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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

POR QUE LULA SALVOU SARNEY

COMENTÁRIO
Por Ricardo Noblat

Tem um monte de falsas verdades em circulação.

A mais recente dá conta de que o PMDB ameaçou não apoiar a candidatura de Dilma Rousseff caso o PT negasse seus votos para garantir a permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado.

O PMDB não é um - são muitos.

O do Senado, por sua maioria, fala pela boca de Renan Calheiros (AL).

O PMDB da Câmara dos Deputados tem muitas bocas. E o PMDB nos Estados outras tantas.

Jamais o PMDB entrou unido em uma só eleição presidencial. Nem mesmo nas que disputou com candidato próprio - Ulysses Guimarães e depois Orestes Quércia.

Nada é mais previsível do que o comportamento do PMDB. Ele espera para ver que candidato a presidente terá mais chances de vencer. Então se divide na hora de apoiá-lo.

A banda maior vai com o candidato favorito. A menor com o candidato que pode surpreender.

Algumas vezes, o PMDB crava três nomes.

A jóia da coroa do PMDB é seu tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Se ele se coliga com outro partido, o candidato que encabeçar a coligação carregará o tempo de propaganda do PMDB.

O tempo do PMDB foi de José Serra em 2002 - embora parcela expressiva do partido tivesse fechada com Lula.

O tempo do PMDB no próximo ano será de Dilma ou de Serra - a depender de quem chegue melhor às vésperas do início da campanha.

Com seis ministérios e algumas centenas de cargos no governo, o PMDB que não rasga dinheiro armaria algum barulho, mas não deixaria Lula de mão se o PT abandonasse Sarney.

Não devolveria os cargos. Não romperia com o governo. Poderia aqui e ali lhe criar algum embaraço - mas seria somente isso.

Lula mandou o PT salvar Sarney porque achou que não há nome melhor no Senado para presidi-lo.


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