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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

BATE-BOCA ENTRE RENAN E TASSO INTERROMPE SESSÃO NO SENADO


Discussão aconteceu após Renan ler representação contra Virgílio.
Representação foi protocolada em represália a ações contra Sarney.

Eduardo Bresciani e Robson Bonin
Do G1, em Brasília



Um bate-boca entre o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) provocou nesta quinta-feira (6) a suspensão da sessão do Senado para que os ânimos se acalmassem.


Após Calheiros concluir a leitura da representação, Tasso pediu que fosse retirada do plenário uma pessoa que estaria se manifestando favoravelmente à representação. O peemedebista criticou o tucano dizendo que ele era “minoria com complexo de maioria”.

Tasso se irritou e o bate-boca começou: “Não aponte esse dedo sujo para cima de mim”, disse Tasso.

“O dedo sujo infelizmente é o de vossa excelência. O dedo dos jatinhos que o Senado pagou”, rebateu Calheiros.

“Pelo menos, era com meu dinheiro. O jato é meu. Não é o que o senhor anda, o de seus empreiteiros”, respondeu Tasso.

Na sequência, Calheiros teria, segundo senadores e um assessor, xinagdo Tasso fora do microfone, o chamando de "coronel de merda". O tucano reclamou das “palavras de baixo calão” e disse que Renan havia quebrado o decoro parlamentar. Tasso pediu que fosse feita uma representação contra o peemedebista.

Após alguns minutos de interrupção, a sessão retornou com o senador se defendendo das acusações citadas na representação. Ao assumir o microfone, Virgílio avisou que iria falar para se defender “e talvez atacar”.

Falando diretamente a Renan, Virgílio disse que o líder do PMDB “não iria intimidar a casa utilizando tropa de choque”. “Se puder, casse o meu mandato, não estou com o menor receio do que vem por aí. Estou pronto, senador Renan Calheiros”, avisou Virgílio. Ele apresentou várias denúncias publicadas pela imprensa no período em que Renan, então presidente do Senado, respondeu a processo de cassação.

O líder tucano falou do episódio em que o peemedebista foi acusado de ter as contas pagas por um empreiteiro. Mencionou supostas irregularidades envolvendo a criação de gado de Renan, entre outras denúncias. "Sinto que vossa excelência está achando que é imortal. Vossa excelência está sustentando o presidente Sarney no comando do Senado para se manter imortal. Está fazendo e acontecendo aqui dentro do Senado, depois de ser quase cassado lá atrás. Muito cuidado, quanto mais alto a gente vai, maior é o tombo", provocou Virgílio.

O principal fato destacado na representação é o de um servidor do gabinete de Virgílio ter recebido da Casa enquanto estudava teatro na Espanha. O tucano já admitiu o fato e está devolvendo cerca de R$ 210 mil à Casa referentes a pagamentos feitos ao servidor. Segundo Calheiros, até horas extras foram pagas enquanto o servidor do tucano estava fora do país.

Além deste tema, a representação do PMDB trata de um empréstimo que o ex-diretor-geral da Casa teria feito ao líder do PSDB. Virgílio afirmou em plenário não saber que o dinheiro era de Agaciel e que fez o pedido de dinheiro a um funcionário quando estava em Paris e teve problemas em seu cartão bancário.

O PMDB acusa Virgílio também de ter usado dinheiro da Casa para o tratamento de saúde da sua mãe, já falecida. O tucano argumenta que seu pai foi senador e que sua mãe teria direito ao atendimento médico. Outra parte da representação diz respeito à nomeação de um servidor que seria personal trainer de Virgílio. O líder do PSDB nega que o funcionário seja seu personal trainer.

Denúncias arquivadas


Em suas decisões, Duque alegou que as matérias não apresentavam evidências que justificassem a abertura de investigação contra Sarney e Renan.

José Sarney ainda responde a sete pedidos de investigação no Conselho de Ética. São três representações apresentadas pelo PSDB, uma representação apresentada pelo PSOL e outras três denúncias formuladas por Arthur Virgílio.


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