Por Ricardo Noblat
A CPI da Petrobras acabou de aprovar o plano de trabalho proposto pelo relator, Romero Jucá (PMDB-RR), que favorece os aliados do governo e da estatal.
Jucá propôs, por exemplo, convidar Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, e Juca Ferreira, ministro da Cultura. Ou seja: eles não serão obrigados a comparecer às reuniões - embora devam fazê-lo.
Jucá alegou ainda que não é necessário pedir informações sobre o patrocínio dado pela Petrobras à Fundação José Sarney. E quer arquivar o requerimento que pede o depoimento de Lina Vieira, ex-secretária da Receira Federal, que explicaria a manobra tributária feita pela Petrobrás para pagar menos impostos.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi a primeira voz da oposição a criticar o trabalho do relator:
- Vossa Excelência optou por convocar aqueles que supostamente defenderão a causa governista. E eliminou preliminarmente aqueles que eventualmente possam denunciar. Teríamos aqui um tribunal só com advogado de defesa e sem promotor. Assim não investigaremos as causas das irregularidades que a CPI se propõe a fazer.
- O governo não teme, não tem o que discutir. Mas não posso partir do fato antes dele existir. Quero ter a visão do todo, ver onde é que tem as falhas. Essa CPI tem que ter a grandeza da Petrobrás – respondeu Jucá.
Nas próximas sessões da CPI seus membros discutirão os requerimentos que Jucá rejeitou logo de cara.
Gabrielli foi convidado para responder sobre indícios de superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, citados em relatórios do Tribunal de Contas da União.
E Juca Ferreira será interrogado sobre as denúncias de irregularidades no uso de verbas de patrocínio da Petrobrás.
Uma possível irregularidade foi o desvio de R$ 500 mil repassados pela Petrobras à Fundação José Sarney que pertence ao presidente do Senado.
A CPI voltará a se reunir na próxima terça-feira para ouvir Otacílio Dantas Cartaxo, secreário interino da Receita Federal.
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