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sexta-feira, 31 de julho de 2009

ORA VEJAM!


ARTIGO
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Todos preocupados com a gripe suína e, no entanto, o mal que acomete o Brasil e os brasileiros é outra grave e inexplicável doença. Não sei qual, não sou médica, mas sei que é grave, pois estamos todos debaixo dessa aterradora pandemia.

Vocês sabem que até ontem poderíamos testemunhar, em qualquer corte, que o presidente Lula, Chefe do Executivo, queria que o presidente Sarney, Chefe do Senado, permanecesse em seu posto. Ele chegou a se posicionar muito enfaticamente, como é de seu feitio, com os dois indicadores apontados para baixo, contra o que chamou de “denuncismo”.

Chego a acrescentar o que não sei se todos compreenderam igual, que o Chefe do Executivo desejava que o Chefe do Senado continuasse altaneiro, já que ele, o senador pelo Amapá/Maranhão, conforme declarou o presidente do Brasil, “não é uma pessoa comum”, não podendo, portanto, ser julgado pelos mesmos parâmetros com os quais são julgados outros criminosos. Crimes que o Chefe do Executivo, aliás, catalogou de modo ímpar.

Concordo com os que estão aí a ler e a balançar a cabeça. Ficou meio confuso, é verdade. Primeiro, ele defendeu o amigo e companheiro; depois falou em não julgar crimes diferentes como se iguais fossem, quer dizer, crime ele bem suspeitava que houvesse, mas sendo o senador pelo Amapá/Maranhão um homem incomum, não poderia ser julgado como, por exemplo, o senador Wellington Salgado, caso esse algum dia cometesse outro “crime” além de ser sub do ministro Hélio Costa, o que Minas Gerais definitivamente não merece. Compreenderam?

Volto ao tema original, desculpem a digressão. O presidente Lula “hablou” (ele estava se dirigindo à senhora Michelle Bachelet antes de responder às perguntas que o incomodaram):

"Não votei no Sarney para ser presidente do Senado nem votei para ele ser senador no Maranhão. Não votei no Temer, não votei no Arthur Virgílio, não votei em ninguém. Votei nos senadores de São Paulo, então quem tem de decidir se o presidente Sarney tem de ficar na Presidência do Senado é o Senado”.

“Hablemos” pois: não parecia a vocês, antes dessa explicação “definitiva” do presidente Lula diante da colega chilena, que a decisão devia ser da parceria PT/PMDB, orientada pela estratégia política do nunca assaz louvado estadista brasileiro?

Nada disso. Absolutamente não! O que ele deseja, “hablou” retumbante em “palabras” que devem ter soado “muy dulces” ao ouvido do amigo Sarney: "Somente o Senado, que o elegeu, é que pode dizer se ele vai ficar ou não. Não sou eu".

Viram? Não era nada daquilo que pensávamos. E com certeza também não é nada daquilo que o senador pelo Amapá/Maranhão está pensando nesta manhã de inverno. Imagino que ele, com o fardão no pensamento, esteja a relembrar Fernando Pessoa e dois versos:

Por quem foi que me trocaram
Quando estava a olhar pra ti?

Calma, senador, calma. Ainda teremos muitos palanques pela frente! Num átimo de segundo, tudo pode mudar. Confie em seu amigo.

Nós é que não temos em quem confiar...



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