade de R$ 4 milhões.

Se as denúncias forem acatadas pelo conselho, as punições para Sarney vão desde uma simples advertência verbal até a cassação de seu mandato. A pena tem que ser decidida pela maioria dos conselheiros e em seguida referendada pela maioria do plenário.

Os recursos também têm que ser analisados pelo plenário do Conselho de Ética para o desarquivamento dos pedidos de investigação. A oposição tem cinco das 15 vagas titulares no conselho, por isso espera o apoio dos três senadores do PT para que as investigações contra Sarney sejam instauradas.


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