Líder do PT acredita que licença ajudaria a resolver crise no Senado.
'Só não pode virar briga de rua', diz senador Romero Jucá.
Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília
O líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante (SP), afirmou nesta terça-feira (4) que o partido continuará defendendo o afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado. Mercadante participa de uma reunião com senadores do oposição e governo para discutir a situação de Sarney e a estratégia do PMDB para defendê-lo.
Uma reunião do PT para rediscutir a situação do Sarney, prevista para esta tarde, foi cancelada. “Nossa bancada já tomou decisão em relação a crise do senado. Essa posição foi expressa em duas notas e está mantida (...) Nenhum senador me pediu para mudar essa posição”.
Na visão de Mercadante, “a licença de Sarney é o melhor caminho para resolver a crise no Senado e evitar o conflito”. Ele disse estar procurando líderes de todos os partidos na Casa para procurar uma saída para a crise.
Alguns senadores que defendem o afastamento de Sarney, no entanto, defendem uma organização do grupo. Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) considerou negativa a segunda-feira (3) devido ao bate-boca entre Pedro Simon (PMDB-RS), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL). Para ele, a oposição precisa se organizar.
“A oposição tem que ser firme, determinada, mas não responder no mesmo tom. (...) A oposição tem de se organizar”, afirmou Vasconcellos.
Romero Jucá
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu nesta terça-feira que a crise no Senado seja resolvida dentro da disputa política e sem agressões pessoais. Jucá também participa da reunião no gabinete do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) com senadores de vários partidos.
“Temos que ter tranqüilidade e cabeça fria para colocar a Casa nos eixos e tratar as questões com responsabilidade. É pela política que se resolve essas questões. Enquanto for briga política faz parte da democracia, só não pode virar briga de rua”, disse o líder do governo em uma clara referência aos bate-bocas em plenário nessa segunda-feira (3).
Jucá afirmou que o governo não irá interferir na crise do Senado. “Essa é uma questão e um processo interno, sem qualquer interferência do governo”.
O líder do governo enfatizou que a proximidade das eleições no próximo ano não pode contaminar o debate dentro da Casa e afirmou que o Conselho de Ética tem de funcionar normalmente. Nesta quarta-feira (5), o Conselho de Ética se reúne e iniciará a discussão dos 11 pedidos de investigação contra o presidente do Senado.
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