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domingo, 6 de setembro de 2009

PARA ENTENDER O CASO PF INVESTIGA FERNANDO SARNEY


A Polícia Federal indiciou, no mês de julho passado, o empresário Fernando José Macieira Sarney (superintendente do Sistema Mirante), um dos filhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por corrupção e formação de quadrilha, entre outros crimes.

No dia 15 de julho, Fernando prestou depoimento na sede da Polícia Federal, na Cohama, ao delegado Márcio Adriano Anselmo, presidente do inquérito. Além do empresário, todos os demais integrantes do núcleo do grupo investigado pela Operação Boi Barrica – referência ao grupo parafolclórico de bumba-boi, cuja madrinha oficial é Roseana Sarney – estão sob investigação.

O esquema, chefiado, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, pelo superintendente do Sistema Mirante, é descrito pelos órgãos investigativos como a atuação de uma ORCRIM (organização criminosa) que praticou sistematicamente, em órgãos estratégicos da Nação (Petrobras, Eletrobrás, Valec), crimes contra o sistema financeiro nacional e a administração pública, além de falsidade ideológica, fraude em licitações, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Em agosto de 2008, o trabalho minucioso dos delegados federais Márcio Adriano Anselmo e Thiago Monjardim Santos e dos procuradores da República Thayná Freire de Oliveira e Marcílio Nunes Medeiros chegou às mãos do juiz da 1ª Vara Federal, Neian Milhomem Cruz, na forma de pedidos de prisão, de buscas e apreensões e de seqüestros de bens. Em setembro, Milhomem Cruz negou todos os pedidos, que atingiam mais de uma dúzia de pessoas, entre elas os “cabeças” do esquema, segundo a PF e o MPF: Fernando Sarney (tratado como “Bomba” pelos integrantes do grupo), Silas Rondeau (vulgo “Baixinho”), Astrogildo Quental (“Astro” ou “Nosso Amigo”), Ulisses Assad (“Ula”), Gianfranco Perasso (“China”) e Flávio Barbosa (“Flavinho”).

Os pedidos da PF e do MPF foram formalizados depois de uma ampla investigação – que começou em 16 de fevereiro de 2007 e utilizou escutas telefônicas e interceptações de e-mails autorizadas pela Justiça, além de quebras de sigilos fiscais e bancários. Para os órgãos investigativos, Fernando Sarney “funciona como chefe” de diversas “células criminosas, que apesar de independentes entre si, interligam-se na pessoa do requerido [Fernando]”.


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