Pesquisar este blog

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O MAPA DA MINA DO CLÃ SARNEY


Por Chico Bruno

Em andanças pelo Amapá é comum se ouvir que o setor de mineração do Estado tem tudo a ver com José Sarney.

O jornalismo investigativo do país tem tentado puxar fio deste novelo, mas esbarra na falta de motivação das autoridades que deveriam iniciar os procedimentos de investigação.

Na terça-feira (18) o jornalista Carlos Tautz tratou do assunto em artigo publicado no Blog do Noblat.

Tautz critica a mídia que não investiga “de forma contundente as cinco décadas de poder de Sarney, o maior lobista dos setores de energia e de mineração do Brasil, cuja responsabilidade verdadeira vai passando ao largo”.

O jornalista está coberto de razão ao afirmar que “embora sempre apareçam notícias descontextualizadas sobre esse poder subterrâneo, nunca a imprensa brasileira desvendou as articulações que há dezenas de anos o senador usa para controlar o setor de energia no governo brasileiro, independentemente da força política que ocupe o Palácio do Planalto”.

Agora mesmo, alguns jornalistas, ao investigar outros mal feitos do clã, acabaram chegando perto das ligações existentes entre o setor de energia e o senador.

É o caso da Aracati, que virou Holdenn, de propriedade de Rogério Frota, amigo do clã dos Sarney, cujo novelo indica que foi beneficiado pelo feudo ministerial sob o comando da família do Maranhão.

Segundo Carlos Tautz, Sarney “opera sem constrangimentos à vista de todos, sempre reafirmando um modelo econômico de base extrativista e exportador, o que dificulta a transparência e a implementação do princípio constitucional da ampla publicidade na utilização de bens públicos – como são o minério e a energia”.

Vale lembrar que depois de garantir a hegemonia dos setores de mineração, siderurgia e energia no Maranhão, a clã dos Sarney se deslocou para o Amapá em 1990, estado rico em minerais, atual domicílio eleitoral do chefe do clã José Sarney.

Ali, lembra Tautz, Sarney “opera sem ser incomodado como defensor desses interesses econômicos”.

Eike Batista, por exemplo, foi levado ao Amapá pelas mãos de Sarney e foram os negócios naquele Estado que transformaram Eike em um dos bilionários brasileiros.

Não custa dizer. No Amapá, Eike ganhou de Sarney régua e compasso para o sucesso empresarial.

Tanto verdade, que ele fez questão de demonstrar toda a sua gratidão publicamente às vésperas das eleições de 2006.

Na oportunidade, relançou a pedra fundamental de um empreendimento apenas para transformar o ato em um evento da campanha eleitoral do padrinho Sarney.

Não custa também lembrar, que Eike Batista em setembro de 2008 foi alvo da Operação Toque de Midas, da Polícia Federal, que investigou a atuação de suas empresas no Amapá. Infelizmente Midas ruiu por que vazou e até agora não virou nada.

Pelo aqui relatado, vale a pena o jornalismo aprofundar as investigações sobre o fascínio de Sarney pelos setores energético, siderúrgico e minerador.

É que por trás desse fascínio pode estar malocada a fonte de energia que reluz no patrimônio do clã dos Sarney.

O mapa da mina do clã dos Sarney repousa em algum ponto do Maranhão ou do Amapá.


Nenhum comentário:

Postar um comentário