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terça-feira, 4 de agosto de 2009

POLÍCIA DO SENADO VAI INVESTIGAR SUPOSTAS AGRESSÕES A MANIFESTANTES

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A Polícia Legislativa do Senado abriu ocorrência nesta terça-feira para investigar supostas agressões que teriam sido sofridas por manifestantes contrários à permanência do presidente José Sarney (PMDB-AP) no cargo. Os manifestantes, filiados à Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), abriram uma faixa "Fora Sarney" dentro do plenário da Casa e acusaram policiais legislativos de terem agredido o grupo para que encerrassem o protesto.

"Fizemos um protesto simbólico e fomos agredidos pela Polícia do Senado. O movimento sindical não pode deixar tudo acontecer sem fazer nada. Estamos rompendo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que preferiu se aliar aos senadores Fernando Collor [PTB-AL] e Renan Calheiros [PMDB-AL]", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, José Vivaldo Moreira.


Os policiais encaminharam os manifestantes à Polícia Legislativa para que prestem depoimento. Os agentes também sugeriram que os sindicalistas realizem exames de corpo de delito depois das acusações de que foram agredidos dentro do plenário da Casa.

"Vamos abrir ocorrência, eles vão contar os fatos e vão ser ouvidas as pessoas que participaram da manifestação. Se for o caso, os manifestantes poderão ir ao Instituto Médico Legal fazer exame de corpo de delito já que eles dizem que foram agredidos", disse o diretor-geral da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho.

O diretor disse que não acredita em agressões da parte dos policiais legislativos contra os manifestantes, mas afirmou que as denúncias serão apuradas. "Se houve exagero de algum policial meu, ele vai ser apenado. O que não pode é achar que isso aqui é praça pública. O regimento do Senado não permite esse tipo de manifestação dentro do plenário", afirmou Carvalho.

O regimento da Casa impede manifestações públicas contrárias ou favoráveis a qualquer parlamentar. Carvalho disse que, sempre que ocorrem manifestações dentro do plenário, a Polícia Legislativa é orientada a intervir sem violência.

Protesto

O grupo de manifestantes invadiu nesta terça-feira o plenário do Senado com uma faixa com os dizeres "Fora Sarney" na defesa pela saída do presidente da Casa. Eles também usavam máscaras cirúrgicas com os mesmos dizeres. A faixa foi arrancada das mãos dos manifestantes, que foram conduzidos pela polícia para fora do local. Alguns ainda tentaram entrar em confronto com os policiais, mas foram contidos.

Sarney não estava na presidência da Casa no momento do tumulto. O senador Adelmir Santana (DEM-DF), que presidia a sessão, pediu para que a polícia tomasse as providências para coibir a manifestação. Alguns senadores intercederam em favor dos manifestantes, como Arthur Virgílio (PSDB-AM).

"O regimento não prevê manifestações, mas também não prevê violência", disse. Os manifestantes deixaram o plenário aos gritos: "Ão, ão, ão, abaixo à repressão. Fora Sarney".


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