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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

MTV DEBATE FICA FORA DO AR NO MACAPÁ, EM PROGRAMA SOBRE O CASO SARNEY


Por Carol Tavares

Nesta semana, o MTV Debate, apresentado por Lobão, falava da crise no Senado e toda essa história de #foraSarney. No meio do programa, alguns twitteiros do Amapá questionavam o porquê de a transmissão do canal ter sido cortada justamente naquele momento. Lembrando que o local elege Sarney desde 1990, não há como saber se houve boicote ou não, mas eles suspeitam do assunto. "Não fiquei sabendo de queda de energia no bairro da MTV Macapá, não posso afirmar que foi boicote, mas estranho foi. A transmissão parou no início do terceiro bloco, sintonizei à 0h30 de novo e não tinha voltado", contou o funcionário público José Alípio Diniz de Moraes Júnior, 27 anos (@junior). A reportagem ligou para a Companhia de Eletricidade do Amapá, fazendo-se passar por morador, e a resposta foi: "não faltou energia por esses dias na região".


De qualquer forma, a gerente de Opec da MTV Macapá, que é uma afiliada da MTV, confirmou que, de acordo com o livro de ocorrência e circuito interno de vídeo, a energia faltou exatamente às 23h33 (ou seja, depois do horário de fim do programa Debate) do dia 11, retornando apenas às 3h20 de 12 de agosto. "Está ocorrendo em Macapá, nos últimos dias, frenquente 'queda' de energia. Situação que nós não podemos administrar", completou. Quem confirma é o proprietário da padaria localizada ao lado da MTV Macapá, Gilberto Casimiro de Sousa: "está tendo falta de energia por aqui. A gente tem que levantar de noite e sair correndo para desligar o freezer. Mas sabe o que é, estamos no começo do verão e estou começando a ficar preocupado com racionamento... Já teve época em que tivemos apagão por aqui". É importante ressaltar que a MTV Macapá se comprometeu a solucionar a questão adquirindo um gerador.

Outros membros do Twitter comentaram o assunto. @Camilo40 e @diegoisidoro também acharam estranho o corte, como você confere nas imagens. "Em época de eleição, é comum rádios saírem do ar quando adversários de Sarney, Gilvam Borges e Waldez Góes (governador) estão dando entrevista ou algo parecido. Acredito sim [no boicote]. Aqui no Amapá, a mídia é dominada por amigos de Sarney, que, ao longo de 19 anos dele por aqui, conseguiram 97% das concessões de rádios e televisões. Eu mesmo fui processado por Sarney, em 2006, quando reproduzi uma matéria da Veja no meu blog (www.alipiojunior.com.br), assim como Alcinéa Cavalcante, Chico Terra, Alcilene (só procurar pela campanha Xô Sarney). O único lugar que temos liberdade no Amapá é a internet. Você pode verificar também os comentários do Deputado Estadual Camilo Capiberibe (@Camilo40), que estava acompanhando o debate na hora e twittou isso. Diego Isidoro também comentou (@diegoisidoro)", completa.

No mês passado, o Estado de S. Paulo foi abertamente proibido de publicar gravações em áudio que revelavam ligações de Sarney com os atos secretos. O pedido da censura foi feito pelo próprio filho do senador, Fernando Sarney.

O brasileiro sabe protestar?

Apesar das evidências apontarem para Sarney, ele se mantém firme e forte no Senado. Uma campanha também via Twitter, o #foraSarney, tentou algumas manifestações no mês passado, mas a maioria das pessoas não compareceu aos locais e horários combinados. O brasileiro, afinal, tem preguiça de protestar? "A questão de se o brasileiro tem ou não uma cultura de protesto é muito relativa. Depende do contexto histórico. No episódio das manifestações que levaram à renúncia, digo, ao impeachment de Collor, as manifestações de protesto foram um fator muito importante. Já no que se refere ao 'caso Sarney', elas não estão tendo quase nenhum efeito. Mas o problema está na desmoralização das casas representativas que, para o povo em geral, não contribui para nada, tem um lado muito negativo. Há um desinteresse pela política que pode ajudar a explicar a apatia das reações", explica Chico de Oliveira, que é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutor pela Universidade de São Paulo, além de ter diversos livros publicados.

Caso queira acompanhar as próximas manifestações, confira as datas publicadas no site Forasarney.com.br.


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