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terça-feira, 18 de agosto de 2009

APÓS DEPOIMENTO, OPOSIÇÃO PROMETE INSISTIR EM ACAREAÇÃO ENTRE LINA E DILMA


Na CCJ, ex-secretária da Receita reafirmou suposto encontro com Dilma.
Base governista saiu satisfeita com declarações da servidora.

Robson Bonin
Do G1, em Brasília

Depois de quatro horas de depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, deixou a reunião sem falar com a imprensa. Aos senadores, ela apresentou detalhes de um suposto encontro secreto com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e negou que a ministra tenha tentado influenciar no resultado de investigações do órgão sobre os negócios de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Para a oposição, as declarações de Lina reforçaram a tese de que a ministra, de fato, interferiu no órgão. O senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), autor do requerimento de convocação de Lina, avaliou que a versão da ex-secretária serviu para comprovar a existência do suposto encontro. "Claro que a gente esperava mais informações, mas não tenho dúvidas de que o encontro existiu", disse.

A oposição afirma que vai aguardar que Dilma se manifeste sobre o depoimento de Lina Vieira para decidir se entra com um requerimento de acareação na CPI da Petrobras. De acordo com o regimento do Senado, não há como promover acareações na CCJ. "A solução para esse caso vai ser a acareação. Mas vamos aguardar o avançar dos fatos para propor essa matéria na CPI da Petrobras", disse Antônio Carlos Magalhães Júnior.

Ainda segundo o senador do DEM, Dilma jamais poderia ter interferido em um assunto da Receita Federal. "A interferência, por menor que seja, foi indevida. Ela (Dilma) não poderia se meter", disse.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que vai insistir no pedido de acareação. Nesta terça, ele chegou a propor a acareação durante a reunião da CCJ em que a ex-secretária da Receita foi ouvida sobre o suposto encontro com Dilma.

Na sexta-feira passada (14), o senador já havia anunciado que pediria a acareação após o depoimento de Lina à CCJ. "Claro que a acareação seria uma batalha campal para conseguir aprovar. Mas a oposição vai cumprir o dever de propor, caso as explicações da ex-secretária da Receita Federal deixem margem para isso", disse Dias.

Na CCJ, a ex-secretária da Receita Federal disse que Dilma teria pedido para ela "agilizar" a conclusão de investigações em torno do filho de Sarney. Pedido semelhante à recomendação da Justiça, que também havia solicitado celeridade no trabalho do órgão sobre as apurações em relação a Fernando Sarney.

Do lado do governo, o fato de a ex-secretária ter afirmado que a ministra não interferiu no mérito da investigação contra Fernando Sarney foi encarado como vitória. O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), saiu satisfeito com as palavras de Lina que, para ele, mostram que não houve irregularidades cometidas por Dilma no suposto encontro.


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