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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SITES DA INTERNET VIVEM DIAS DE 'FÚRIA' ANTI E PRÓ-SARNEY


ABRÍCIO CALADO MOREIRA
Direto de São Paulo

O território livre da internet deve ser infinito, mas está ficando pequeno para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Embora o clima em Brasília tenda nesta quinta-feira para um arquivamento das 11 ações contra o parlamentar - com base em insinuação feita ontem pelo presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ) -, as manifestações anti-Sarney mobilizaram tanto ódio e paixão na rede quanto a discussão sobre o download ilegal.

Como o limite da internet é a cabeça de quem posta, os comentários superam o já consagrado grito de guerra "Fora Sarney" do site de mesmo nome pra incluir reflexões sobre o atual estado de coisas da política brasileira. "Dizem que o PMDB ajudou na redemocratização. O que é pior, a ditadura militar ou a ditadura do PMDB, com essa canalhada toda encastelada nos sucessivos governos?", perguntava-se o internauta Wilson Pinheiro, no site ForaSarney.com. Um dos focos de apedrejamento digital do presidente da Casa, a página acumulava 27.718 alvejadas no maranhense às 9h11 desta quinta-feira.

Pelo menos, em um ponto internautas conseguiram se igualar a alguns senadores: no uso eficaz do cinismo. "Presidente do Conselho de Ética arquiva ações contra Sarney e Renan. Acho que agora tá liberado bater na mãe no Congresso", interpretou Tsitonio, em sua página na rede de microblogs Twitter. "Não troque idéias com um senador; você poderá perder na troca", aconselhava Cassiano Camarano aos visitantes do ForaSarney.com.

Protesto analógico

E há os que aproveitam a facilidade da internet pra tentar emplacar algo mais efetivo ¿ leia-se, manifestações à moda antiga contra o presidente do Senado, nas ruas. Com a palavra, o internauta Marcelo Pizani, que postou a convocação no ForaSarney.com: "Só ficar criticando via internet é fácil, mas os velhotes do Senado ainda são do tempo analógico, é preciso POR A CARA NAS RUAS", explica-se ele, em letras garrafais.

Qualquer semelhança com os cara-pintadas que pediram o destronamento do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) não será mera coincidência. Uma das recomendações é que, em símbolo de luto, os participantes usem ao menos uma das partes da roupa na cor preta, além das cores verde e amarela, duas cores da bandeira nacional. Como foi com os cara-pintadas.

A intenção do ato, dizem Pizani e outros envolvidos na organização do ato, é que haja protestos regulares até a queda de Sarney. A primeira está programada para acontecer em São Paulo no dia 15 deste mês, às 14h no vão do Masp.

Figurinhas difíceis

Uma espécie de manifestação mais difícil de encontrar foi a dos pró-Sarney. Mas havia. Na comunidade "Fora Sarney" do Orkut, pelo menos dois foram os que se posicionaram favoravelmente ao presidente do Senado.

Eles atendem pelos nomes de Marcelo A. Goldman do Bem e Senhora Distinta, não são de poucos amigos a julgar por seus perfis, e defendem freio aos críticos de Sarney, na Justiça se for preciso. Mais ou menos como fez o filho do presidente do Senado, Fernando Sarney, ao entrar com ação contra o jornal O Estado de S. Paulo, por divulgar gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica.

"Sarney é um homem de bem que merece respeito ... e em toda a sua vida sempre acaba injustiçado por ser um grande homem no meio de toupeiras que não sabem reconhecer o seu valor", acredita Marcelo do Bem. E mais: "Irei pedir ao juiz que defira meu pedido na 27° Vara Civil para obter junto ao Google os IPs dos integrantes dessa comunidade", ameaça ele. A postura restritiva foi criticada pela maioria dos membros da comunidade virtual, mas endossada e motivo de elogios da tal Senhora Distinta. "Vocês não sabem se expressar, só estão aqui porque um ator frangote da TV Globo começou tudo isso!".

Redação Terra


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