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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

SARNEY REDUZIRÁ PARA SETE Nº DE DIRETORIAS E NEGA TEMER MANCHA EM SUA BIOGRAFIA

da Agência Brasil

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que reduzirá para sete o número de diretorias na Casa e mostrou disposição para enfrentar as resistências da burocracia da Casa. "Sete diretores é a proposta que tem, existem as resistências e nós vamos fazer a reforma administrativa que me propus a fazer", disse Sarney em entrevista à TV Brasil.

O peemedebista pediu à FGV (Fundação Getúlio Vargas) um estudo para enxugar o quadro funcional e conter os gastos excessivos. A decisão foi tomada como reação a uma série de denúncias de desmandos administrativos publicadas na imprensa, inclusive sobre a edição dos atos secretos.

Sarney ressaltou a avaliação já feita aos senadores, em discurso no plenário, de que a crise não é só responsabilidade dele. O parlamentar lembrou que o Senado convive há pelo menos dez anos com sucessivas crises que envolveram os ex-presidentes Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

Ele não remete a paralisia da Casa somente a questões administrativas. Sarney afirmou que o acirramento da disputa com o senador Tião Viana (PT-AC) criou "cicatrizes", o que inviabilizou qualquer possibilidade de negociação após a eleição de 2 de fevereiro. Outra parcela da crise, o peemedebista credita à antecipação da disputa presidencial de 2010.

"Eu comecei a ser visto não como um presidente do Senado, como das outras vezes tinha sido, mas como uma peça que sendo do PMDB, ligado ao presidente Lula, eu evitaria que o PMDB em qualquer circunstância pudesse deixar de ser aliado do presidente Lula."

Especificamente sobre o PT, Sarney afirmou que existem grupos que jamais o aceitaram como aliado do presidente Lula. Como consequência, responsabiliza os integrantes desses "grupos" como parte responsável pela situação em que se encontra a Casa. "[Eles] colaboraram até a última hora, nós assistimos a isso no desenrolar dessa crise."

O ex-presidente da República e presidente do Senado por duas vezes destacou que em todo o processo de sucessão de Garibaldi Alves (PMDB-RN) resistiu até o último momento a exercer o comando da Casa pela terceira vez. Ele confessou-se arrependido por ter cedido aos apelos da bancada peemedebista, mas disse que como homem de partido não lhe restou outro caminho a tomar.

"Eu não queria de jeito nenhum me meter nisso e neguei muitas vezes e era com absoluta sinceridade", disse. Numa das reuniões da bancada peemedebista teriam lhe dado "o argumento-chave" de que a entrega do comando do Senado a Tião Viana ou a qualquer outro candidato colocaria em risco planos de reeleição de 17 dos 20 senadores que pretendem concorrer à reeleição em 2010.

"Isso era importante para que o partido tivesse uma posição. Eu não poderia ser egoísta abandonando meus colegas naquele momento", acrescentou Sarney, que acreditava numa reconciliação com os petistas e tucanos após sua eleição.

Apesar de ressentido pela série de denúncias atribuídas a ele, inclusive envolvendo familiares, que resultaram numa série de pedidos de abertura de investigações no Conselho de Ética, o senador disse que não teme qualquer mancha em sua biografia política e pessoal.

"Eu acho que isso é uma coisa que senti muito, senti profundamente, foi uma profunda injustiça que cometeram comigo. Eu não merecia isso e o povo brasileiro vai ver que eu não merecia."


Um comentário:

  1. Depois que a crise no Senado arrefeceu Sarney está tentando colocar em andamento a reforma administrativa do Senado que foi sua plataforma na eleição para presidente da Casa. Vamos ver se a oposição vai deixar.

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