No seu artigo de hoje, no jornal Folha de São Paulo, e que será reproduzido na edição de domingo do O Estado do Maranhão, o desgastadíssimo presidente do Senado José Sarney, se sente injustiçado “diante desse tsunami avassalador da internet”, numa referência à avalanche de informação sobre os escândalos envolvendo o seu nome e o da sua famíla.
Sarney reclama que nos dias de hoje, por conta dos avanços na comunicação, “os princípios da guerra aplicados à política são mais devastadores do que a guilhotina da praça da Concorde”, numa referência aos tempos da Revolulção Francesa.
O velho oligarca entende que nem o bolchevismo, segundo afirma no seu artigo, que aplicava como método as leis da guerra à política, é páreo para os metódos atuais de destruição dos inimigos. Sarney escreve: “O adversário deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina de repetição e propagação, qualquer que seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia, até a invenção falsificada de provas”.
Quanta hipocrisia! O senador do “atos secretos” e sua esquizofrenia, ou seja, para o Brasil o ‘estadista’, o ‘democrata’, para o Maranhão o político conservador, o oligarca, o que “pega, mata e come”.
Será que quando escrevia “O fim dos direitos individuais”, Sarney esqueceu-se de que é dono de um império midiático onde prevalecem os mesmos princípios que condena no seu artigo, ou seja, o “adversário deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina de repetição e propagação, qualquer que seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia, até a invenção falsificada de provas”?
“Como ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana?”, pergunta o ex-presidente do Plano Cruzado. Ora, excelência, os seus adversários políticos aqui no Maranhão devolvem o questionamento ao nobre senador. Onde ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana de gente como José Reinaldo, Edson Vidigal, Jackson Lago, Domingos Dutra, Roberto Rocha e tantos outros que são diariamente massacrados pelo sistema Mirante?
Alguém deveria aletar o Sarney para que eveite escrever certos tipos de coisas. Esse artigo de hoje, por exemplo, não tem sustentação alguma vindo dele. A cara não treme, ou melhor, é muita cara-de-pau!
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