Senador gaúcho critica clima e radicalização.
Ele voltou a pedir a saída de Sarney da Presidência da Casa.
Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou nesta segunda-feira (17) que o Senado está “pior do que o inferno” devido à crise na Casa. O senador gaúcho usou a tribuna logo após o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dizer que sofre um processo “kafkiano” e negar a compra por uma empreiteira de dois apartamentos em São Paulo para sua família.
“Já disseram que essa casa é melhor do que o céu, mas hoje essa casa é pior do que o inferno. Sem morrer, nós estamos vivendo um inferno aqui no Senado, pelo clima, pela radicalização. Eu nunca vi essa casa se rebaixar ao ponto em que ela está”, disse o senador gaúcho.
Ele atribuiu a crise no Senado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o senador, o presidente teria enviado a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à casa de Sarney, pedindo que o senador pelo Amapá não renunciasse. O Palácio do Planalto disse que não vai comentar as declarações.
Simon faz referência aos bate-bocas na Casa e destacou a necessidade de que Sarney deixe a cadeira de presidente. “Se o senhor não renunciar, eu não sei o que vai acontecer, dias muito negros, horas muito dramáticas nós vamos viver."
Ele disse ainda que o arquivamento definitivo das 11 ações contra Sarney no Conselho de Ética não resolveram a crise. Simon pediu que o órgão analise todas elas.
"O sofrimento de Sarney não caba com o arquivamento das representações. Se o senhor acha que o sofrimento termina com o arquivamento, eu diria que começa", disse o o peemedebista. Simon afirmou ainda perceber um sentimento de insatisfação e "saturação" na sociedade com as recorrentes denúncias contra Sarney.
"Nós vamos esconder feito tatu em baixo da terra até quando, presidente?", perguntou Simon.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também voltou a pedir a renúncia de Sarney, em discurso no plenário do Senado.
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