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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

NO MARANHÃO POLÍCIA CIVIL DECRETA GREVE POR TEMPO INDETERMINADO

Delegados rejeitam proposta do governo e paralisam atividades por 24 horas

POR JULLY CAMILO

Na manhã de ontem, policiais civis, investigadores, comissários e escrivães entraram em estado de greve por tempo indeterminado. Já os delegados da Polícia Civil paralisaram suas atividades por 24 horas. As categorias reivindicam sua inclusão no Plano de Valorização Profissional do Governo do Estado, que excluiu a classe sem qualquer justificativa. A Secretaria de Segurança Pública apresentou uma proposta de 12% fora do subsídio, além da exclusão dos profissionais que não estão na ativa. Durante uma assembléia realizada na Associação de Delegados da Polícia Civil do Maranhão (Adepol/MA), na Rua da Palma, no final da manhã, os delegados rejeitaram a proposta e anunciaram que uma nova paralisação está marcada para os dias 10 e 11 por 48 horas. Caso as negociações não avancem a categoria também parará por tempo indeterminado.

Policiais civis – De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol), Amon Jessen, a motivação da greve é exclusão da classe no Plano de Valorização do Governo. Ele afirmou que atualmente existem cerca de 1.900 policiais na ativa e a greve abrange todo o estado. “Manteremos o percentual de 30% do efetivo policial. Pois, não queremos penalizar a população, apenas reivindicar nossos direitos. Houve uma proposta apresentada pelo governo de 12% em cima do subsídio, mas em forma de gratificação, ela será apresentada em assembléia no final da tarde e juntos decidiremos pelo rumo do movimento. Enfatizando que apenas a Polícia Civil foi deixada de fora do Plano, a Polícia Militar, por exemplo, recebeu um reajuste de 23% em cima do subsídio”, declarou.

Foto: G. FERREIRA
Policiais civis, em greve, se concentraram em frente ao Plantão Central da Reffsa

Delegados – Os delegados afirmam que também estão insatisfeitos com a não inclusão da categoria no Plano de Valorização do Servidor Público do Governo do Estado, lançado no último dia 17 de julho. O Plano concedeu uma média de aumento de 40% nos salários de diversos servidores públicos, exceto dos policiais civis. A categoria explicou que a justificativa do Governo para a exclusão da classe foi por acreditarem que eles teriam sido beneficiados no Plano de Cargos e Carreiras do governo anterior, mas segundo eles, isso não ocorreu.

Segundo o presidente da Adepol, Marcos José de Morais Affonso Jr., as negociações entre a categoria e a Secretaria de Segurança não avançaram, pois as negociações já duram mais de um mês e está é a oitava assembléia promovida pelos delegados, sem acordo por parte do governo. “Na semana passada nos reunimos com o secretário de Segurança, Raimundo Cutrim, mas as negociações não progrediram. Ele nos apresentou uma proposta de reajuste salarial de 12% sobre gratificações dos delegados. No entanto, por unanimidade, a classe decidiu não aceitar a oferta e exigiu reajustes sobre o subsídio. Caso as negociações ao avancem vamos parar por tempo indeterminado. Lembrando que o acesso vai ser restrito, mas não vamos deixar a população desassistida, os plantões continuarão funcionando”, garantiu.

Mas, parece que na prática a história é outra. O promotor de vendas, Protásio Neto, afirmou que se acidentou de moto na última sexta-feira, 28, e quebrou a clavícula, porém só hoje conseguiu liberação médica para sair do repouso. “Cheguei aqui no Plantão da Beira-Mar, mas não consegui registrar ocorrência, pois a prioridade não é grave segundo o atendente. Preciso do B.O. para ir ao IML fazer o exame de corpo de delito, mas não consegui registrar nada aqui na delegacia. O pior é que preciso dos documentos para apresentar no trabalho e não estou conseguindo. Não sou contra a reivindicação de ninguém, desde que isso não prejudique os nossos direitos”, disse revoltado.

Delegados pedem apoio ao presidente do TJ

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Raimundo Freire Cutrim, recebeu ontem, 1º, cerca de trinta delegados filiados à Associação dos Delegados de Polícia Civil do Maranhão (Adepol). Eles foram esclarecer antecipadamente questões acerca da paralisação de advertência da categoria – motivada por reivindicações salariais – e pedir o apoio do presidente do TJ.

Jéferson Portela e o vice-presidente da Adepol, Neuton Correa, explicaram que os delegados estão em visita institucional, durante a semana, a representantes de entidades públicas para informar que o objetivo da categoria não é a greve, mas a busca pela valorização salarial. Segundo eles, os delegados não foram enquadrados no plano de aumento salarial do governo do Estado.

Raimundo Cutrim manifestou apoio à reivindicação e se dispôs a fazer o que tiver ao alcance para ajudá-los. O presidente do TJ pretende o diálogo com setores do governo.

O desembargador Mário Lima Reis participou do encontro e disse apoiar o pleito. O magistrado acredita que o delegado, a exemplo do policial, trabalha de forma exposta, pelo que deve ser recompensado.


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