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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

SENADORA DO DEM DIZ JÁ TER ASSINATURAS PARA PEDIR CPI DO MST

Kátia Abreu (DEM-MT) acusa movimento de desvio de recursos.
O G1 tentou contato com o MST, mas não teve sucesso.
Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

A senadora Kátia Abreu (DEM-MT) afirmou nesta quinta-feira (10) já ter assinaturas suficientes para protocolar um pedido de CPI mista para investigar o repasse de recursos a entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Kátia é também presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que está em disputa com o MST sobre a proposta de revisão dos índices de produtividade no campo.

Para criar a CPI mista são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Kátia diz já ter 180 entre deputados e 29 de senadores. Segundo a senadora, o protocolo deve ser realizado ainda nesta tarde.

De acordo com ela, entidades ligadas ao MST teriam desviado cerca de R$ 60 milhões em convênios com o governo federal. Kátia diz que as maiores irregularidades estão em atividades do movimento em São Paulo.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da entidade em Brasília e em São Paulo, mas não conseguiu resposta. A reportagem deixou uma mensagem na secretária eletrônica de um dos celulares da assessoria.

Esta não seria a primeira CPI para investigar estes convênios. O Congresso já realizou uma CPI da Terra e encontrou algumas irregularidades. Kátia afirma que, após esta investigação, o movimento passou a utilizar outras entidades para continuar a desviar recursos.

“Os convênios continuaram acontecendo. Eles criaram outras cooperativas de fachada para fazer o repasse e continuar usando os recursos. Este movimento tem outras pretensões e não mais apenas a busca por um pedaço de terra”, afirmou a senadora.

Kátia admitiu que o debate sobre os índices de produtividade tem interferência na investigada contra o movimento. Em negociação com o governo federal, o MST conseguiu uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de rever os índices de produtividade no campo. Com a revisão, mais áreas poderão ser consideradas improdutivas e aptas à reforma agrária.

A CNA, presidida por Kátia, é contra a revisão. A senadora contesta até mesmo os índices atuais e ataca o poder que o MST mostrou na negociação com o governo. “Não vamos admitir que um movimento sem regularidade possa ter voz e voto e força junto ao Palácio do Planalto e o presidente Lula. Não podemos admitir que meia dúzia de criminosos e baderneiros prejudiquem o agronegócio."


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