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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SEM PERSPECTIVA DE TRÉGUA NOS EMBATES DO SENADO COM SARNEY NA PRESIDÊNCIA


Por Daniela Lima

O início desta semana será marcado pela tentativa da base governista de colocar um ponto final na crise que assola o Senado desde o início do ano. A intenção é marcar uma reunião de líderes para amanhã e definir a votação, em plenário e nas comissões, de temas que são consenso na Casa. O problema será convencer a oposição a participar da empreitada. DEM e PSDB prometem reunião solo para decidir o que estão dispostos a votar. De resto, acrescentam, não colaborarão para que os holofotes se voltem para projetos e deixem de lado a permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado.

A oposição investirá energia no projeto que pede a extinção do Conselho de Ética do Senado, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Amanhã, o DEM reúne seus integrantes para discutir proposta do líder José Agripino Maia (RN) para que a bancada se retire do colegiado. “Esta semana não será de definição de pauta. Será a semana de definição do Conselho de Ética. Esse conselho, como existe hoje, é a demonstração escrachada da tratoração da maioria. Não tem ética, não tem apuração”, criticou Agripino Maia. “O retorno da calmaria ao Senado é imprevisível”, acrescentou o líder, dando mostras de que não está disposto a colaborar com a estratégia da base aliada.

O governo, no entanto, escolherá entre os 46 itens da pauta aqueles que não contarem com resistência. Indicação de autoridades a cargos públicos, por exemplo, será tida como um bom começo. Para dar vazão à teoria de que quer arrefecer os ânimos no plenário, PT e PMDB terão de se entender. Portanto, a semana também será de ajustes para as desgastadas relações entre os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aloizio Mercadante (PT-SP). Os peemedebistas não ficaram satisfeitos com a atuação de Mercadante durante a crise. Até a permanência do senador paulista no cargo virou alvo de críticas. Mercadante foi tachado de egoísta e de político com o qual não se pode fazer acordos. O petista retruca. E diz empunhar a bandeira história do PT em defesa da ética. Bandeira que tremulava pelo menos quando a legenda estava na oposição.

Armistício

Enquanto a paz não é selada na base, os governistas passarão a usar interlocutores para acertar a pauta de votações. A líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) foram escolhidos pelo grupo de Renan para fazer o meio campo entre petistas e os aliados de José Sarney. Ideli e Delcídio se mostraram firmes na defesa do presidente do Senado, seguindo a orientação do Planalto, desde o início da crise e ganharam pontos com a maioria do PMDB. “Eles assumiram o desgaste e seguraram a onda. Ninguém gosta de quem não tem posição”, disse um dos generais do exército de Sarney.

Mercadante precisará do apoio de Lula para reconstruir relações que admitiu estarem estremecidas em seu discurso na última sexta-feira, quando desistiu de renunciar à liderança petista. O presidente da República atuará dentro da bancada petista a fim de restabelecer a correlação de forças entre os representantes do PT no Senado.


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