Por Raimundo Garrone
Muita coisa precisa ser esclarecida na recente polêmica entre o promotor Cláudio Guimarães e o secretário de segurança, Raimundo Cutrim, que retirou o apoio da polícia à Operação Manzuá.
Em entrevista à Mirante AM, Guimarães classificou a decisão do secretário como uma retaliação pessoal.
- Haja vista que ele já foi investigado pela minha pessoa, por estar liberando veículos no Detran de forma irregular. Ele tentou trancar essa investigação e não conseguiu – explica.
O promotor também acusou Cutrim de confundir a atividade parlamentar com a de secretário, interferindo nas ações da Manzuá.
- Ele tentou liberar bares que nós havíamos interditado e nós fomos lá e interditamos de novo – observa o promotor.
Sem levar desaforo pra casa, Cutrim rebateu as acusações também na Mirante. Garantiu que a sua decisão não possui caráter pessoal, e baseia-se apenas na ilegalidade da Operação. Alega que Cláudio Guimarães não é promotor do meio-ambiente e está realizando um trabalho que não diz respeito ao cargo que ocupa.
- Ele está enganado. Não tenho nenhum problema pessoal com ele. Eu nem bem conheço ele. Só não posso usar a polícia, como estava sendo feito, de maneira irresponsável para atender interesses pessoais dele. Todo o Maranhão sabe disso – disparou o secretário.
Sobre a investigação, ele garante que nunca foi investigado pelo promotor.
-E nem tem porque ele vai me investigar. Foram liberados alguns carros dentro dos procedimentos legais.
Pois bem, os dois têm muito a explicar para que tudo não passe de mera troca de acusações entre um promotor e um secretário de segurança.
Cláudio Guimarães precisa provar que houve a investigação, e mais, mostrar seus resultados. Dizer somente que alguém foi investigado pelo Ministério Público, sem as conclusões dessa investigação é lançar uma luz de eterna suspeita sobre a pessoa.
Já o secretário precisa de melhores argumentos para explicar a retirada do apoio da polícia à Operação Manzuá.
Dizer que Guimarães não é promotor de meio-ambiente, é pouco. Ainda mais que em sua secretaria há o caso do comandante Aluísio, que respondeu pelo setor de inteligência sem estar devidamente nomeado.
Creio que é apenas uma questão protocolar que o próprio Ministério Público resolve, sem prejuízo da operação.
Seria bom também que o secretário explicitasse os interesses pessoais que movem o promotor ao realizar a Manzuá, criada para organizar o espaço público e combater a poluição sonora.
Caso contrário, seremos todos condenados a dormir com um barulho desses!
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