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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O PED (PROCESSO DE ELEIÇÃO DIRETA DO PT) É UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO QUE PRECISA DE APERFEIÇOAMENTOS

Por Robert Lobato
No seu Editorial desta terça-feira, o Jornal Pequeno faz uma dura leitura sobre o Processo de Eleição Direta do Partido dos Trabalhadores, processo esse único nas estruturas partidárias brasileiras que consiste em outorgar poder para que os próprios filiados escolham os seus dirigentes nacionais, estaduais e municipais.

Entendo a posição democrática do JP, inclusive faz uma avaliação correta quando diz que o PED “não tem pejo de pagar consumação à venalidade, dividindo-se nesse Estado entre alas Pró-Sarney e alas que contestam a majestade desse absurdo conluio com a corrupção”.

O PED é uma novidade na política nacional inaugurada pelo PT. Representa a quebra de paradigma na escolha das direções partidárias, representada na maioria das vezes pelos conchavos das cúpulas dos partidos, dos acordos dos que possuem mandatos etc. Isso num ambiente marcado, quase sempre, pelo vale tudo político-eleitoral.

Por se tratar então de uma inovação, o PED está sujeitos a imperfeições que precisam ser superadas e métodos que necessitam de aperfeiçoamento. É um equívoco achar que um retorno às velhas formas de escolha dos seus dirigentes, ajudará a combater as influências externas no processo de escolha das direções do PT.

Ora, não é porque o processo político-eleitoral brasileiro seja tomado por práticas corruptas de captação de sufrágio, poder econômico, abuso de poder políticos etc., que teremos que voltar aos tempos das eleições indiretas através do Colégio Eleitoral.

O aperfeiçoamento do PED deve se dar, em primeiro lugar, pelo compromisso ético interno entre dirigentes, militantes e filiados onde fique claro que esse processo é um problema nosso, cabendo à “torcida política” externa esperar o resultado para saber com qual força irá sentar, ou não, para discutir os projetos futuros.

Em segundo lugar, temos que acabar com essa hipocrisia de condenar as práticas conservadoras e não republicanas que ocorrem nas eleições brasileiras, ao mesmo tempo em que radicalizamos na sua reprodução em tempos de PED.

O desafio é criar um fundo eleitoral partidário eleitoral para financiar o PED, se possível liberando a captação externa de recursos a um determinado patamar. Essas, como outras medidas, é que poderão evitar que “caçambas cheias de petistas cortando as estradas intrafegáveis do Maranhão para votar a favor de uma coalizão com o tráfico de influência, a formação de quadrilha, a evasão de divisas, o superfaturamento”, como reclama o Editorial do JP.

Contudo, assim como temos que evitar as “caçambas sarneyzistas” carregando petistas para votar no PED, outras devem ser também evitadas, independente da cor partidária, política e ideológicas das “caçambas”.


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