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sexta-feira, 31 de julho de 2009

OPOSIÇÃO CRITICA DECLARAÇÃO DE LULA E DIZ QUE ELE ABANDONOU SARNEY PARA SE PRESERVAR


GABRIELA GUERREIRO
CHRISTIAN BAINES
da Folha Online, em Brasília

A oposição reagiu nesta sexta-feira à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a crise no Senado não é um problema seu. Líderes oposicionistas afirmaram que Lula, ao recuar na defesa do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), agiu politicamente para evitar colar sua imagem ao peemedebista em ano pré-eleitoral.

"É do estilo dele. Resolveu ficar com a sua popularidade e largou o homem ao mar. Agora o Sarney está com a tropa de choque que absolveu o senador Renan Calheiros [ex-presidente do Senado]", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

O líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse que Lula tem como característica "abandonar" seus aliados quando percebe que estão perto de "naufragar" em crises políticas. "Isso parece a cena de um quadro daquele programa de TV 'Acredite se quiser'. Depois da solidariedade que ele deu ao Sarney, ele fala isso agora? O Lula tem um sentido de autopreservação", disse.

Na opinião do democrata, Lula já "abandonou" ex-companheiros como Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) e Waldomiro Diniz (ex-assessor da Casa Civil) --e agora faz o mesmo com Sarney. "Na hora em que essas pessoas passaram a prejudicá-lo, ele as defenestrou", disse Agripino.

Para o senador Álvaro Dias (PR), vice-líder do PSDB, Lula agiu com vistas às eleições de 2010 para mudar o discurso sobre Sarney. "O presidente Lula, orientado por pesquisas de opinião pública, recua e diz que crise é problema do Senado. Ele interferiu indevidamente, agora cede", disse.

Defesa anterior

Antes de afirmar que não tem qualquer relação com a crise, Lula havia declarado apoio ao presidente do Senado. O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) chegou a desautorizar o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), que, em nome da bancada do partido, cobrou o afastamento temporário de Sarney da presidência.

Múcio disse que a nota emitida por Mercadante não emitia o pensamento de todos os senadores petistas.

O presidente também afirmou, no início de junho, que Sarney "tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum". O presidente ainda disse que as denúncias contra o peemedebista "não têm fim" e, ao final, "não acontece nada".

Reportagem da Folha publicada nesta quinta-feira mostra que Lula e Sarney se falaram nos últimos dias por telefone. O presidente da República insistiu em pedir que o senador não renuncie ao comando do Senado. O peemedebista disse que seu desejo é resistir, mas que para isso precisa de apoio.



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