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terça-feira, 15 de setembro de 2009

NA PENUMBRA - RAIMUNDO CORREIA

Do Blog do Noblat
Enviado por Pedro Lago, do Corujão da Poesia

POEMA DA NOITE

Raiava, ao longe, em fogo a lua nova,
Lembras-te?... apenas reluzia a medo,
Na escuridão crepuscular da alcova
O diamante que ardia-te no dedo...

Nesse ambiente tépido, enervante,
Os meus desejos quentes, irritados,
Circulavam-te a carne palpitante,
Como um bando de lobos esfaimados...

Como que estava sobre nós suspensa
A pomba da volúpia; a treva densa
Do teu olhar tinha tamanho brilho!

E os teus seios que as roupas comprimiam,
Tanto sob elas, túmidos, batiam,
Que estalavam-te o flácido espartilho!

Raimundo da Mota Azevedo Correia nasceu abordo de um navio em águas maranhenses em 1839 e faleceu em Paris em 1913. Foi um dos mais notáveis poetas parnasianos. Formava a "Tríade Parnasina" ao lado de Olavo Bilac e Alberto Oliveira. Foi advogado de bela carreira e tinha uma poesia inclinada aos sentimentos profundos e, muitas vezes, no sombrio. Um dos grandes poetas brasileiros.



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