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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

LULA TEM MEMÓRIA CURTA


Jarbas: Lula deve respeitar a oposição


O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse hoje (24.08) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa respeitar os partidos de oposição. “O presidente tem uma memória curta e bastante seletiva, pois ele mesmo foi oposição por 24 anos – das greves do ABC até a sua vitória nas eleições presidenciais de 2002”, disse Jarbas, citando o discurso que Lula fez na última quinta-feira, no município de Ipanguaçu, interior do Rio Grande do Norte. O presidente afirmou: “A oposição, quando não tem argumento para fazer oposição é pior do que doença que não tem cura”.

Jarbas comparou o comportamento de Lula ao de “caudilhos latino americanos”. “Presidente Lula, respeite a oposição. Não siga os passos dos seus aliados Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa que tentam de todas as formas esmagar a oposição democrática em seus países. Não se esqueça que muitos daqueles que o Senhor hoje agride estiveram ao seu lado em períodos obscuros da sua vida e da vida do Brasil”, argumentou o peemedebista.

O senador pernambucano lembrou que o presidente Lula esqueceu que passou a maior parte da sua vida pública atuando como oposição. “Foram necessários apenas sete anos no poder para o presidente descobrir a cura para a ‘doença’ da qual ele sofreu por mais de duas décadas. Mas eu não desejo essa receita. Pois o tratamento do presidente da República inclui esquecer os princípios éticos do passado e ser conivente com irregularidades dos seus aliados. Esse remédio milagroso eu rejeito”.

Jarbas Vasconcelos disse ainda que é “extremamente preocupante” quando o Presidente da República reiteradamente critica os Tribunais de Conta, a Imprensa e os partidos de oposição. “O sentimento que passa é que ele gostaria de ser um ditador, sem qualquer questionamento, sem qualquer crítica. Repito o que já disse em outras oportunidades: a unanimidade é burra. E a busca por ela escreveu algumas das páginas mais negras da História da humanidade”.

O senador do PMDB acusou Lula de ser “o principal responsável pela mediocrização” da política brasileira. “Não é coincidência o fato de o Congresso Nacional enfrentar suas maiores e mais profundas crises exatamente durante a passagem de Lula pelo Palácio do Planalto. Nunca antes na história desse País, um presidente interferiu tanto no Legislativo quanto Luiz Inácio Lula da Silva. E foi ele quem chegou a afirmar que existiam ‘300 picaretas’ na Câmara dos Deputados”.

Jarbas também rebateu a declaração do presidente da República, de que a oposição não tem projeto. “E qual foi o projeto do PT? A verdade é que as duas ‘pernas’ do Governo Lula vieram do Governo Fernando Henrique Cardoso. Falo da política macroeconômica e do Programa Bolsa Família, que nada mais é do que a união das diversas políticas de renda mínima criadas na década de 1990”.

Outra questão questionada por Jarbas foi a afirmação de Lula de que os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba são governados pelas mesmas famílias por “décadas e décadas”. Para o senador, o presidente mentiu. “Pernambuco sempre teve uma política polarizada, na qual um mesmo grupo nunca passou mais de oito anos à frente do Governo – com exceção do período autoritário, pós-1964.”

Jarbas Vasconcelos disse que Lula esqueceu intencionalmente de citar o Maranhão, “que é caso mais exemplar de um Estado dominado por uma única família”. E foi mais longe: “A amnésia presidencial também fez com que ele não lembrasse que os Estados citados no seu discurso – Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba – são todos governados por aliados seus”.

O senador do PMDB de Pernambuco também avaliou o desgaste ao qual o PT vem sendo submetido pelo presidente Lula. “Sua passagem de oito anos pelo Governo vai legar um quadro político-partidário mais fragmentado e, o pior de tudo, com a implosão ética do único partido brasileiro que merecia esta classificação: o Partido dos Trabalhadores”.

Para Jarbas Vasconcelos, o PT “foi sacrificado no altar da aliança com o PMDB” para apoiar a candidatura da ministra Dilma Roussef (PT). “Para manter os espaços dos ‘companheiros’ na máquina pública federal, o PT abriu mão das suas virtudes e jogou no lixo da história sua trajetória de luta e de combate à corrupção. O PT hoje é uma sublegenda do lulismo. O PT hoje vai a reboque do seu líder maior, seguindo os passos do Partido Justicialista da Argentina, que durante décadas se confundiu com os interesses de Juan Domingos Perón”, argumentou Jarbas. Leia a íntegra do discurso de Jarbas Vasconcelos.


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