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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

SENADO TEM MAIS 468 NOVOS ATOS SECRETOS


Como na safra anterior, atos editados entre 1995 e 2000 tem nomeações e concessão de benefícios salariais

De Leandro Colon, de O Estado S. Paulo:

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), determinou nesta quarta-feira, 12, a abertura de inquérito administrativo para apurar a descoberta de mais 468 atos secretos, além dos cerca de 500 já identificados.

Esse novo grupo, editado entre 1995 e 2000, segue o mesmo padrão do grupo anterior: contém nomeações de aparentados de políticos, concessões de benefícios salariais e criação de cargos.

A divulgação da primeira safra dos atos secretos, com a revelação de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), obteve a nomeação de parentes por meio desses documentos sigilosos, foi o estopim da crise.

Os boletins agora identificados ontem por técnicos do Senado foram inseridos na publicação do Boletim de Administração de Pessoal (sistema que divulga essas informações) após o levantamento da comissão de sindicância que identificou os outros atos secretos, cuja existência foi revelada pelo Estado no dia 10 de junho.

Os arquivos de computador desses 468 atos descobertos agora foram criados depois de 29 de maio passado, depois, portanto, do levantamento da comissão de sindicância.

Um desses boletins reservados, por exemplo, trata de uma decisão da Mesa Diretora da época criando 42 cargos de confiança no gabinete da presidência do Senado e 73 na Diretoria-Geral. Na época, Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) - morto em 2007 - presidia o Senado. Agaciel Maia já era diretor-geral.

Um outro ato nomeia Ronaldo da Cunha Lima Filho para trabalhar no gabinete do pai, o então senador Ronaldo da Cunha Lima, em 31 de julho daquele mesmo ano.

"Nós recebemos a informação e identificamos que isso ocorreu. Já vou mandar abrir um inquérito administrativo", disse Heráclito ao Estado.

O senador afirma que pode ter havido ma-fé por parte de alguns servidores que teriam inserido esses atos no sistema de publicação após o trabalho da comissão de sindicância. "Isso é sabotagem", afirmou o senador.

O assunto será levado à reunião da Mesa Diretora marcada para hoje.

O próximo passo será detectar quais desses atos foram publicados no Diário Oficial do Senado. Daqueles 663 boletins sigilosos descobertos pela sindicância, apenas 119 saíram no D.O da Casa, confirmando que o restante era secreto.


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